AINDA O JORNAL DE ANGOLA.
COMO SE DIZ EM MOÇAMBIQUE..."CAHORA BASSA" - FIM DO CAMINHO, ACABA AQUI, não digo mais nada!
MUTRETA…
…ou
de como os “brandos costumes” portugueses levam alguns a acreditar que, afinal,
a fábula do lobo não é verdadeira: o que ele queria era mesmo salvar os três
porquinhos de um final trágico.
Encontrei alguma piada, não deixei
mesmo de sorrir, a propósito de mais um “editorial” do JA sobre as relações
entre Angola e Portugal. Não tanto pelo texto, mas sobretudo pela “leitura” que
alguns jornalistas portugueses fizeram desse texto.
“Desta vez positivo” – pode ler-se no
Público ou “mas desta vez o tom não é depreciativo para com Portugal” como se
lê na notícia da Lusa. E no enlevo da prosa elogiosa para com as declarações do
Sec.Est. dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que está em Angola, talvez não
tenham reparado no cinismo deste parágrafo:« “Esperamos que não vá alguém
em Lisboa entender que Luís Ferreira deve ir à Assembleia da República dar
explicações pelo que disse – e bem dito –, pois não se concebe que as relações
entre dois Estados não respeitem premissas básicas”, lê-se no editorial.».
Por
outro lado, o JA entende o discurso do governante português como um «recado claro aos que ainda persistem em manchar
as relações entre os dois paíse(…)».
O
que eu quero acentuar é que, de facto, as relações entre os dois Estados devem
respeitar o que o JA chama de «premissas básicas», quer a expressão queira
significar respeito mútuo, boa-fé, solidariedade, cooperação ou interesses, quer
pretenda alargar o conceito ao que “os amigos chineses” por exemplo – em tudo o
que é negócio ou relações internacionais – designam como “amizade”.
Felizmente
em Portugal ainda existe o que a CRP entende como liberdade de expressão e de
informação. E nessa perspetiva – só nessa – percebo o “clamoroso” silêncio de
jornalistas, comentadores e, particularmente, dos meus contactos no facebook.
Não
me esqueço de uma das “Cartas” de Juan Luís Cebrián a “Um Jovem Jornalista”, na
qual lembra os efeitos do sensacionalismo, da difamação ou até das ligações
perigosas [chamem-lhe cumplicidade ou conivência] entre os poderes e os
jornalistas ou opinadores. Vejamos algumas frases da “carta”: «Tu mesmo podes
ver a difamação convertida em notícia e a excrecência mental dignificada em
colunas de opinião nalgumas publicações. (…) A motivação é sempre a mesma e
sempre ruim: vaidade, dinheiro, inveja, vingança…paixões baixas de pequenos
miseráveis que inundam o mundo dos meios de comunicação.(…) Por um lado, as
pessoas sentem-se reféns dos títulos dos jornais, mas ao mesmo tempo numerosos
centros de poder não têm dúvidas de se servirem dos mesmos para conseguir os
seus fins».
António Bondoso
Jornalista – C.P. 359
Outubro de 2013.
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