2015-07-28

A PROPÓSITO DOS 8O ANOS DA RÁDIO...(e do hino comemorativo)

Foto de António Bondoso
(Texto de 2010)
A RÁDIO EM PORTUGAL ESTÁ QUASE A COMPLETAR 80 ANOS...
...MAS AINDA NÃO TEM  MARCADA  A DATA DA SUA MORTE !

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Anunciada ciclicamente – a televisão, a internet, a era digital – a morte da “rádio” tem vindo a ser adiada, não por milagre, antes pelo combate e pelo empenho na capacidade de adaptação aos novos tempos. Mas não bastam as novas tecnologias, não é suficiente “arrumar” tudo ou quase tudo no disco rígido de um moderno computador. É preciso que a rádio volte a estar com as pessoas e que tenha gente dentro! Que seja capaz de pensar e de reflectir e que saiba provocar no auditório a capacidade de dialogar, discutir serenamente e reagir aos desafios.  
Cinco anos e alguns meses depois de ter sido praticamente “empurrado” para uma aposentação precoce (hobby desde 1967- profissional desde 1973) com 55 anos de idade, continuo a pensar que o “segredo” da rádio está nas pessoas. Em profissionais competentes, imaginativos e criativos – para além de cultos, naturalmente – e em ouvintes interessados, pensantes e motivados. E nos sons! Na música que acalma e apaixona, no discurso simples e claro das vozes que animam, mas sobretudo no plano superior das entrevistas e das reportagens que falam de coisas sérias, no plano superior da imaginação e da criatividade com ética.
Algumas vezes a rádio é um silêncio feliz, mas muitas outras pode ser um ruído profundo, provocador, inquieto e perturbador.
Tudo isto é real nos capítulos do meu livro que vai estando cada vez mais perto, apesar da lentidão com que vou passando para o tal disco rígido as ideias – minhas e dos meus amigos – sobre como foi a rádio e como deveria ser hoje.
A Rádio, para mim, prossegue sendo uma guitarra freneticamente manipulada por Jimmy Hendrix ou docemente acariciada por BB King, das quais podem sair notas de um afro-americano rock de Harlem ou de um afro-americano blues a caminho de Memphis – onde já destruíram a magia da Rua Beale. A rádio e a música de sentimento, a rádio e a voz de protesto, a rádio da memória escrava, a rádio da sensação libertadora.
A Rádio, para mim, vai sendo a memória da magia do microfone, a magia dos sons, a magia do que fica para além do alcance da imaginação, a magia que permanece no estúdio, no “pick-up” que roda em 45 rotações a voz de Franck Sinatra ou um LP/33 de Maria Bethânia, a magia da “fita” onde se gravaram as impressões de uma conversa amena entre Igrejas Caeiro e Aquilino Ribeiro ou entre Fernando Pessa e Almada Negreiros, a magia do “cartucho” onde se alinhavam spots publicitários anunciando as virtudes da brancura do skip ou apelando à presença na Grande Noite do Fado no Coliseu dos Recreios.
E a magia da distância que a onda curta e o transistor resolvem, como estar às portas do deserto entre a Tunísia e a Argélia e poder ouvir as notícias de “casa” ou o relato de um Sporting-Porto em Alvalade...praticamente em cima de um camelo. Ou estar na Ilha de Moçambique, de noite e sem energia eléctrica – à luz de uma vela apenas – e receber as sensações de um outro jogo de futebol no desaparecido Estádio das Antas.

Como dizia o publicitário Bob Schulberg em 1989 – o ano da queda de mitos e muros – “ a televisão não é ruim, mas a Rádio é mágica. Se a televisão tivesse sido inventada antes, a chegada da radiodifusão teria feito as pessoas pensarem:- que maravilhoso que é a Rádio! É como a televisão, só que nem é preciso olhar!”. 
=== António Bondoso
Jornalista
PS: O hino agora gravado, para corresponder à grandeza da data, deveria ser mais VIBRANTE!

