2007-12-21

OS MAIS E OS MENOS DE 2007 !

NACIONAL

NO GOVERNO NÃO É DIFÍCIL ESCOLHER UM "MAIS" ! ... TALVEZ SÓ LUÍS AMADO. Para além do motorista do PM e do contínuo da Presidência do CM.

A ESCOLHA DO "MENOS" É QUE SE TORNA COMPLICADA - tantos são os pontos fracos. Como por ex o caso dos Reformados/Aposentados : - com todas as "reformas" introduzidas, são eles próprios a sustentar o "sistema" !

NO PS - não sei se o "s" é de Socialista ou é de Sócrates - sobram "tachos" mas faltam militantes/simpatizantes competentes. Por exemplo o sr. AM : - depois da RTP/RDP, lá foi a correr marcar as "faixas" das EP.

NA OPOSIÇÃO - o PSD ( ou ainda é PPD/PSD?) só mudou em altura ! E ganhou mais capacidade demagógica, com pronúncia à moda de Gaia.

- o CDS/PP ( já era altura de se definirem!) voltou aos tiques do Paulinho das Feiras. A credibilidade "faz-se caminhando" - não cai do Céu !

- o PCP ( de vez em quando, como a Floribela, fico confuso com tanta sigla... APU, CDU, PCP/PEV...), honra lhe seja feita, continua a combater "moínhos de vento" - é vê-los por essas Serras acima ! - e o seu velho e figadal inimigo PS. E é aproveitar a onda, pois a Leste há um novo Czar a precisar de alianças robustas e capazes de oferecer uma FESTA DO AVANTE.

- o BE (ainda sem identidade definida), herdeiro da Esquerda Alegre do PREC,
lá vai saltando de parede em parede e sempre à procura de espetar mais um prego!

- os VERDES, nunca mais amadurecem. Nem crescem nem deixam crescer. E continuamos sem o novo aeródromo de Lisboa e sem o TGV. Talvez o melhor seja designar-se TBV ( Transporte de Baixa Velocidade) - pois os acidentes já começaram ! E junto aos carris não há patrulhas da GNR !

E depois, temos os chamados mais pequenos - ou menos grandes. O PND é Manuel Monteiro e mais dez! Lembram-se daquela célebre frase de Quinito "é o Gomes e mais dez" ? Que saudades tenho dos velhos tempos do PCTP/MRPP, com o "Educador" da Classe Operária Arnaldo Matos e o jovem Durão Barroso ! E da UDP do "conselheiro" Acácio Barreiros e do Major Tomé. E da FEC/ML e de tantos outros que "engrandeceram" o PREC.

*************** DEPOIS DA POLÍTICA (COM TODAS ESTAS ESTRELAS) VEM O DESPORTO.
E NO DESPORTO, COMEÇAMOS PELO FUTEBOL :

MAIS - A coragem de JAIME PACHECO e de CAMACHO.
MENOS - A "visão" de Jesualdo Ferreira, Madaíl e Scolari.

MAIS OU MENOS - Os apitos. E duram...duram...duram!
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$$/€€ - NO BASQUETEBOL, nem sequer há equipas para o campeonato da Liga (?).
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&&&& - NO HÓQUEI EM PATINS :
MAIS - F.C. do Porto. Hexa, a caminho do Hepta.
MENOS - Selecção Nacional. Quando é que voltamos a ser campeões de "qualquer coisa" ?
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NO ATLETISMO perdemos o "fundo"...
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AGORA O QUE ESTÁ NA MODA É O "TRIATLO" e a milagrosa VANESSA FERNANDES.
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(ainda em tempo)
MAIS : -- O Chamado Desporto Adaptado.
MENOS : -- As novas tecnologias no Futebol. E isso resulta ? Nem no Ténis !..............

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BANCA E NEGÓCIOS :

MAIS : -- PT e GALP .
MENOS : -- SONAE, BCP, JARDIM GONÇALVES E JOE BERARDO.

MAIS OU MENOS : -- DIFICULDADES DO GRUPO PESTANA EM S.TOMÉ E PRÍNCIPE.
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HUMOR

MAIS : -- OS HOMENS DA LUTA !
MENOS : -- HERMAN JOSÉ.

MAIS OU MENOS : -- GATO FEDORENTO. ( o burro sou eu ... )
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CANTIGAS

MAIS : -- JORGE PALMA E O "NOSSO FADO":- CARLOS DO CARMO, MARIZA E ANA MOURA.
MENOS : -- QUINZINHO DE PORTUGAL ( quem não aparece, esquece! ).

MAIS OU MENOS : -- Teresa Salgueiro... ( VAMOS VER O QUE DÁ A SOLO...).

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NOTA : OS SECTORES AQUI (ESQUECIDOS) NÃO REFERIDOS, SÃO
INCLASSIFICÁVEIS !!!


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INTERNACIONAL

MAIS : -- CONFERÊNCIA DE BALI SOBRE O AMBIENTE ! AL GORE !

MENOS - COM TEMPERATURA MUITO BAIXA -30º!
O ASSASSINATO DE BENAZIR BHUTTO..........

