2013-05-06


PARABÉNS AOS PRINCIPENSES...ou habitantes da Ilha do Príncipe - República de S.Tomé e Príncipe. 
O valor deste reconhecimento não pode ser posto em causa, independentemente de - mais uma vez - os "políticos" não terem sido capazes de informar e sensibilizar as populações a respeito dos benefícios e dos DEVERES. 
PRESERVAR A BIOSFERA é uma obrigação de toda a população mundial.

(Da net).
"...conheci o Príncipe em 1966, quando um grupo de jovens decidiu ir de férias para acampar na Praia do Precipício (agora mais conhecida por Praia Banana), na Roça Belo Monte. Entre as memórias de Maria Correia no apogeu da escravatura, uma água salgada transparente e uma areia branca resplandecente como o sol, o grupo pousou as imbambas no meio dos coqueiros virados à praia e ali se deixou espreguiçar horas a fio, quer de noite, quer de dia, sem outra preocupação que não fosse gozar as delícias do paraíso". (António Bondoso, em Escravos do Paraíso, 2005. MinervaCoimbra. Pgs 82 e 83)

Foto de Lains e Silva - 1956/57 (Seios Ilhéus. Pg.31).
 FIRMES AMANTES                    

Que absurdo
Fazer dos “seios das ilhas”
Destas notas…suas filhas!

Seios negros
Mestiços da cor do Sol
Seios de muito calor
Grávidos de muito amor.
São mais seios os do Sul
Perdidos na verde folhagem
Bebidos em rios sem margem
Erguidos ao céu azul.
Os do Norte meios seios
Morros de pouca paixão
Os seios do Morro Peixe
Cabem na concha da mão.
A meio a força da ilha
Com o Morro da Trindade
Lá mais acima a Saudade
Antes dos seios do Pico.
Na Lagoa D. Amélia
Os seios são do vulcão
Estremecem protegidos
E não parecem perdidos.


Os seios deste País alimentam a Esperança
De um dia virem a ter uma boa governança.

Seios tão firmes de vida
Seios fartos bem tisnados
Do tempo são bem tratados
Das rugas visão ardida.
Seios só vistos de noite
Junto à praia do Pantufo
Seios de maré cheia
Molhados no seu arrufo.

São seios a navegar
Pensamentos de outro mundo
Novas ilhas novo mar
Oceano mais profundo.
Passam o Boné do Jockey
Seios da Ilha do Príncipe
Lembram Maria Correia
E as escravas da Sundy.
São seios que se perderam
Na praia do Precipício
Em Belomonte morreram
Seios de outro ofício.
Dói o peito ao respirar
Mas que seios tão estranhos
O simples gesto de arfar
Apresenta dois tamanhos.

Uns morenos de paixão
Seios de olhos profundos
Outros verdes de visão
Feitos filhos em segundos.
Chegam ao Pico em Janeiro
Os seios da “Dêxa” musa
Papagaios nevoeiro
Lembranças da alma lusa.
E os seios do Bom Bom
Na festa de Floripes
Marcam o ritmo e o tom
São seios já muito vipes.

Os seios deste País mirram de muitas fomes
E encomendam a Deus almas de outros nomes.

Outros seios já flutuam
De regresso a S.Tomé
Descem p’lo Ió Grande
Até ao mar de Caué.
Seios lindos de Santana
De invejar amante louca
Guadalupe Madalena
De virgem são coisa pouca.
Chegam depois ao Ilhéu
Das Rolas que vão partindo
Até ao cimo do Céu
Por engano, não fugindo.

Os seios deste País anseiam por mais afecto
Justiça de Coração debaixo do mesmo tecto.

Os seios dos nossos seios
Cheios de seiva e vigor
Por eles correm gorjeios
A pedir força e amor.
Seios amantes da vida
Não fogem de um desafio
Gozam a vida perdida
Ou presa por um só fio.
António Bondoso. Seios Ilhéus. 2010. Euedito. Pgs39,40,41 e 42. 

Foto de Lains e Silva. 1956/57. (Seios Ilhéus.Pg97).
António Bondoso
Maio de 2013.

1 comentário:

Clarinha e as pombas disse...

ADORO ESTA ILHA , OS COMENTÀRIOS QUE FORAM FEITOS; OS VERSOS DEDUICADOS À MESMA E GOSTARIA DE PODER PARTILAR TUDO O QUE FOI DITO SOBRE ELA E ACEDER AO BLOG: SOU CLARA GARCIA AMIGA DE CARLOS BONDOSO: OBRIGADO