2015-07-27

A PROPÓSITO DO DIA DOS AVÓS...eu que já não tenho qualquer deles perto de mim.

Luiza Veiga e Zeferino Bondoso

PRIMEIROS BISAVÓS


Aparece

Por cima dos meus olhos

De repente

Visão escrita… ou o refrão da minha prece

E diz simplesmente

Que os primeiros bisavós dos avós dos meus avós

Eles que depois voltaram a ser avós

Nasceram lá onde tudo acontece.



Provavelmente no sul

Numa África de rios e de mares

Grandes lagos onde o Nilo se alimenta

Níger… Congo… Zaire… Zambeze…

O Atlântico e o Índico em tormenta

Para lá do Cabo onde as fontes são palmares

Agora já secos de uma vida tão azul.


Séculos e milénios de passos e caminhos

O tempo viajou depressa e deixou

Gerações atrás de gerações que se perderam

E hoje não me lembro já de quem amou

Os primeiros bisavós dos avós dos meus avós

Que depois deles voltaram a ser avós

Se espalharam possuíram e viveram.




Caminharam…lutaram  

Pisaram e passaram as curvas dos escolhos

E seguiram a estrela dos pais que viram luz

Errando para além da morte

Nos seus olhos

Até chegar à terra que é do norte

Repousando os pés … nas pedras que calaram  

A voz da música e o silêncio que produz

O pensamento quente dos tambores

Anúncio encomendado dos amores

Dos bisavós dos avós dos meus avós

Que depois deles voltaram a ser avós !

  


E assim se cumpriu o meu destino

E de outros que paridos tão a norte

Navegaram conheceram amaram sem favores

Outros mundos novas terras tanto hino

À liberdade, e descobriram antes da morte

Que os primeiros bisavós dos avós dos meus avós

Mereceram, gente comum, elogios e louvores

De sábios senhores mais velhos e de gente como nós !    
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António Bondoso ( Em "...DA BEIRA! Alguns Poemas e Uma Carta para Aquilino, 2008)

2015-07-23

30 ANOS...OU UM QUARTO DE UMA VIDA!


UM CAMINHO COM NORTE!

         Poderia resumir o texto a uma simples frase, como é habitual na forma de assinalar os aniversários de quem gostamos. Mas avanço, mais uma vez por ele.
         Poderia ter sido a 25, mas foi decidido para 23. De Julho, do ano da Graça de 1985.
         E nasceu, para gáudio dos pais naturalmente e também dos avós que ainda eram. E dos tios, perfilados, como se da espera de um messias se tratasse.
         E num rasgo puro de visão, num ato de raro alcance psico-sociológico, entendeu-se que o recém-nascido deveria chamar-se António, como o pai, e Miguel porque estava na moda, sem esquecer os apelidos.
         Não por acaso foi nascer à Sé, afirmando-se como tripeiro – de jure no início – igualmente “de gema” com o andar da carruagem.
         Foi há 30 anos – praticamente um quarto de vida preenchida com avanços e recuos, venturas e desventuras de quem é, por inteiro e com “coluna”.
         Que permaneça inteligente para manter o caráter, é o que desejo e espero. Que permaneça sensível e meigo e busque sempre a humanidade! Forte abraço do pai.


António Bondoso
Julho de 2015

2015-07-21


DIZEM QUE FOI O DIA DO AMIGO...
ONTEM, 20 JULHO.


QUANDO REVEJO OS AMIGOS.

Quando revejo os amigos
Companheiros de saudade,
O tempo que foi marcante não morreu
Ficou suspenso
De palavras nunca ditas
Ideias e emoções a ferver dentro de mim.
Memória viva saída
Arrancada aos corações
Em abraços e sorrisos que nascem
De cada olhar
Parido num frente a frente
Ou na lente de uma câmara.
Nessas alturas eu digo buscando
Dos Santos Ary
Revejo tudo e redigo meu camarada e amigo
Estou aqui...estou de pé como cresci.
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AB.2011. ( Em O PODER E O POEMA -2012; e em O RECOMEÇO - 2014 ). 


