2014-12-29

ATÉ OS MORTOS FALAM NA RÁDIO...


Costumo eu escrever e faz parte do meu projeto de um livro sobre a Rádio dos meus Amigos, que “até os mortos falam na Rádio”!
Hoje, fala-se de António da Luz Varela.
Um pouco mais avançado do que eu, na idade. Mas tivemos um percurso ainda largamente comum na vida da Rádio. Da ex-EN à RTP (Rádio e Televisão de Portugal) passando pela RDP – António da Luz Varela foi granjeando amigos e camaradas. Um deles disse-me há pouco que o António fez parte da grande revolução do jornalismo na Rua do Quelhas. Ativo e lutador, não deixou por mãos alheias a sua quota-parte de responsabilidade na Comissão de Trabalhadores. Foi ali, certamente, que nos cruzámos – na Rua do Quelhas – entre Outubro de 1974 e Março de 1975. Com alguns como Pedro Cid, Mateus do Ó Boaventura, Manuel Magro, Maria José Mauperrin, Alfacinha da Silva e outros que, a seu tempo, virão à memória. Creio que também o Paulo Pinto, mais jovem do que eu. Ainda a “Redação” era no “sótão” e os redatores – talvez a maioria – escreviam à mão o que, depois, era “decifrado” pelas datilógrafas. A “revolução” veio depois, já eu tinha passado a escrever à máquina nas instalações da EN na Rua Cândido dos Reis, no Porto. E depois, passou a ser de vez em quando. Até hoje, nos seus 72 anos de idade. As informações sobre a sua saúde debilitada iam e vinham nos últimos dias…e ele ausentou-se, apesar das nossas preces. Até sempre António! E leva o meu abraço, que a Dulce certamente se encarregará de te dar. Ficam as memórias e um gesto de carinho muito grande para a tua companheira.
António Bondoso 


António Bondoso
Jornalista

2014-12-27

PARTIR SEM ESQUECER...



Luísa Teixeira, que eu conheci em S. Tomé e Príncipe, partiu ontem em busca do seu espaço de tranquilidade na sideral dimensão. Mãe da Mena, da Nanda e da Graça, Luísa foi Professora nas Ilhas do Meio do Mundo e partilhou com Fernando Teixeira mais de 70 anos de vida, resistindo pouco mais de três anos à ausência das alegrias e das emoções em comum, pese embora a companhia permanente das filhas.
Como eu escrevi em tempos, a partida não significa obrigatoriamente mágoa. A dor é forte, muito, segue-se um luto inquieto mas a vida encarrega-se de normalizar o circuito. É a vida e é a morte nesta relação constante em que uma não se queixa e a outra deixa correr, violinos a tocar e um piano de cauda, melodia harmoniosa de um mundo sempre agitado, um vai e vem sem recurso, uma agenda sem os dias a contar coisa nenhuma, um marco de nenhures como sinal inventado, nunca a terra nunca o sol e nunca a lua souberam, é a vida e é a morte…
De e sobre Luísa Teixeira está fresca a minha memória. Pela simples razão de – a propósito da sua relação com outra Professora, D. Maria de Jesus – me terem lembrado a sua ação em favor do ensino e da instrução junto da comunidade piscatória da zona do Pantufo. Que perdure a memória, num forte abraço e no carinho que aqui deixo à Mena, à Nanda e à Graça.
António Bondoso.   


António Bondoso
Dez. de 2014

2014-12-24

E PRONTO! MAIS UM NATAL...


E pronto!
É um Natal a correr…não atrás das renas, que até são animais simpáticos e simbolizam a entrega/oferta de “presentes”, com o objetivo de nos transmitir alguma alegria – pelo menos nesta altura do ano, mas sobretudo um Natal que se sente num correr desenfreado em busca de tranquilidade que nos foi sendo retirada/roubada nos últimos anos da vida desta “colónia” de uma Europa alemã amplamente anunciada.
Não aceito nem me resigno perante a situação que nos criaram, sem nos consultar – no que diz respeito à UE ultraliberal [na onda dos mercados da alta finança] – mas também estou ciente das dificuldades que o combate nos apresenta. Mais ainda com a resignação que sinto ser maioritária neste povo materialista. Como é possível que os “ricos” gastem, num tempo como este, cerca de 9 mil euros em prendas – quando uma grande parte nem sequer tem dinheiro para comer uma sopa quente. Felizmente ainda há instituições de voluntariado solidário.
A tranquilidade que busco, portanto, passa particularmente por ter a sorte de poder partilhar as ideias do Papa Francisco – primeiro em relação à “Igreja”, depois no que respeita à sociedade. Uma sociedade complexa e muito dividida, mas que é preciso entender e fazer entender. Pelo exemplo! Tudo isto exige certamente um ritmo menos acelerado…mas o correr do meu Natal tem a ver igualmente com a urgência de fazer chegar aos meus amigos – e aos amigos dos meus amigos – a certeza de uma atitude baseada na honestidade, na sinceridade, na simplicidade e na solidariedade. A “verdade” – de que muitos falam e não praticam – é outro conceito. Múltiplo de significados…e, por vezes – quantas! – escrito e falado ao sabor das conveniências. Há verdades convenientes e outras inconvenientes, claro! E de ambas talvez esteja o “inferno” cheio – tal como os arrependidos! Mas eu continuo a correr, um Natal atrás de outro Natal, sem esquecer o objetivo essencial que é correr pela minha tranquilidade. Na alma, no coração, no cérebro, nos membros que dão vida a esses passos de corrida nesta maratona que é a vida. Com valores, com princípios, com uma postura de coluna vertebral – mesmo que a dita sofra já de algumas hérnias discais.
Um abraço do tamanho do Mundo
António Bondoso   

Foto de A.Bondoso
António Bondoso
Jornalista.
Dez. 2014 

2014-12-23


NESTAS OCASIÕES...O QUE NOS VEM À IDEIA!

