A MINHA CRÓNICA DE HOJE NO JORNAL BEIRÃO - UM ELO QUE LIGA O CORAÇÃO DO DISTRITO DE VISEU.
A TÁTICA DO QUADRADO...
...e as coisinhas da nossa “mesquinhez” – como por exemplo a FOME, o SUICÍDIO, a religião, o futebol e os números do Gaspar que nunca batem certo.
Entre o “pesadelo” português visionado pelo
economista Paul Krugman e o “austericídio”
descrito por David Stuckler – professor na Universidade de Oxford – e por
Sanjay Basu – professor na Universidade de Stanford, a propósito de dez mil
suicídios na Europa e nos EUA devido à austeridade [O corpo da economia: porque mata a austeridade], nada melhor do que
ouvirmos e lermos o ministro das finanças deste (des)governo em Portugal – o
inefável Gaspar – a pedir simpatia pelas
difíceis semanas que tem vivido como adepto do Benfica. Convenhamos que não
será assim tão grave se comparada com a historinha do excelso casal
presidencial sobre Nossa Senhora de
Fátima e a conclusão da sétima avaliação da troika ao desempenho do
(des)governo de PPC.
A gravidade da ligeireza e de um
patético sentido de humor daquele que é a segunda figura do governo só se
perceberá, se os portugueses – para além das novelas dos famosos, do big
brother, dos saltos para a água e das notícias cor de rosa – quiserem
selecionar, de um autêntico bombardeio informativo, as notícias que importa
reter. Pela simples razão de que afetam intensamente e até de forma trágica a
nossa vida quotidiana. Basta ler os títulos: Crise leva fome
a 40% dos carenciados - Inquérito
apura que, em 2013, apenas 23% dos respondentes têm dinheiro para comprar
comida até ao final do mês;
Paulo Portas preocupado com as projecções da OCDE - Em contraste com a desvalorização dos dados feita
pelo ministro das Finanças, o ministro dos Negócios Estrangeiros mostrou-se
apreensivo com as previsões;
Observatório acusa Governo de enviesar contas para justificar cortes nas
pensões - Para o
Observatório sobre Crises e Alternativas, o executivo favorece os sistemas de
pensões privados ao sugerir “a insustentabilidade da Segurança Social”.
Estes exemplos são do Público. Mas podemos ler outros – no jornal i, se quisermos – de idêntica
dimensão preocupante: OCDE
prevê recessão maior do que a que foi prevista pelo governo.;;Isolados.Para lá dos 65 há uma luta escondida contra a
solidão. .
No
Diário Económico, por outro lado: No Executivo já se admite
a possibilidade de um segundo Rectificativo. O Rectificativo [Orçamento], aprovado hoje em Conselho de Ministros, pode não chegar para cumprir
metas deste ano. Cenário macroeconómico está desactualizado. Volkswagen
Autoeuropa reduz em 20% produção deste ano. “Pior que as estimativas da
recessão, é o crescente endividamento” .
E assim, sucessivamente,
teríamos como que uma “revista de imprensa” do mais negro que possamos
imaginar. E como se não bastasse, acentuam-se cada vez mais as divisões no seio
da chamada galinha dos ovos d’oiro – a (des)União Europeia. Os atuais
dirigentes [aqueles que contam] não estão à altura do “projeto”.
E em
Portugal há como que uma obsessão governativa em “disparar” contra a
Constituição da República. Perfila-se agora a questão da inconstitucionalidade
do novo horário anunciado para a função pública, depois de “chumbados” dois
Orçamentos e o delirante “arranjo” administrativo para o território continental
desenhado por Miguel Relvas. Em qualquer caso – e sobre este último ponto –
gostaria de ver discutida na próxima campanha eleitoral para as autarquias a
hipótese de se requerer [com oportunidade, naturalmente] um Referendo Local
quanto à eventual “agregação” dos atuais municípios. Dirão que é extemporâneo,
pois é ainda necessário que o Parlamento consiga contornar os atuais obstáculos
e apresentar um novo projeto. Mas penso ser importante que as populações – seja
qual for o projeto – se possam pronunciar sobre se o seu concelho deve estar
mais a norte ou mais a sul, mais a leste ou a oeste. O facto é que existem
demasiadas “terras de ninguém”, dependentes de uma estrutura de saúde a norte
ou a oeste ou sob a alçada administrativa de um outro organismo a sul ou a
leste, tal como na agricultura e no ensino.
Moimenta
da Beira, por exemplo, pretenderá maioritariamente estar enquadrada no chamado
Douro Sul – seguindo a natureza do Távora, do Paiva, do Tedo e do Varosa – ou,
pelo contrário, entenderá optar maioritariamente por uma pertença virada mais a
sul?
Não é
que seja um tema prioritário – tal como não é o da coadoção – mas talvez valha
a pena ir pensando no assunto.
António Bondoso
Jornalista – C.P. nº359
E-mail – antoniobondoso@gmail.com
António Bondoso
Maio de 2013.
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