2012-01-31

À VOLTA DE MIM E DO MUNDO !



PORTO, 31 DE JANEIRO DE 1891

Agora, que os momentos significativos da Nação se negoceiam na praça pública - um para mim, outro para ti - não me levarão a mal que eu recorde o importante significado da Revolta de 31 de Janeiro de 1891, no Porto. O regime em vigor já tinha entrado em delírio, praticamente em decomposição, quando alguns homens de ideais de justiça e de desenvolvimento - na sequência dos grandes "liberais" de 1820 - decidiram que era chegada a hora de implantar a República.



Uma Bandeira Vermelha e Verde chegou a ser hasteada na varanda da (então)Câmara Municipal.


A história, indiferentemente das fontes, refere como grandes figuras do Movimento o capitão António Amaral Leitão, o alferes Rodolfo Malheiro, o tenente Coelho, além dos civis Alves da Veiga, o actor Miguel Verdial e Santos Cardoso, além de figuras destacadas da cultura como João Chagas, Aurélio da Paz dos Reis, Sampaio Bruno e Basílio Teles.
De acordo com a Infopédia, que cita o Dicionário de História de Portugal - de Joel Serrão - o acontecimento teve início na madrugada do dia 31 de Janeiro, quando o Batalhão de Caçadores nº9, liderado por sargentos, se dirigiu para o Campo de Santo Ovídio, hoje Praça da República, onde se encontrava o Regimento de Infantaria 18 (R.I.18). Ainda antes de chegarem, junta-se ao grupo, o alferes Malheiro, perto da Cadeia da Relação; o Regimento de Infantaria 10, liderado pelo tenente Coelho; e uma companhia da Guarda Fiscal. Embora revoltado, o R.I.18, fica retido pelo coronel Meneses de Lencastre que, assim, quis demonstrar a sua neutralidade perante o movimento revolucionário. Depois juntou-se ali o regimento de infantaria n.º 10, comandado pelo capitão Leitão que assume o combate das tropas sublevadas, convencido de que o movimento não seria hostilizado por outras forças militares.
Os revoltosos desceram a Rua do Almada, até à Praça de D. Pedro (hoje Praça da Liberdade) onde, em frente ao antigo edifício da Câmara Municipal do Porto, ouviram Alves da Veiga proclamar, da varanda, a implantação da República.
Foi hasteada uma bandeira vermelha e verde e foi também anunciada a constituição de um governo provisório. A multidão decidiu subir a Rua de Santo António, em direcção à Praça da Batalha, com o objectivo de tomar a estação de Correios e Telégrafos.
Este cortejo foi no entanto barrado por um destacamento da Guarda Municipal posicionado no alto da Rua de Santo António. Principiou o tiroteio entrando a multidão em debandada.
A derrota consumou-se em poucas horas e a prisão ou o exílio esperavam os implicados. Alguns deles conseguiram fugir para o estrangeiro: Alves da Veiga iludiu a vigilância e foi viver para Paris: o jornalista Sampaio Bruno e o Advogado António Claro partiram para Espanha, assim como o Alferes Augusto Malheiro que, daí, emigrou para o Brasil.
Em memória desta revolta, logo que a República foi implantada em Portugal, a então designada Rua de Santo António foi rebaptizada como Rua de 31 de Janeiro.
Do ponto de vista político, a revolta assumiu, fundamentalmente, o carácter de afrontamento às instituições monárquicas: pretendia-se sobretudo, destronar a dinastia reinante dos Braganças e, desse modo, resgatar a afronta nacional que a sua política tinha infligido à Nação- ao aceitar o Ultimato inglês em 1890.

2012-01-25

À VOLTA DE MIM E DO MUNDO !

Tempos difíceis, conturbados, mas não podemos perder a Razão. As emoções à flor da pele conduzem a muitos perigos. E por muito que seja o sofrimento, a amargura e a desilusão... não podemos dar-nos ao luxo de colocar a Democracia em maior perigo !



ODE À REVOLTA

Tristes versos de um poema na cidade
Tristemente adormecida
Prendem a atenção do poeta angustiado
Enleado em rumores, ditos e não ditos
Talvez simplesmente imaginados.
Escreve de ouvido
Já cego pela revolta da amargura
Desenha pelo tato outros sentidos
Que as cores do arco-íris não contemplam.
Poderia ser um poema duro e belo
Exaltada ode a uma raiva acumulada
Ou apenas soneto da vergonha e da verdade.
Mas as letras que nasceram mal paridas
São antes aqui a leitura perseguida
Do poema da mentira do que somos
Uma sátira do mundo em que vivemos.
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AB. Jan2012

2012-01-16

À VOLTA DE MIM E DO MUNDO !

A CHUVA E A MÚSICA...

As árvores ainda despidas
Impedem o jogo de sombras
Na relva molhada.
Porque chove
E não há sol.
E as almas circulam
Gémeas de tristeza
Excepto um jovem casal
Ainda no sonho de um mundo só seu.
E chove.
E não se vê o rio dos meus encantos
Para além da cinzenta placa de betão.
Mas ouve-se música...
E deixo-me levar a outros tempos
Diferentes imagens outros afectos
Pingos de sempre mas de novas roupagens.
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Porto-Março 2010.

2012-01-02

À VOLTA DE MIM E DO MUNDO !

Com exceções do tempo do Nazismo e do tempo da Guerra Fria, o "Desporto" sempre demonstrou estar à altura da união/convívio dos povos civilizados !