***** Quando a crítica fácil se espraia pela malha volátil destas "redes sociais"...lembrei-me hoje de - ao homenagear um antigo camarada de profissão - salientar a trabalhada capacidade de contornar as dificuldades imensas no exercício da atividade jornalística há já muitos anos. Num tempo em que os enganos e as ciladas podiam ter um outro significado.
***** A simplicidade do que vão visionar, foi motivada pela apresentação do meu recente livro EM AGOSTO...A LUZ DO TEU ROSTO!, no qual a figura do Eduardo Valente da Fonseca vem em destaque, exatamente pela sua capacidade de contornar a "Censura" da ditadura, deixando-nos O HORÓSCOPO DE DELFOS.

2014-12-10


ATÉ OS MORTOS FALAM NA RÁDIO.
(Versão atualizada em 10 de Dezembro de 2014)

Foto do Arquivo de A. Bondoso
Iracema Torres e o filho Ricardo

As más notícias não escolhem hora nem dia. Nem sequer a circunstância. E esta foi marcante, sobretudo pela proximidade e pela cumplicidade de muitos anos.
Mais ou menos contemporâneos na ex-EN, só nos viríamos a cruzar já em finais da década de 70 do século passado, quando a Iracema Torres pediu a sua transferência para a delegação da RDP no Porto. Natural de Paredes de Coura, a Iracema havia concorrido aos quadros da ex-Emissora Nacional em Lisboa. Como Secretária, função que sempre desempenhou com profissionalismo, competência e sentido de responsabilidade.
No Porto, exerceu a sua atividade na Redação – chegando a ter uma ação decisiva nos objetivos do Secretariado e do Arquivo, em colaboração muito próxima com a chefia da Redação. Era ela talvez a única que percebia a minha escrita manual, quase “adivinhando” uma palavra em falta.
Quando fui “compulsivamente transferido” para a Secção Desportiva, num dos meus “saneamentos”, a Iracema acompanhou-me, tal como quando me “obrigaram” a assumir a responsabilidade pelo “Secretariado”, antes de – no início de 1994 – ter partido para Macau.
Atravessou um período difícil durante a minha ausência em Macau, mas passou a secretariar o Chefe dos Serviços de Informação, aquando do meu regresso da missão de serviço na TDM. Discreta e leal, Iracema Torres faleceu hoje no IPO do Porto com 65 anos de idade, vítima de um cancro muito invasivo.
Foi uma de nove irmãos – cinco ainda vivos – e deixa um filho, Ricardo, que vimos crescer ali nas instalações da Cândido dos Reis e que hoje desempenha as funções de técnico de som na Casa da Música, no Porto, sendo igualmente um dos membros do coro da instituição. Para toda a família, mas particularmente para o Ricardo, fica o meu gesto de carinho e de consideração por ter tido o privilégio de trabalhar com a Iracema. Até um dia destes. 

Foto do Arquivo de A. Bondoso
Numa Festa de Natal da RDP, no Porto, com Ruth Soares, minha mulher Maria do Amparo e meu filho António Miguel 

António Bondoso
Jornalista

2014-12-07

PARABÉNS DR. MÁRIO SOARES


***** 90 ANOS DE UMA VIDA CHEIA.

Um abraço de parabéns ao Dr. Mário Soares, ex-Presidente da República mas ainda grande e corajoso combatente político - pois é isso que faz dele um grande homem.
Foi com ele que a política se afirmou nos meus ouvidos e na minha consciência por via do seu exílio/degredo em S.Tomé - onde defendeu (pro bono) dois funcionários acusados e cujo julgamento, pela sua atitude, foi influenciado politicamente; foi sobretudo a sua combatividade que me motivou (ainda antes da Ala Liberal de Sá Carneiro e de Pinto Balsemão), mas tive o privilégio de o acompanhar na Presidência Aberta de Viana do Castelo (vindo-me à ideia o seu contacto com os pescadores e um almoço informal de arroz de cabidela do qual não esqueço alguns pormenores curiosos); com ele me cruzei de novo em Macau, na inauguração do Aeroporto, e acompanhei a sua viagem a Tóquio, já no âmbito da Comissão Internacional dos Oceanos que Mário Ruivo dinamizou por indicação da ONU. Mais recentemente, tive a oportunidade de lhe oferecer em Moimenta da Beira dois dos meus livros: "DA BEIRA! Alguns Poemas e Uma Carta Para Aquilino" - o MESTRE que ele admirou, como se sabe; e SEIOS ILHÉUS - como que uma recordação simbólica do tempo que passou em S. Tomé.
Deixo para mais tarde outras "recordações" de um Homem a quem a Democracia Portuguesa e os portugueses ficam a "dever" uma importante quota-parte.

