O DIA MUNDIAL DA RÁDIO.
Terceira celebração em 2014.
Ainda não morreu...mesmo vista/ouvida pelo prisma tradicional. UMA BOA MADRUGADA...SINTONIZANDO UMA ESTAÇÃO COM GENTE DENTRO.
======E digo eu, numa das páginas do meu Livro em finalização que - por exemplo:
Terceira celebração em 2014.
Ainda não morreu...mesmo vista/ouvida pelo prisma tradicional. UMA BOA MADRUGADA...SINTONIZANDO UMA ESTAÇÃO COM GENTE DENTRO.
======E digo eu, numa das páginas do meu Livro em finalização que - por exemplo:
Foto de A.Bondoso
"(...)Algumas vezes a
rádio é um silêncio feliz, mas muitas outras pode ser um ruído profundo,
provocador, inquieto e perturbador.
Tudo isto é real
nos capítulos do meu livro que vai estando cada vez mais perto, apesar da
lentidão com que vou passando para o tal disco rígido as ideias – minhas e dos
meus amigos – sobre como foi a rádio e como deveria ser hoje.
A Rádio, para
mim, prossegue sendo uma guitarra freneticamente manipulada por Jimmy Hendrix
ou docemente acariciada por BB King, das quais podem sair notas de um
afro-americano rock de Harlem ou de um afro-americano blues a caminho de
Memphis – onde já destruíram a magia da Rua Beale. A rádio e a música de
sentimento, a rádio e a voz de protesto, a rádio da memória escrava, a rádio da
sensação libertadora.
A Rádio, para
mim, vai sendo a memória da magia do microfone, a magia dos sons, a magia do
que fica para além do alcance da imaginação, a magia que permanece no estúdio,
no “pick-up” que roda em 45 rotações a voz de Franck Sinatra ou um LP/33 de
Maria Bethânia, a magia da “fita” onde se gravaram as impressões de uma
conversa amena entre Igrejas Caeiro e Aquilino Ribeiro ou entre Fernando Pessa
e Almada Negreiros, a magia do “cartucho” onde se alinhavam spots publicitários
anunciando as virtudes da brancura do skip ou apelando à presença na Grande
Noite do Fado no Coliseu dos Recreios.
E a magia da
distância que a onda curta e o transistor resolvem, como estar às portas do
deserto entre a Tunísia e a Argélia e poder ouvir as notícias de “casa” ou o
relato de um Sporting-Porto em Alvalade...praticamente em cima de um camelo. Ou
estar na Ilha de Moçambique, de noite e sem energia eléctrica – à luz de uma
vela apenas – e receber as sensações de um outro jogo de futebol no
desaparecido Estádio das Antas.
Como dizia o
publicitário Bob Schulberg em 1989 – o ano da queda de mitos e muros – “ a
televisão não é ruim, mas a Rádio é mágica. Se a televisão tivesse sido
inventada antes, a chegada da radiodifusão teria feito as pessoas pensarem:-
que maravilhoso que é a Rádio! É como a televisão, só que nem é preciso
olhar!”(...).
Foto de A.Bondoso
António Bondoso
13 de Fevereiro de 2014.
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