UMA TIA ESPECIAL…que assinava simplesmente
«Felicidade».
Entre
o nome e a realidade – uma imensidão de memórias….ou de como estes simples
pormenores entre a vida e a morte marcam a diferença na curva mais próxima da
estrada.
O nome permanecerá eternamente…a
realidade irá sendo moldada pela proporção da distância entre a alma e o
chamamento do cotidiano concreto.
“Nascida para sorrir”, como eu digo num
poema, «da vida ultrapassou qualquer tormenta/festejando bem mais que os
oitenta». E partiu, serena quanto pôde, neste dia dedicado aos direitos da
mulher.
A caminho dos 96, esta tia – viva – era
parte de uma geração de sete irmãos (do meu lado paterno) que resistiu ao tempo,
ao percurso e aos avatares da história familiar. O que ainda resiste é dez anos
mais novo.
Um dia, como outros cinco, «também ela
embarcou nessa aventura/ de saber d’África a ilusão». E «no rasto de outras vozes
de família/Partiu chegou e amou aquele mar/ À terra se entregou de coração/Sem cuidar
de receios e lamentos (…)».
Foi «QUASE UM SÉCULO»:
(A
Publicar)
Ao
somar perde-se a conta
De
toda a distância que fica
Quase
um século
Vivido
em dois
E
muita história passada.
Celebro
um sorriso de vida
Testemunho
dores na alma,
No
coração alegrias
Foram
derretendo o peito
Como
se humano ser
Quisera
tudo perfeito.
========
A. Bondoso (A Publicar)
Outubro
2014
À
Tita, sua filha e minha prima, ao seu irmão Armando, meu tio, e a todos os outros
seus sobrinhos e amigos…o meu sentido e verdadeiro pesar. Por não poder estar
mais próximo, apenas por não poder.
Até
um dia Tia Felicidade! Guardarei o riso e o sorriso de sempre!
António Bondoso
8 de Março de
2020.
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