António Bondoso
Jornalista

2014-12-04

NATUREZA EMPEDERNIDA...TEIMOSAMENTE VIVIDA!

Foto de A. Bondoso

CABO VERDE (A Publicar)
(Apesar do Vulcão…)

Voando de ilha em ilha
Há gente brava que espalha
O fogo de uma paixão.

Começa no sal da praia…
E da boa vista tão perto
Cai um maio e outros meses
E pede-se aos santos todos
De mares imensos
Amigos
Que o verde de Santo Antão
Se estenda de pronto a Vicente
Pois é mesmo ali em frente.

Muito se reza e se pede
A santos talvez distraídos
Que há outra gente aguerrida
Muita vida a batalhar
Tanta terra e tanto mar
Que tentam prender amarras
Nos cais de tantos navios
Entre Nicolau ao meio
E Santiago mais pra sul.

Vivendo de ilha em ilha
Mesmo falando diferente
É certo ficar sabendo
Que há luta de muita gente
Plantando dia a dia
Teimosamente criando
Certa ideia de um futuro
Tão solidariamente justo
Como um hoje sorridente.

===== A. Bondoso (A Publicar)
António Bondoso
Jornalista

2014-11-23

O sangue assassino



O sangue assassino corre
Nas veias das palavras
Ditas e escritas
Expostas às balas
Oportunas
E de um sentido oportunista
Finamente elaborado.

Tudo se move além do vidro
Onde a fome das ideias
Mata a sede de uma ambição que
Não alcanço.
Tudo se move e se confunde
Numa justiça andarilha
Apressada quanto baste
Tão lenta se necessário
Ora acorda ao som do tempo
Ora dorme em bom descanso.

Prescrevem notas dobradas
Agita-se a turba que vende
Só os eleitos entendem
O que o povo não percebe.
Investigada justiça
À sombra do marmeleiro
Servem-se palavras de sangue
E leva-se a honra primeiro.

É o sangue assassino
A correr desenfreado
Nas veias das palavras ditas

Escritas em sarjetas de mercado.
========= 
António Bondoso
Jornalista

2014-11-17

EM AGOSTO…A LUZ DO TEU ROSTO!

Foto de M.do Amparo Pontes Bondoso

O meu recente livro EM AGOSTO…A LUZ DO TEU ROSTO, dedicado à companheira de uma vida e aos outros meus Amigos – todos – com um forte abraço em frações apertadas, não é um livro de ou sobre sexo, embora fale de amor e de paixão. Carregado de poesia e de alguma prosa “poética”, o texto da narrativa é como que uma incursão pelos meandros do antigo regime e pelo fim do “império”.
         Começa por falar dos astros, da magia da lua e – a reboque dessa temática – aborda a censura e uma particular e criativa forma de a contornar, “inventada” por um antigo camarada de profissão.
         E depois faz referência a viagens – muitas viagens – partindo de Moimenta da Beira e de Moncorvo com destino a África, com realce para o caso concreto de S. Tomé e Príncipe.
         E aparecem, claro, a colonização, os males do colonialismo, a descolonização e os males da indecisão política. Pelo meio, homenageia-se a esperança libertadora do 25 de Abril de 1974, sem a qual não teria sido possível a descolonização, o fim dos conflitos armados e dar voz ativa ao conceito de Lusofonia – não deixando para trás a última pérola do Oriente da História e um olhar atento sobre a “especificidade” de Macau.
         Deixando de lado a lua e as suas influências, a obra destaca a falta de visão de quem dizia defender a “existência” das colónias e, simultaneamente, tudo fazia para evitar o seu desenvolvimento – exceção feita às duas últimas décadas do processo.
         Inexoravelmente chegou a guerra, porque os ventos sopravam a destempo, e o caminho tornou-se insustentável a seu tempo – graças a um modus operandi em triplicado e que, apesar de percecionado a tempo, não terá sido combatido eficazmente tendo em conta as particularidades de cada caso.
         No meio de uma “política colonial”, condenável em grande parte dos seus aspetos, o autor não deixou de registar coisas positivas – como essa da sua geração “a preto e branco” ter crescido junta, sabendo dar e receber. Bastará atentar no reconhecimento e na homenagem de que é alvo a Professora D. Maria de Jesus.
         E o mar das viagens…no horizonte das lembranças de uma vida! É assim EM AGOSTO…NA LUZ DO TEU ROSTO e Outras Musas e Sereias Entre Viagens, de António Bondoso, com execução gráfica de CROMOTEMA, em Vila Nova de Gaia.


Foto do autor.

Já foi apresentado em Coimbra; dia 22 de Novembro será em Lisboa; depois o Porto a 29 e Moimenta da Beira no dia 6 de Dezembro, voltando ao Porto em 20 de Dezembro e já em Janeiro de 2015, no dia 31, estará de novo em Lisboa.
ANTÓNIO BONDOSO
JORNALISTA

2014-11-11

DOIS POEMAS PARA ANGOLA...


