2014-02-07

 RUMORES… a minha crónica desta sexta-feira:



RUMORES…
…a propósito de tudo e de nada e da imbecilidade recorrente de alguns sujeitos.

            Não me recordo já da autoria de uma célebre frase muito recorrente nos espaços de fait divers da sociedade portuguesa – desculpem qualquer coisinha – mas sei que aparece num tema de Paulo de Carvalho nos anos de 1980 e num programa de variedades da RTP em 1994. E tenho uma vaga ideia de que a frase encaixa de forma perfeita no jeito do grande Raúl Solnado. Quem tenha sido o autor, contudo e a esta distância, por certo não levará a mal que também eu me socorra dela para começar a preencher a minha folha em branco.
            Desculpem, por isso, qualquer coisinha quando me insurjo contra a parolice (des) governamental ao ir despejando cirurgicamente dados estatísticos que, umas horas depois, afinal, são desmentidos por outras entidades, quer nacionais, quer europeias; quando critico as políticas de cegueira nos cortes que atingem sempre – ou quase – os mesmos, sobretudo na saúde e no ensino [que bom que é juntar professores e alunos em contentores para as aulas]; quando me revolto por saber que o Estado se vai governando à custa dos pensionistas e reformados…e depois, patética e demagogicamente, ouço um primeiro-ministro a dizer que quer pagar a dívida – quando ela já vai nos 130% do PIB – mas sabe que não o pode fazer enquanto o consumo interno não fizer crescer a economia [e mesmo assim nunca levará menos de 50 anos!]. Desculpem a minha insistência, mas a minha gastrite e a minha úlcera não podem ser curáveis, enquanto reinar a injustiça, a corrupção e a impunidade. E mais: desculpem qualquer coisinha, se me revolto contra a “barbárie” de uns quantos a coberto de tradições de espírito “desvirtuado” e, simultaneamente, contra a histeria, demagogia e falsa moral de outros tantos – que tudo generalizam e analisam com base em idênticos pressupostos. Não sendo o último aspeto, ainda me permito observar com sentido crítico algumas cortinas de fumo como o caso de colocar na agenda política a “fundamental” questão da co adoção por casais homossexuais. A não ser que o sr Coelho tenha o pensamento alinhado com o do seu homólogo espanhol, que acredita que a proibição do aborto fará movimentar a economia.
            Desculpem qualquer coisinha…mas para desviar atenções do que realmente conta para as pessoas, já bastam as malabarices, a mesquinhez e a irresponsabilidade dos agentes do futebol português, tal como a vulgarização da atribuição/imposição de condecorações a ilustres figuras públicas da nossa praça. E não só…como se dizia no tempo do PREC. Hoje há outros tipos de “bengalas” nos atores da comunicação social, como por exemplo o então…, ou o é assim…ou tipo isto, tipo aquilo.
            Desculpem qualquer coisinha…mas eu só não quero incomodar! E a chuva que tem caído! E o frio de rachar…
António Bondoso
Jornalista – CP.359


Visualize aqui a edição nº 1 de 06/02/1956http://issuu.com/moimenta.da.beira/docs/correio_beir__o_n1 

NÃO DEIXE DE VER O Nº 1 - 1956. 

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