EXPLOSÃO DE VIDA!
EXPLOSÃO DE VIDA! (A Publicar)
O mar é uma explosão de vida!
E até a morte que nele habita
Dá à costa em fúria revoltosa
Gritando e clamando seus heróis
Que em vagas sucessivas deposita.
========A. Bondoso (A Publicar)
O mar é uma explosão de vida!
E até a morte que nele habita
Dá à costa em fúria revoltosa
Gritando e clamando seus heróis
Que em vagas sucessivas deposita.
========A. Bondoso (A Publicar)
(Extrato de um texto/livro a publicar)
(…) Enfrentei, então, pela primeira vez o mar, mas desse embate continuo a não ter memória, talvez pela razão de viajar instalado no porão – que é como quem diz na 3ª classe, não sei mesmo se na 3ª classe suplementar. Dali não se via o mar, apenas sentia os efeitos do seu ondular. E depois o mar muito mais bravo até à Madeira – antes de Las Palmas para reabastecimento. Nove dias de viagem da qual me ficaram as imagens das camaratas do porão, até avistar o verde das ilhas de nome santo, as ilhas do meio do mundo no Golfo da Guiné, as pérolas de expressão portuguesa na linha do Equador, a sul do qual dizem não haver pecado.(…)
S.Tomé – a Ilha...apresentou-se aos meus olhos de criança de uma forma difusa, vista de longe, pois não havia cais acostável para os grandes paquetes. O Pátria fundeou ao largo e os passageiros foram obrigados a efetuar um transbordo para pequenas lanchas – os “gasolinas” do Castela, soube mais tarde – e dali uma pequena viagem até ao velho cais da então Praça do Império (…) depois de uma saída algo “ondulante” e perigosa, graças à “calema” – a ondulação sempre forte em alto mar, mesmo em dias de calmaria.(…)
Também não me lembro, mas seguramente que havia tubarões a rondar, respondendo ao cheiro e ao sangue dos restos dos géneros que eram despejados da cozinha do navio. Um ritual sagrado do “gandú”, como aprendi mais tarde. E nunca foi fácil desfazer essa ideia de que os tubarões estavam ali, sobretudo, para amedrontar as pessoas. Mas nesse, como na quase totalidade dos dias de “São Navio”, ninguém caiu ao mar. Era grande a perícia dos marinheiros das lanchas. E todos puderam chegar ao cais da cidade, deparando com a estátua de João de Santarém, no jardim da Praça e no qual pontuavam as palmeiras de grande porte.(…)
António Bondoso
Fev. 2014
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