As efemérides são números nas gavetas do tempo. De vez em quando abre-se a gaveta e saem memórias. Boas, menos boas, algumas trágicas. Mas lembramos...e isso faz bem ao espírito e à autoestima. 
Nesta data, quero oferecer dois poemas. De sangue e de esperança...com 13 anos de intervalo. 

PAÍS ESVENTRADO

Angola de promessa
terra imensa...
a guerra sobra em cada dia
e mata quem vive
de teimosa esperança
alimentado!
Serena distância
de quem viveu
de quem sofreu...
desfeito o futuro do passado
é hoje questão sentida,
Nação partida
mas não perdida,
país esventrado em cada mina
roubado em gabinetes do "esquema"!
Angola imensa
é alma d'África
ainda, sempre
Terra de promessa...
==== 
António Bondoso
Porto, 2001 (40 anos de guerra em Angola) - in TONS DISPERSOS, Vega , 2003.
&&&&&&&&&&&&& 

ANGOLA (A Publicar)
(ouvir falar dela…)

Só ouvir falar de Angola
Desperta sentidos vários.
Saudade, sede, semente
Uma imensidão de tempo
Uma vastidão de terra
Que não cabem num olhar
Nem no tempo de uma vida!

Angola é mundo mistério
De natureza enricada
Angola é mundo de gente
Com tanta língua falada
Angola deita no mar as vidas de tantos rios…
Só ouvir falar de Angola
Desperta sentidos vários!

Angola de muita história
Quantas lendas milenares
Quando se fala de Angola
Diamantes e petróleo
Enchem todos os lugares.
Só ouvir falar de Angola
Desperta sentidos vários!

E a música que nos encanta
E as danças tradicionais.
Quando se fala de Angola
O coração é batuque acelerado demais
Rebita, puíta, quizomba.
Só ouvir falar de Angola
Desperta sentidos vários!

Angola canta, Angola dança
Angola vive d’esperança
De matar o sofrimento
Renovar o sentimento
De perdão e ser feliz.
Só ouvir falar de Angola
Desperta sentidos vários!
====== 
A. Bondoso - 2014.
 
Em "Aromas de Liberdade(s)" - 2015.                                           


2014-11-09

ESCREVER OU...

Foto de A. Bondoso

ESCREVER
Escrever faz bem à saúde é melhor do que a dieta contorna a depressão e não engorda nem sequer conduz à beira do abismo como infelizmente vamos sendo confrontados particularmente em tempos de crise quando há pais que não se alimentam e muito menos podem cuidar dos filhos a não ser que estes ainda tenham acesso às sobreviventes cantinas escolares uma das situações agravadas com a política de cortes cegos desenvolvida por um desgoverno incapaz e patrocinada por uma troika que apenas responde aos donos do dinheiro senhores da alta finança relegando o primado da política para segundo plano e por tudo isto é que eu escrevo pois denunciar os males da sociedade em que vivemos – quando acontece termos vontade de viver – é fundamental é um direito de cidadania é um dever de participar na vida coletiva é um ato de coragem perante a adversidade que nos atinge todos os dias e faço agora um ponto final para poder respirar e encher os pulmões com um ar renovado e livre da legionária ou legionella uma disfunção que veio trazer uma preocupação acrescentada à ideia que nos moldava o espírito como era o caso do Ébola esse estranho desafio da comunidade internacional sempre desatenta aos sinais sempre tardia a reagir – sobretudo quando tudo acontece em África – tal como atrasada reagiu à crise financeira que nos colocou nesta situação e a retoma económica que tarda e o desemprego que desestrutura as famílias só diminui quando as pessoas podem emigrar e agora vinha mesmo a calhar o tal ponto final não só porque a folha de papel está a ficar completa de letras de palavras e de frases algumas até com sentido mas também pelo facto de já ser tempo de parar com os disparates não vá ser confrontado com a censura que se vai instalando sem que possamos resistir quando é mister. 

Foto de A. Bondoso

António Bondoso

Jornalista

2014-11-08

UM TOQUE DE FANTASIA  

Foto de A.Bondoso

UM TOQUE DE FANTASIA  (A Publicar)

Um toque de pele
Desliza molhado e suave
Emergindo cristais em cada poro.

Arrepio ansioso de desejo
Caminha sonâmbulo e sereno
Dando a mão
Sem dizer ao que vem
E quando vai
Sem saber o que pretende essa paixão
Até ao instante em que desperta
De um sonho húmido
Eterna e humana fantasia.
==== António Bondoso (A Publicar)

Foto de A. Bondoso
António Bondoso
Jornalista

2014-11-05

JUSTIÇA E PODER À BEIRA-MAR!

Foto de A. Bondoso

JUSTIÇA E PODER À BEIRA-MAR!

