2014-01-25

O MEU TEXTO...ou a minha narrativa...DE 6ªFEIRA:



RUMORES…
… a propósito de algumas ideias e de outras tantas narrativas.

            É voz comum que o rumor não chega a ser notícia e que, não se confirmando, não chega a ser verdade. E diz o “povo” que há coisas que não matam mas moem. Ora os rumores, permanecendo ou sendo latentes, podem não matar mas fazem mossa certamente. Em política e quando a ética é reduzida a zero na versão partidária, chamam-lhe em Portugal “jogos” ou “chicana”.
            Certamente estaremos lembrados do que se passou [do que se disse e do que se escreveu, quer pelos opositores partidários, quer pelos comentadores de muitos órgãos de comunicação social] com o governo de José Sócrates a propósito dos projetos do “novo aeroporto” para Lisboa e do TGV.
            Pois os rumores…esses que – mesmo em semântica – podem não chegar a ser boatos [notícias sem fundamento], aí estão em pleno e em jornais de referência. No “i”, por exemplo, leu-se que “Governo salvaguarda espaço para construção do TGV e do novo aeroporto”. O que já foi dispensável…volta a estar vivo!
            E esse terrível rumor…ainda não cabalmente desmentido por quem de direito [talvez nem interesse muito desmentir, pois vai fazendo mossa…] sobre o corte definitivo nas pensões. O PS falou até na existência de um grupo de trabalho “para-secreto” com esse fim.
            Outro rumor, a merecer mesmo honras de publicação no Jornal de Negócios, mete especialistas ao barulho e que dizem que, afinal, a ADSE já não tem défice e que se paga a si própria. A ser “verdadeiro” o rumor, para quê penalizar ainda mais os pensionistas com o aumento dos descontos para 3,5%?
            Admitindo que os rumores têm objetivos inconfessáveis, o mesmo já não se passa com os factos. Deixo apenas um – não vão as “más línguas” perceber uma eventual “maquinação” da minha parte: nove mil trabalhadores da Segurança Social não receberam atempadamente (no dia 21) o seu salário. Preocuparam-se os governantes, os deputados ou o PR? Mais atenção deram aos “rumores” [podemos chamar-lhes igualmente previsões] de que a retoma veio para ficar. Mas como no melhor pano cai a nódoa, aí está o FMI [Fundo Monetário Internacional] a “travar” a euforia, dizendo que a recuperação no país vai ser apenas modesta!
            Modestamente direi que me chamo António Bondoso e sou natural de Moimenta da Beira. Aqui nasci há 64 anos e aqui regresso sempre que me chamam – a terra ou o coração – ou ainda quando preciso de recarregar baterias. Como diz a canção do Martinho da Vila…quem quiser falar comigo nem precisa procurar. Basta contactar como segue. Bom fim de semana e sem rumores.
Jornalista – CP359.


2014-01-11

NO DIA DO MEU ANIVERSÁRIO...deixo-vos "NÚMEROS" e à escolha um destes cenários:



SOMOS NÚMEROS… (A Publicar)

Por um número se nasce
Por outro número se morre.
E nunca deixaremos de ser um número!

Por uma cédula começou
Ao bilhete de identidade se passou
E quando avançar se pode pela carta de condução
Foi coisa que não tardou
Irrevogável
O cartão de cidadão.
Felizmente não alcançaram ser único
Pois não seria assim justo
Para outros números da roda.
Pelo meio carimbaram a saúde
E pra carregar nos impostos
Nem sequer foi olvidado
Um outro que recebeu
Um título de identificação.



Fiscalidade segura
Quando se cruzam os dados
Da matemática pura.
Injusto não há um número
Qualquer que seja o propósito.
E quem nos governa
E manipula
Sabe sempre apresentar
À hora certa e oportuna
Uma leitura tão terna
Orientada e afável
Da fome que não existe
Da espúria miséria a que se assiste.

E por um número se nasce
E por um outro se morre!
======== A.Bondoso (A Publicar).


António Bondoso
Janeiro de 2014.

2014-01-10


RESSUSCITOU O "CORREIO BEIRÃO" - Moimenta da Beira.


