RUMORES… a minha crónica desta sexta-feira:
RUMORES…
…a propósito de tudo e
de nada e da imbecilidade recorrente de alguns sujeitos.
Não me recordo já da autoria de uma
célebre frase muito recorrente nos espaços de fait divers da sociedade portuguesa – desculpem qualquer coisinha –
mas sei que aparece num tema de Paulo de Carvalho nos anos de 1980 e num
programa de variedades da RTP em 1994. E tenho uma vaga ideia de que a frase
encaixa de forma perfeita no jeito do grande Raúl Solnado. Quem tenha sido o
autor, contudo e a esta distância, por certo não levará a mal que também eu me
socorra dela para começar a preencher a minha folha em branco.
Desculpem, por isso, qualquer
coisinha quando me insurjo contra a parolice (des) governamental ao ir
despejando cirurgicamente dados estatísticos que, umas horas depois, afinal,
são desmentidos por outras entidades, quer nacionais, quer europeias; quando
critico as políticas de cegueira nos cortes que atingem sempre – ou quase – os mesmos,
sobretudo na saúde e no ensino [que bom que é juntar professores e alunos em
contentores para as aulas]; quando me revolto por saber que o Estado se vai
governando à custa dos pensionistas e reformados…e depois, patética e
demagogicamente, ouço um primeiro-ministro a dizer que quer pagar a dívida –
quando ela já vai nos 130% do PIB – mas sabe que não o pode fazer enquanto o
consumo interno não fizer crescer a economia [e mesmo assim nunca levará menos
de 50 anos!]. Desculpem a minha insistência, mas a minha gastrite e a minha
úlcera não podem ser curáveis, enquanto reinar a injustiça, a corrupção e a
impunidade. E mais: desculpem qualquer coisinha, se me revolto contra a
“barbárie” de uns quantos a coberto de tradições de espírito “desvirtuado” e,
simultaneamente, contra a histeria, demagogia e falsa moral de outros tantos –
que tudo generalizam e analisam com base em idênticos pressupostos. Não sendo o
último aspeto, ainda me permito observar com sentido crítico algumas cortinas
de fumo como o caso de colocar na agenda política a “fundamental” questão da co
adoção por casais homossexuais. A não ser que o sr Coelho tenha o pensamento
alinhado com o do seu homólogo espanhol, que acredita que a proibição do aborto
fará movimentar a economia.
Desculpem qualquer coisinha…mas para
desviar atenções do que realmente conta para as pessoas, já bastam as
malabarices, a mesquinhez e a irresponsabilidade dos agentes do futebol
português, tal como a vulgarização da atribuição/imposição de condecorações a
ilustres figuras públicas da nossa praça. E não só…como se dizia no tempo do
PREC. Hoje há outros tipos de “bengalas” nos atores da comunicação social, como
por exemplo o então…, ou o é assim…ou tipo isto, tipo aquilo.
Desculpem qualquer coisinha…mas eu
só não quero incomodar! E a chuva que tem caído! E o frio de rachar…
António
Bondoso
Jornalista
– CP.359
Visualize aqui a edição nº 1 de 06/02/1956http://issuu.com/ moimenta.da.beira/docs/ correio_beir__o_n1
NÃO DEIXE DE VER O Nº 1 - 1956.
Sem comentários:
Enviar um comentário