Enfrentando um cinzento dia chuvoso, particularmente o lusco-fusco à beira-mar, caminhei um pouco empurrado por um vento já poeticamente frio e fixando no horizonte estranhas formas de nuvens a transpirar eletricidade e a fazer lembrar o lendário Adamastor.
Caminhava e pensava, pensava e olhava, e recebia nesse movimento de sentidos um fluxo de informação com origem a milhas desse mar revoltoso, cujas ondas – ao quebrar – projetavam areia para próximo das dunas protetoras.
Não eram muitas as novas que me chegavam trazidas pela maresia de um inverno a instalar-se, mas mais uma redundante e preocupante reposição de manchetes sobre economia e a propósito de problemas sociais – ainda os reflexos de uma crise que está longe de ser derrotada, precisamente pela submissão da “política” às investidas da alta finança e dos mercados sem rosto, elementos de uma globalização desumanizada que subverte a lógica de um mundo justo e pacífico.
Da significância do nome projeto para além dos oceanos um alargado pensamento – sulcando o Atlântico e o Índico até à entrada do Pacífico – não podendo ignorar a angústia e o desconforto de dois Estados da órbita da língua portuguesa, desavindos pela injustiça da corrupção e pela incompreendida separação de poderes. Machuca os Estados e os povos é que sofrem. Mas os povos podem mudar os representantes investidos dos Estados. É isso que se espera no projeto da Lusofonia.
         E depois…essa anacrónica visão de uma Casa da Cultura em Vila Nova de Gaia manifestando a disposição de ceder uma sala para apresentação do meu livro mais recente, numa edição de autor, a troco do depósito de 10 exemplares. Não bastava um, nem dois – tinham que ser dez. Nem a Biblioteca Nacional exige tanto. Apenas o que é de lei perante o número de exemplares em cada tiragem.
         Bem dizia Almada Negreiros: (…) e mais ainda por esta infâmia de Deus me ter nascido português, (…).
Foto de A. Bondoso
António Bondoso
Jornalista

2014-11-03

PORQUE REJEITO A HIPOCRISIA E A BAJULAÇÃO…



PORQUE REJEITO A HIPOCRISIA E A BAJULAÇÃO…
Emprestando sentido prático à parábola do deve e haver entre pais e filhos, quero dizer que devo muito a S. Tomé – S. Tomé e Príncipe não me deve nada. E com a publicação deste meu mais recente livro EM AGOSTO…A LUZ DO TEU ROSTO, dou como adquirida a minha rejeição de qualquer ligação oficiosa ou institucionalizada.
Guardarei, claro, a relação afetiva com o país e com os são-tomenses que fazem o favor de ser – de facto – meus amigos. Muitos deles, felizmente, amigos de infância e de um crescimento adolescente em liberdade. Tive a sorte de a «minha geração a preto e branco ter crescido junta, sabendo dar e receber».
         Rejeito a hipocrisia, a bajulação, a pretensa capacidade de ser historiador e não me revejo em interpretações de suposições. E como é triste verificar um certo tipo de aceitação de ideias baseadas no oportunismo conjuntural e bacoco. Recuso-me a engrossar o número desses “manipuladores do tempo” pois tenho como certo que a “verdade é relativa”, ninguém é dono dela e a seriedade intelectual não permite “devaneios”.
         E não durmo sobre o passado. Repouso nele para daí retirar conclusões que possam facilitar a relação das pessoas, hoje e no futuro, numa base de igualdade e de reciprocidade sem traumas. Nesta reflexão não cabem tabus, pois deles não fiz vida e deles não me alimentei.
Desde que me conheço sempre me entreguei a causas, e STP foi uma delas. Ainda nos tempos da chamada “impossibilidade histórica” e para além de mim, não me recordo de muitos jornalistas profissionais portugueses [contam-se pelos dedos de uma mão] que escrevessem e falassem sobre o país. Nesse período, recordo-me de ter transmitido a Pires Veloso, no Porto, a minha [e também do meu sogro] preocupação e apelo para interceder junto das autoridades de STP no sentido de minorar o sofrimento de alguns amigos presos. Nem todos foram atendidos.
E mais tarde, já na era da “mudança”, foi a minha falta de sono e a minha preocupação com os amigos que me levou a liderar as primeiras informações sobre o golpe de 1995, vencendo a distância entre Macau, São Tomé e Portugal. E escrevi e publiquei livros onde coloquei meses e anos de trabalho [estudo e investigação] praticamente sem ajudas. Mas não me queixo. Fi-lo porque senti a importância de poder proporcionar aos mais novos visões diversas da História que, diga-se, não começou em 12 de Julho de 1975. Escravos do Paraíso, Seios Ilhéus, Tons Dispersos, foram alguns exemplos.
E continuei a escrever nunca esquecendo as Ilhas do Meio do Mundo, até vir a público este último EM AGOSTO…A LUZ DO TEU ROSTO, um triângulo de viagens entre Portugal, STP e Macau – como que uma incursão pelos meandros do antigo regime e pelo fim do Império. Assinalo, assim, os 40 anos da independência da terra que me viu crescer e em algumas páginas desenho uma sentida homenagem à Professora e Senhora D. Maria de Jesus, uma das vítimas dos trágicos acontecimentos de 1953.
Não preciso de mediatismo balofo – nunca o solicitei – para expressar as minhas ideias. Continuo transparente e intelectualmente sério nesse combate das palavras e das ideias. Rejeito hipocrisia, bajulação e – sobretudo – recuso participar em atitudes de sabujice. Deixo essa “missão” para alguns que aparecem agora na “pantalha” ou nas capas de alguns jornais.


António Bondoso
Jornalista- CP 359.