 RESSUSCITOU O "CORREIO BEIRÃO"...(Moimenta da Beira). Creio ser esta a 3ª Série, depois da Fundação, em 1956. 
Colaboro com uma crónica sob o título genérico de "RUMORES"... e com uma JANELA PARA O MUNDO, um caixilho com uma lente sobre questões da at
ualidade internacional. 
Nesta primeira crónica RUMORES...quero apenas referir que - no último parágrafo - a ilha que a CNN
destaca como destino turístico de sonho...é S.Tomé e Príncipe. 
Grato pela leitura. Um abraço de 15 em 15 dias.
A.Bondoso.



António Bondoso
Janeiro de 2014

2014-01-02


OS MEUS LIVROS DE 2013 (III)


Já lá vão Palavras em Tempos de Crise, Laços de Amor Não Morrem e Um Grão de Café.
Neste espaço que criei sobre os meus livros de 2013, chega agora a vez de Lusofonia e CPLP – Desafios na Globalização. Editado com a ajuda preciosa das Edições Esgotadas, esta MINHA obra tem, não por acaso, um outro subtítulo: «Ângulos e Vértices ou Defeitos & Virtudes de um Processo Intemporal». E digo isto, exatamente numa altura em que a Política Externa portuguesa e a diplomacia de um governo incompetente acabam de cometer mais um erro – ao suspender os voos da TAP para a Guiné-Bissau. Uma “sanção” desnecessária e que atenta contra os interesses de Portugal, da Guiné-Bissau e da CPLP, infringindo igualmente um dos três pilares fundadores da Organização. E que me conste, ainda não me apercebi de uma reação do Comité Executivo ou do seu presidente, nem sequer da “presidência rotativa” do Conselho. E quem se lembra das posições de Borges de Macedo sobre política externa – presentes no livro – saberá que a história aconselha os interesses comuns e os afetos. E quem não ouve a História, é cego e surdo perante o futuro!
         José Carlos Venâncio – catedrático na UBI – a quem o autor recorreu, quer citando as suas posições sobre a temática, quer efetuando uma entrevista exclusiva, disse do livro ser praticamente uma tese de doutoramento. Teresa Cierco – docente na Universidade do Porto – depois de referir a vasta bibliografia sobre o tema da Lusofonia e de dizer que há já alguma coisa escrita sobre a CPLP, afirma que “Neste conjunto, este livro destaca-se porque tem a originalidade de interligar as duas questões, referindo-se à CPLP como um instrumento que poderá ser útil à Lusofonia”. E citando Venâncio, Teresa Cierco recupera a ideia de que “apesar de ser difícil dissociar uma da outra, a Lusofonia é uma realidade que vai muito para além da língua”. E Jorge Bento, igualmente docente na Universidade do Porto, dá realce aos laços sólidos por via dos afetos – citando Adriano Moreira e dando exemplos de Goa e da Amazónia brasileira, nessa região particularmente no que diz respeito à culinária – ao mesmo tempo que refere o sentido de oportunidade da obra, sobretudo pela manifesta necessidade de introduzir profundidade na discussão do tema. E recorda mesmo uma recente declaração de Ramalho Eanes ao jornal Público, na qual se espelha a ideia de que Portugal – depois do fim do Império – se ligou demasiado a um equívoco: o projeto europeu, que foi sendo destruído e hoje já não existe.
         Sem querer transformar este espaço numa manifestação narcísica, acrescentarei apenas parte da minha dedicatória (de 2012) neste Lusofonia e CPLP-Desafios na Globalização: “Admitindo como verdadeira a ideia de que, quando o sonho se concretiza, deixa de haver utopia – continuemos a sonhar nesta tarefa de consolidar a lusofonia e a atuação da CPLP. Que o não-lugar que nos foi legado pelos Gregos vá deixando de ser paulatinamente o lugar que não existe, prolongando o sonho. Fixemo-nos no Trapézio dos Oito e nos Mares que os unem, abraçando simultaneamente todas as diásporas”.


Cumprida a tarefa de escrever sobre os quatro livros que escolhi para destacar no ano de 2013 – e aproveitando a circunstância das diásporas – não poderei deixar de falar ainda no excelente projeto que foi a edição da Agenda Mangwana para 2014, uma louvável iniciativa do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora (CEMD) na qual tive o prazer de colaborar com 5 poemas. Chamei ao projeto UM LIVRO COM MUITOS DIAS…e com muitos poemas! 