António Bondoso
Jornalista
JULHO…E O MEU CONTENTAMENTO!

Foto de João Oliveira

         Ele há o 4 de Julho nos EUA; ele há o 14 de Julho em França – datas de um enorme simbolismo de “liberdade” – mas eu reservo para mim o contentamento do dia 21 de Julho, quando a liberdade de amar e de partilhar me colocaram perante uma nova etapa do meu caminho e da caminhada daqueles que, comigo, partilham os laços familiares diretos.
         Ele saiu, ela saiu…e juntos iniciaram a venturosa aventura de viver e de crescer unidos, a partir de 21 de Julho de 2012. Um pequeno passo para a humanidade, é certo, mas uma decisão de grande alcance para a Célia e para o Miguel na construção do seu futuro comum.
         O país não tem facilitado a tarefa, mas eles são fortes e determinados. E por isso renovo o compromisso de ideias e de ideais, para além dos votos e bençãos de felicidades.
         Por todos os outros pais (Amparo, Virgínia e Fernando)…assino apenas Tó. E, assim, vou dando corpo ao Julho do meu contentamento. Antes do "Agosto Azul"...ainda aparece o 23 de Julho. 
António Bondoso
Julho de 2015


2015-07-16


UM PONTO DE VISTA...


UM TEMPO DE PRINCÍPIOS
(Ou o espelho de uma vida…)

40 anos nos separam…
E permaneço fiel aos meus princípios!
40 anos nos separam…
Mas continuo um desalinhado!
40 anos nos separam…
E quanta água e quanto céu já preencheram a viagem!
40 anos nos separam…
Mas o mundo continua a girar enlouquecido!
40 anos nos separam…
E o coração humilde bate certo!
40 anos nos separam…
Mas o chão que piso é diferente!
40 anos nos separam…
E a alma voa livre em campo aberto!
40 anos nos separam…
Mas os pés caminham serenos na verdade!
40 anos nos separam…
E as mãos prosseguem escrevendo o tempo!
40 anos nos separam…
Mas ainda há utopias que alimento!
40 anos nos separam…
E eu persigo uma miragem mesmo longe do deserto!
40 anos nos separam…
Mas não renego em rigor o meu passado!
40 anos nos separam…
E o meu futuro é ausente!
40 anos nos separam…
Mas mantem-se a cadência de um dia após a noite!
40 anos nos separam…
E um grito intenso de revolta acorda o meu presente!



Julho de 2015
António Bondoso

2015-07-13

O MOTE DA DEDICATÓRIA...NO LIVRO DE CARLOS MELO SERENO.


A capa é importante, mas às vezes uma dedicatória faz um livro!
E no caso deste Retrato de Rimas Soltas que o Carlos Melo Sereno nos oferece, por meio da Chiado Editora, descortino ou penso perceber a situação curiosa de – embora não o declare abertamente como tal – ser a figura maternal a merecer as honras da “dedicatória”, pelo menos do texto de abertura enquadrado de forma magnífica por uma excelente foto da “coautora” Helena Lagartinho. E nesse texto está a razão de ser do livro: “Acreditei que a vida era um soneto eterno, onde todos cantariam o amor, a amizade, a solidariedade e assumiam a partilha de emoções”. Na continuação desta ideia, o reforço da escrita pessoal quando elogia quem adquiriu o exemplar. No autógrafo, lá aparecem as palavras “postura social e cultural”. É disto que trata a minha relação de amizade com Carlos Melo Sereno: solidariedade, preocupações sociais e culturais, partilha de emoções. São palavras transversais à sua poesia, expressas não apenas neste seu primeiro livro…mas já de há muito no seu blogue Saudades de S. Tomé. É assim que nos aparece o «verbo amar/ao alcance de toda a gente!», «que se calem os lobos» (em Revolta Contida), o menino «sem lugar na terra,/sem direito à vida,/sem qualquer futuro,/nem sequer presente,/nascido para morrer/e ser vítima inocente,/da maldita guerra!». Ou ainda «a revolta, que é mais dor,/de um trabalho quase escravo» para além dos poemas Terra de Ninguém, Os Miseráveis ou O Banco do Reformado.
Mas “Não vou deixar/que a vida me fuja” – diz ainda o autor, prometendo “gritar a todo o mundo,/que serei puto toda vida”.  É um capítulo de afirmação mais intimista e filosófica, onde aparecem Platão e Alunagem por exemplo ou igualmente Alternativa, no qual refere que «O amor abre falência/ e a morte é alternativa,/a vida não faz sentido!!!».
Por outro lado, Carlos Melo Sereno descobre Uma Jangada e um Barco de Papel no Lago Azul da Tua Vida, navegando de Mãos Dadas e com Desejos até à Ilha Onde Deus Viveu – uma Ilha de Coral em paisagens tropicais, onde se ouve o Batuque e o marulhar da Praia das Sete Ondas.
São saudades que partilho com este médico-poeta, também fotógrafo, nascido em Aveiro e criado em Águeda, e que passou por Moçambique no serviço militar.
Depois dou notícias!!! – afirma a terminar. Esperando que as notícias sejam um novo livro…aguardo e abraço.