2014-11-01

É A VIDA E É A MORTE...SEM PONTO FINAL

Foto de A. Bondoso

É a vida e é a morte – essas coisinhas miúdas, o alfa e o ómega da nossa existência, a condição da passagem, essa mistura de sentimentos, de saudade, de memória, de uma lembrança a correr, de uma angústia permanente, de um tempo sem retorno, de um desfilar de perdidos e achados, de uma romaria às “últimas moradas” levando flores como símbolo de amor e de amizade, assim como que um abraço prolongado no tempo que ainda nos resta, é a vida e é a morte – um tempo outro de saber como somos e o que somos e de onde vimos, pois sem memória não há história, os dias são assim e com eles devemos viver e aprender como se o hoje estivesse desligado do amanhã mas não do ontem, um tempo difícil, perturbador, inquieto, horas de sacrifícios infinitos em que ninguém faz greve à vida e ninguém faz greve à morte, são caminhos que se estreitam de tanto sofrer por nós, são estradas que alargam horizontes de tanta alegria por outros, é a vida e é a morte – um poema interminável, uma relação profunda de uma beleza sem par, um beijo quente apaixonado ou um coração despedaçado, um olhar doce e de meiguice talhado, o calor de uma palavra e a ternura de um toque, as mãos rudes do trabalho e da dignidade mantida, um ombro que ampara a honra na frescura da manhã, é a vida e é a morte nesta relação constante em que uma não se queixa e a outra deixa correr, violinos a tocar e um piano de cauda, melodia harmoniosa de um mundo sempre agitado, percebo mas não aceito tanta vileza a crescer, quem decide sem ter alma quem obedece sem lamento, homens sem porte mulheres sem aprumo, é a vida e é a morte – um vai e vem sem recurso, uma agenda sem os dias a contar coisa nenhuma, um marco de nenhures como sinal inventado, nunca a terra nunca o sol e nunca a lua souberam, é a vida e é a morte…

Foto de A. Bondoso
António Bondoso
Jornalista

2014-10-31

E SE O SOL FOSSE UMA BOLA DE FUTEBOL...

Foto de A. Bondoso
E SE O SOL FOSSE UMA BOLA DE FUTEBOL
(Proto poema) - A Publicar
Se o sol fosse uma bola de futebol
E pudesse ser chutada por humanos
Por certo a energia queimaria
Canalhas, cobradores e caceteiros
E outros seres que
Mesquinhos e marçanos
Acrescentam vileza aos embusteiros.
Se o sol fosse uma bola de futebol
O universo aqueceria corações
Dos mais empedernidos aldrabões!
==== A. Bondoso (A Publicar)
Foto de A. Bondoso
António Bondoso
Jornalista

2014-10-21

PORTUGAL, CHINA, LUSOFONIA E CPLP - UM ATRASO DE 20 ANOS.
A PROPÓSITO DA AICEP E DOS SEUS DIRIGENTES

(http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/aicep-quer-portugal-porta-ligacao-da-china-os-paises-da-cplp)

Neste livro que agora vem a público, conto uma história da qual deixo aqui um breve resumo.



“No plano das grandezas quantitativas, Macau é um pequeno ponto, uma pequena cidade oculta pela grandeza da China. No plano dos valores qualitativos, porém, Macau é exemplo de uma construção política sem precedentes e que corresponde à sua vocação histórica de ser um nó de ligação entre espaços entre gentes e entre culturas”.
                                                                                        Vasco Rocha Vieira, 1996[1]


         Premonição ou não…o facto é que o ex-Governador daquele território lutou pelo reconhecimento desse estatuto, chamando a atenção das autoridades portuguesas para os benefícios futuros de uma atempada “jogada” diplomática que permitisse a Portugal ter o apoio da China – numa parceria de aceitação comum – na definição de uma plataforma de interesses no âmbito da afirmação da CPLP e da Lusofonia.
         Sem resposta – um hábito dos governos em Portugal – Rocha Vieira procurou, apesar de tudo, abrir caminhos a futuros empreendedores e empreendimentos, lançando nomeadamente Moçambique, Cabo Verde e Brasil. (...)




[1] - Governador de Macau, em 25 de Novembro de 1996, por ocasião da apresentação das LAG/97 na Assembleia Legislativa. Apud Em Macau Por Acaso, 1999. Pg.37.

(...)Portanto, na chamada viragem do milénio, Portugal perdeu uma oportunidade de “vantagem” que, com a atual crise, mais agrava a já débil situação geopolítica, pese embora a sua pertença à União Europeia. O país não tem “estatuto” e tem visto enfraquecido o seu tradicional “peso diplomático”. Não apenas com a China – também com os Estados Unidos da América.  
Por isso é que merece a pena refletir bastante sobre um dos últimos textos de Miguel Monjardino no Expresso[1]. O título da crónica, por si só, não parece relevante [Xi Jinping Em Angra]…mas um terço da página a “6 colunas” revela que, de novo, Portugal reconhece a crescente importância de Pequim para o país e faz questão de enviar esse “recado” político a Washington, querendo dizer que a “relação com os EUA não pode depender só das Lajes”. Lisboa e Pequim pretendem apresentar “uma parceria estratégica global”, o que – apesar das diferenças dos dois países na cena internacional – significa que há [deve continuar a haver] uma estratégia que “serve os interesses dos dois países no mundo”.
E é exatamente neste ponto que deve ser apreciado o quadro da CPLP e da Lusofonia, tendo por fundo o Fórum de Macau. Portugal, melhorando e reforçando a sua relação com a China, pode “quantificar” e “qualificar” o seu peso no xadrez da CPLP.(...)