Um “poema” pode ser igualmente considerado um texto de Rui de Azevedo Teixeira sobre o comandante ALPOIM CALVÃO – uma figura de outra galáxia – publicado na revista TABU, em 27 de Dezembro de 2013, parte integrante dessa edição do semanário SOL. Numa conversa que incluiu, para além de Rui Teixeira e de Alpoim Calvão, o vice-almirante José Carvalheira, o general Almeida Bruno e ainda Ângelo Lucas, a parte final do texto oferece-nos os pratos fortes: a crise os países lusófonos, o patriotismo. “Portugal é o arreigamento, o «mais antigo e constante Amor, que nunca vacilou», de Calvão. Portugal é a palavra da sua vida. Emparelha-a com Império. E, já há décadas, com Lusofonia. Sem qualquer relação neurótica com as ex-colónias. A sua condição saudosa de português não é nem passadista nem arca com complexos de culpa”. Vale a pena ler…e perceber!
António Bondoso
Jornalista – CP359.
Janeiro de 2014
         



A MELHOR MAÇÃ DO PAÍS...UMA DAS MELHORES DO MUNDO!!!


Foto de Vanessa Alves...em Coimbra.

MERECE UM POEMA...ELA PRÓPRIA É UM POEMA!

A MAÇÃ… DE MOIMENTA.(A Publicar)

Da árvore flor e fruto
A maçã se torna um símbolo
Da terra… e tantas pedras em bruto,
Doce tentação de muitas cores
Pomares de muitos amores.

Nesta Beira que é miolo
Do nosso país tão crioulo
A maçã pomo-de-adão
Tanto lembra e questiona
Se na terra há um milagre
Ou tudo é fruto da paixão.   
========= A. Bondoso (A Publicar)

António Bondoso
Janeiro de 2014.

2014-01-01

CULPADO!


CULPADO !

E o culpado também sou eu
Por viver ainda neste país!
E de
Podem crer
Acreditar nos políticos que nos governaram
E naqueles que nos governam
Governando-se.
As exceções
Talvez pelos dedos das mãos
Se contando
Não chegam para o equilíbrio.

Sou culpado
Confesso
Pela impotência de fazer com que outros
Se revoltem
E chamem mais uns quantos à revolta.

Sou culpado de igual modo
Por permitir que ainda haja portugueses
Escravos da ganância
E que muitos outros se consintam escravos
Das ideias que geram injustiça, pobreza e
Miséria!
Culpado por consentir
Que analfabetos políticos participem
Nessa opção pela escravatura.

Culpado
Por incapacidade
De evitar que a corrupção grasse
Neste país e desgrace
Irrevogavelmente
O seu bom Povo.

Culpado
Por acreditar
Na eternidade dos simples e da bondade
Dos que praticam a verdade.
Também não é difícil
Ser culpado
Pela dificuldade em espalhar
Ao universo
A mensagem da virtude e do caráter.

Sou culpado por ser idoso
Culpado pelo país
Que ajudei a construir
Por tudo o que me obrigaram
A contribuir
Pela reforma que alimentei
E o Estado injusto
Sem direito
Pretende agora subtrair.

Sou culpado
Pois a culpa não pode morrer solteira.
Casada com a mentira
A culpa é infiel à verdade
E eu sou culpado por isso.
De “traição” em “traição”
Sou acusado
Culpado:
Diz a sentença!

Contudo
Insiste a dúvida
Sem provar
E o que resta da justiça
É esse fogo da culpa.
A culpa de ser injusto
Desonesto, desleal
Uma culpa tão intensa
A uma imensa distância.

É uma culpa brilhante
De mera estrela cadente
Tão grande culpa
De ser
Voz enrouquecida
De não ter.

De tudo serei culpado
Ou quase.
De ainda viver neste país
Sem dúvida.
Só não me podem culpar
Por ter nascido
Pois nada me foi perguntado
Nem sequer
Se era vontade minha.
========= António Bondoso

Dez 2013/Janeiro 2014