António Bondoso
Jornalista.

2015-07-12

UM NASCER DO SOL...QUE MARCA UMA VIDA!


NASCER DO SOL EM S. TOMÉ (A Publicar)

Ali vi um dia o sol nascer
Manhã desperta
Fixando o horizonte a transformar-se.

Ansiosa contagem a passar cada segundo
Eram cinco e trinta e dois
De um agosto já perdido
O astro poderoso a crescer no Equador
E o olhar a acompanhar
A luz mais forte deste mundo
A aquecer e a queimar
O tempo de um novo dia
Que o coração…sem querer
Já esquecer não podia.

E em frente estava o mar
Que refletia o poder
Desse sol que depois
Alimentava a flora
Aspirava as gotas húmidas
E sem molhar a história
Trovejava  mil pecados
Em tantos verdes pintados
Que a alma…sem eu querer
Perdão pedia por ser.

O mar e o sol a acompanhar
O transpirar das ideias
Tórrido calor de vida
De gente de muitas cores
Que partiu e que chegou
E quase sempre voltou
Mas valendo o pensamento
Quase nunca me acompanhou.
Porque são coisas diferentes
Estar e ser…mais ainda pertencer!
=== António Bondoso (A Publicar)


António Bondoso
Jornalista

2015-07-11

CÉU ETERNO...



CÉU ETERNO…

De São Tomé tenho o céu
E as nuvens carregadas de mensagens.

Chovem letras e palavras
De saudade
Que o calor liberta
Evaporando
E depois se concentram bem fechadas
No andar superior da nossa idade.

Não cuido de saber o que me dizem
Nem preciso confirmar quem as escreve
São palavras de ternura e de amizade
São ideias que germinam
Cristalinas
Derrubam mitos e lendas que não sabem
Andalas despidas de palmeiras
Ressequidas.

De São Tomé tenho o sol
E toda a sede fresca de um desejo
De São Tomé tenho o Príncipe
E o azul claro das águas que revejo

De São Tomé tenho o tempo
Em horas e dias pendulares

De São Tomé tenho a alma
Dissimétrica e pura nos olhares

De São Tomé tenho a gente
E o sorriso generoso das crianças

De São Tomé tenho o aroma das flores
E a força épica das raízes do ocá

De São Tomé tenho a música
A mais bela melodia já tocada
Por um eterno ossóbó e por uma camussela delicada.

======== António Bondoso
Julho de 2015.
40 anos independência STP



António Bondoso

2015-07-09

PONTO FINAL...