[1] - 2 de Agosto de 2014. Pg.30 do Primeiro Caderno. 

NOTA: = Aceitam-se encomendas do livro EM AGOSTO...ALUZ DO TEU ROSTO, diretamente para o autor através do e-mail antoniobondoso@gmail.com 
Preço de capa (€12,00) +portes. 

António Bondoso
Jornalista

LUSOFONIA - O DESAFIO MAIS ALICIANTE DO SÉC. XXI NO ÂMBITO DAS R.I. (PARTE II)

A LUSOFONIA SÓ FAZ SENTIDO…SE A SENTIRMOS [NÃO BASTA SITUÁ-LA] ACIMA DAS NACIONALIDADES.
SALIENTANDO O QUE DE BOM TEMOS EM COMUM…COMO AS DIÁSPORAS!



E.Lopes pensou e disse que “LUSOFONIA = É mais do que uma comunidade linguística e de afetos.” E pode ser uma grande rede de interesses e de projetos das diásporas lusófonas... (UNIVERSALIDADE DAS DIÁSPORAS)!

}   Para JORGE BRAGA DE MACEDO: -Lusofonia é =  “os oito países [AGORA SÃO NOVE] tentarem encontrar posições comuns sobre problemas internacionais, particularmente os objetivos de desenvolvimento do milénio”. – Nomeadamente o combate à pobreza e, acrescento eu, a epidemias como a SIDA e o ÉBOLA.
}  E entende que o conhecimento mútuo - deve ser “não apenas uns dos outros, mas uns dos outros para chegar a posições comuns”. O que deve ser o “Espírito da CPLP”.
EMBORA NÃO SE DEVAM CONFUNDIR…
…O CONCEITO DE “LUSOFONIA” E A REALIDADE POLÍTICA “CPLP”…NÃO PODEM SER DISSOCIADOS.
        A LUSOFONIA FOI CRESCENDO AO LONGO DE SÉCULOS………
        …A CPLP TEM APENAS 18 ANOS DE VIDA!
        E – SERÁ BOM FRISAR - …
        …DEPOIS DE UMA
HERANÇA COLONIAL TRAUMÁTICA.
===========   MAS...FELIZMENTE
HOUVE= O ESPÍRITO DE BISSAU (R. Eanes/Ag.Neto,1978) nos tempos da chamada “IMPOSSIBILIDADE HISTÓRICA.
=== E MAIS TARDE………
}  O Cenário favorável do pós Guerra Fria (1989 e 1991) = Mudanças/Abertura democrática nos novos países (EXCEÇÃO DE TIMOR).
}  O papel de TANCREDO NEVES/JOSÉ SARNEY .
}  O papel de JOSÉ APARECIDO DE OLIVEIRA/ITAMAR FRANCO.
}  O Papel decisivo de José Aparecido de Oliveira.
MAS tudo isso NUM CENÁRIO DE MUITOS ATRITOS:
}  Equívocos, tendências e “medos” (neocolonialismo e nostalgia do império). Sensibilidades Africanas – GRUPO DOS CINCO.
}  Reservas de Fernando Henrique Cardoso e mau ambiente no Itamarati contra J.A.O.
}  Política Externa do Brasil hesitante s/Timor-Leste (ocupado pela Indonésia).
}  Guerra Civil em Angola. UNITA = “areia na engrenagem” das relações com Portugal.
}  1º Secretário Executivo (angolano Marcolino Moco) e “A construção ameaçada” (***) de Itamar Franco.
}   
========CONTUDO… CABO VERDE!
}  Cabo Verde = atitude positiva e de consolidação  do projeto desde os primeiros anos da CPLP. Ideia do cidadão lusófono.

TEM SIDO, ASSIM, UM PROCESSO
}  Complexo,
}  confuso e
}  conflituoso
                               MAS… ALICIANTE!

 E TEM DESPERTADO INTERESSE:



==== DESTAQUES:
***A VERMELHO…OS 9 MEMBROS ATUAIS.
***A LILÁS :--- O JAPÃO (porque fomos os primeiros estrangeiros a chegar…e há as diásporas de Japoneses no Brasil…e de Brasileiros no Japão); os laços com o SENEGAL datam das descobertas; A NAMÍBIA e, curiosamente, a TURQUIA – que hoje vive um período de grave hesitação e ambiguidade entre o ESTADO ISLÂMICO e o ostracismo do OCIDENTE;  
***A AMARELO:- As Razões Históricas de MALACA; Igualmente da INDONÉSIA (por via de Timor e Flores); Também das FILIPINAS (com a presença do mítico Fernão de Magalhães, que morreu em CEBU ); a AUSTRÁLIA – que eventualmente não quer perder terreno para a Indonésia; o LUXEMBURGO – certamente pela presença da Comunidade Portuguesa; ANDORRA – idem aspas; MARROCOS – também pela História;  a ROMÉNIA – pela circunstância da Latinidade; a UCRÂNIA, a CROÁCIA, a GEÓRGIA  e a ALBÂNIA – talvez pela orfandade que vêm sentindo depois da implosão da Urss e da Jugoslávia; ainda o PERÚ e a VENEZUELA – fronteira com o Brasil e a presença da diáspora portuguesa; e finalmente a ÍNDIA – não só mas também pela história de Goa, Damão e Diu…e certamente para encurtar o avanço da CHINA.
==== Daí… a recente aproximação ao Brasil e também a realização recente dos JOGOS DA LUSOFONIA EM GOA.
Foi lá que esteve nessa ocasião o nosso amigo, confrade da AICEM e ilustre Professor Universitário JORGE BENTO, que  assinalou a sua vivência do momento histórico com algumas intervenções nas redes sociais.
=====E aí fui beber este texto que fala do
 LEGADO DOS JOGOS DA LUSOFONIA

Primeiro: havia políticos radicais em Goa que eram contra a realização dos Jogos da Lusofonia. Mas eles vieram para cá e estão a realizar-se. Esta é a primeira grande vitória da Lusofonia. Neste capítulo, isto significa um grande avanço.
Segundo: o número de jovens voluntários é de 3000. Provavelmente muito poucos faziam antes ideia do que era a Lusofonia. Ora esta experiência muda, por certo, o seu quadro mental.
Terceiro: Goa nunca tinha realizado, segundo o chefe de governo, um evento desta envergadura, em nenhuma área. Além das magníficas instalações que teve de construir, adquiriu competências de organização.
Por tudo isto Goa fica ainda mais ligada à Lusofonia.

E VOLTANDO À CPLP…
JOSÉ PALMEIRA (Docente na Univ.Minho):
Pela diversidade regional dos seus membros, a CPLP pode constituir uma mais valia num sistema internacional cada vez mais global. (2009)
E NO QUAL ENFRENTAREMOS SEMPRE DESAFIOS COMO ESTES ENUNCIADOS PELO PROF. ADRIANO MOREIRA:
}  A Múltipla dependência dos Estados-membros da CPLP  é um desafio para elaborar políticas coerentes sem experiência passada, em vista de um futuro sujeito a condicionamentos de terceiros, futuros abertos a uma complexidade que torna frágeis todas as prospetivas (Adriano Moreira no DN).
=== E AINDA a afirmação do “Bloco linguístico” na ONU e em outros Fora internacionais. Aprofundar a Concertação político-diplomática. [Veja-se a eleição de Angola para membro não permanente no CS da ONU…veremos o que vai acontecer na 3ªfeira com Portugal, na eleição para membro do Conselho de D.H.]. E nesse sentido da concertação político-diplomática, cativar e apoiar também a Guiné Equatorial, claro, mas igualmente a Galiza, sabendo que a
}  Língua = vale 17% do PIB em Portugal. Na CPLP os valores poderão ser mais elevados. Literatura, música, cinema, televisão.
A CPLP carece, portanto, de um Estudo alargado aos NOVE, o qual possa/deva igualmente mostrar eventuais avanços e/ou constrangimentos em territórios como a Galiza, Goa, Malaca, Macau e mesmo na RPChina.
RECORDO QUE HÁ DIAS, EM SEIA, no XXII Colóquio da Lusofonia, Ângelo Cristóvão – da Academia Galega da Língua Portuguesa – comunicava que
“O grande repto que temos pela frente é manter a coordenação entre todos os atores galegos, o que reforçaria esta posição já conhecida e elaborada durante as últimas décadas por diversos agentes culturais, universitários e intelectuais galegos no espaço da língua portuguesa.
A estratégia da Galiza no processo de aproximação da Lusofonia beneficia desta tradição consolidada, do facto fazer parte do território originário da língua comum, da sua localização geográfica, da longa tradição de país com vocação marítima e atlântica, das amplas redes tecidas pela emigração nos quatro cantos do mundo, da ausência de conotações históricas negativas no imaginário coletivo dos falantes de português, e de ser um espaço com um alto nível económico e de desenvolvimento humano próximo da média europeia, o que poderá resultar atraente para os países emergentes e em vias de desenvolvimento.
A Galiza conta, portanto, com uma boa posição de partida, com vantagens claras que deverá saber maximizar, mesmo em relação a outros atores próximos, no desejável horizonte de um relacionamento triangular estável entre a Europa, América e África, sem esquecer Timor, Macau e os territórios de língua portuguesa da Ásia.”

Não devemos esquecer igualmente a concretização do
}  Estatuto do cidadão lusófono – no sentido de se caminhar para uma Comunidade de Povos Lusófonos.
E
}  Elevar os níveis de cooperação multilateral. (Por ex: no âmbito dos Oceanos = ver mapa de ZEE ).1

                        (E as Plataformas Continentais…)

O BRASIL É A CHAVE.
TALVEZ A CHAVE-MESTRA …

==== Mas, pelo menos conjunturalmente, tem deixado que a RPChina assuma o comando das ligações económicas – através do FÓRUM DE MACAU.
           E DA CHINA NÃO TEMOS RECEBIDO GRANDES SINAIS…A NÃO SER DINHEIRO investido em projetos não produtivos!
António Bondoso
Jornalista e Mestre em RI. 
Outubro de 2014