PONTO FINAL

Chegou-me via mensagem “feicebuquiana”. E foi um choque. Que me deixou meio abananado toda a tarde. Até agora, quando decidi colocar um ponto final no entorpecimento. À dimensão do ponto final na vida deste camarada que me foi acompanhando desde muito cedo e a partir de S. Tomé. O Carlos Barros extrovertido, amigo sorridente, bem disposto, desabrido, fosse na carteira da Escola Vaz Monteiro, fosse nas salas e no recreio do Liceu de D. João II, fosse nos convívios dos “forros” neste país à beira-mar plantado ao qual retornámos depois das portas que Abril abriu. Até pareces um branco – costumava ele dizer!
Deixo-vos com a imagem de um forte abraço que demos há uns anos. E deixo-lhe a ele, fuzileiro que foi na Guerra Colonial, o grito dos fuzos. Aqui apenas por escrito, claro, mas gritado com muita força e do fundo da minha alma : “Fuzos…Prontos! Do mar = prá terra! Desembarcar = ao assalto! Desembarcar = ao assalto!”.
Até sempre Carlos.  Ponto final!
9 Julho 2015.


António Bondoso

2015-07-06


LIDERANÇA E POLÍTICA


LIDERANÇA E POLÍTICA

Moisés, segundo a Bíblia, retirou o seu povo do Egito para o conduzir à Terra da Promissão, fugindo à escravatura. Moisés – conhecido como líder religioso e como legislador – anunciou-se com uma liderança forte, capaz, inteligente, corajosa, independentemente das suas origens. E comandou o “êxodo”, apesar de no caminho se apresentarem novas perspetivas a cada instante. Por isso é que a “travessia do deserto” foi feita no meio de muitos conflitos e de sofrimentos, vitórias e alegrias. Mas cumpriu a sua missão. 
Séculos depois, na Europa, homens políticos de visão entenderam que os caminhos da Paz deviam passar pela união de povos e de Estados, na base da igualdade e da solidariedade, para evitar novas “guerras” como as que marcaram as primeiras décadas do século XX. Contudo, os governantes mais recentes – incapazes de ser líderes – não souberam ler sinais, muitos deles evidentes, prenunciando um tempo de “espírito” novo a merecer novas abordagens e novas soluções. A esta luz, a união política não é desejável e a união monetária é impraticável. Só lá está quem quer, é um facto [independentemente de os povos se terem pronunciado ou não], mas há “União” com todos ou…o projeto é uma falácia. Por que razão está o Reino Unido de fora da “Zona Euro”?
E foram estes governantes – e não líderes – que conduziram muitos povos para um novo regime de escravatura. Uma escravatura monetária e financeira, na qual a “política” já não é primordial nem governa. Os governantes são apenas meros executores da ganância financeira.
Recordo agora, não sem uma ponta de mágoa e de tristeza, o que me disse há tempos D. Manuel Martins, Bispo emérito de Setúbal, sobre o Poder Político – o mais nobre dos poderes – que, apesar de tudo, pode, infelizmente, “dar em portas abertas para corrupção, injustiças de toda a ordem, boyismo, vaidades pessoais e familiares”. Porém, acrescentou, “é uma função nobre. É uma das funções mais nobres. Exerce-se com autoridade confiada (eleições) em vistas a realizar um serviço inteiro, competente, feliz, a toda a Comunidade. «Eu sou tu». Político versus Sociedade”.
Seguramente, não é isto que se passa hoje em Portugal e nesta União Europeia, cujos “pilares” fundamentais vão sendo derrubados por tecnocratas ao serviço da alta finança.
Miguel Torga sempre desconfiou deste nosso abraço à CEE, primeiro, e à EU, depois, insurgindo-se contra a ideia «da subserviência às ordens de uma Europa sem valores, incapaz de entender um povo que nela sempre os teve... É o repúdio de um poeta português pela irresponsabilidade com que meia dúzia de contabilistas lhe alienaram a soberania (...) e Maastricht há-de ser uma nódoa indelével na memória da Europa.»
==== António Bondoso



Grego não, que não sou, mas que saudades
Duma Grécia de artistas e de crentes
Em paisagens e formas permanentes
Onde se apaga a marca das idades (Torga, 1999: 547-548).

==== António Bondoso
Jornalista.
Julho de 2015