Já toda a gente condenou (lágrimas de crocodilo), mas a culpa vai morrer solteira!
O problema é que não é só a culpa. E a contagem ainda nem sequer começou.
O tempo vai aquecer naquela que é uma das zonas mais explosivas do Globo!
Que Serviços Secretos estarão na "origem" da matança ?
Quem vai tirar mais dividendos da morte da carismática líder paquistanesa ?
Seja quem for, --- o certo é que, quem perdeu foi a Democracia! Também o combate ao terrorismo ( Al Qaeda e Talibã).

MENOS : -- G.W.BUSH,PUTIN, MUGABE, CHAVEZ E ... outros Ditadores.
IRAQUE, ZIMBABWE, FOME E DOENÇAS EM ÁFRICA.
O ETERNO PROBLEMA ISRAELO-ÁRABE.

PAQUISTÃO, MYANMAR, IRÃO E ARÁBIA SAUDITA.
CHINA ( Tibet ).

MAIS OU MENOS : -- CIMEIRA EUROPA/ÁFRICA.

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ATENÇÃO : -- O ANO AINDA NÃO TERMINOU !
PODE HAVER OUTRAS SURPRESAS...

... e estou aberto a sugestões !

António Bondoso

PREVISÍVEL !

Eu até já estava preparado ! Embora na época passada tivesse sido depois do Natal...

Quando JF - uma inteligência pura e rara - começou a falar em seriedade e em competência... e quando soube que nem Tarik nem Quaresma poderiam jogar contra o Nacional, quase adivinhei o filme da Madeira ! Outra coisa não seria de esperar, com a alta cotação de João Jardim e de Joe Berardo. É um bailinho !

E não se desculpem com o penalty ! Assumam os erros da táctica e os dos jogadores !
Tínhamos o "jogo controlado" - disse JF. Tal como em Liverpool. Só que, na Inglaterra, ainda jogaram alguma coisa e marcaram um golo. Sai Postiga por se ter esforçado muito ; sai Meireles pela mesma medida... mas continua em campo o "diamante bruto" que é Mariano Gonzalez.

Razão tem Camacho, quando diz "dediquem-se a outra profissão" !

Agora na China, por exemplo, com a aproximação dos Jogos Olímpicos, talvez se consiga convencer os Chineses de que seria útil construír uma "calçada à portuguesa" junto às instalações da comitiva lusa na aldeia olímpica. Artistas qualificados - precisam-se !

BOAS FESTAS E ATÉ P'RÓ ANO !

António Bondoso

2007-11-29

TENHAM CORAGEM !

PROFISSIONALISMO QUER DIZER RIGOR E COMPETÊNCIA !

Socorro-me do título de Francesco Alberoni, para lembrar aos profissionais do jornalismo que é preciso ter coragem. É um "instrumento" que não se compra, assume-se ! E, para isso, é preciso ser-se responsável, saber o conceito e ter-se o sentido da ética !

Esta introdução daria para muitas matérias, mas cá estou eu - de novo - com o futebol e com os "camaradas" (peço desculpa!) das televisões.
O F.C. do Porto perdeu em Liverpool - os números não deixam margem para dúvidas - mas isso não pode influenciar o rigor (a falta de...) de quem descreve (vendo) lances como o da grande penalidade que deu origem ao terceiro golo dos ingleses. O clube azul e branco perdeu e pronto! Não há "derrotas morais" - e as "vitórias morais" são muito caras, estando (apesar disso) muito na moda nos últimos tempos para Paulo Bento e Soares Franco e para Camacho e encarnados Kadafianos.
O que eu quero dizer é que, naquele lance do jogo da Liga dos Campeões, o árbitro conseguiu transformar um livre contra o Liverpool num penalty contra os portistas. O jogador Stepanov, quando levanta o braço esquerdo e toca na bola, fê-lo pressionado pelo atacante inglês, pendurado, agarrado - como que "afogando" o náufrago naquele mar inclinado (muito encarnado) de Anfield Road. Tal como já acontecera, dias antes, no Dragão - um jogo muito Xist(r)oso - mas o Setúbal não tem a força de um Liverpool ! Na transmissão em directo ninguém o pode evitar ( e penso até que o realizador inglês foi "longe demais"...) - mas há um ângulo de visão em movimento lento que mostra claramente a falta do atacante inglês ! Dos "ingleses" nada me admira. Logo que deram pelo "erro", essa imagem foi esquecida. Mas dos portugueses - meu Deus! Blasfémia. De esquecida, a imagem passou a censurada. Nunca mais se viu ! E uma mentira tantas vezes repetida, passou a ser verdade !
TENHAM CORAGEM !

NOTA:- ainda não li os "especialistas" da Imprensa.

BOA SORTE PARA O BRAGA !
AB.

2007-11-07

O TEMPO E AS IMAGENS - OU A FALTA DE PROFISSIONALISMO!

O MAU JORNALISMO DA SPORT TV !

Sempre disse que o "jornalismo" ou é bom ou é mau ! Quer seja em política, na cultura, na economia ou no desporto. Mas o caso do "desporto" é especial. Desde há longos anos muito poucos conseguiram ser "grandes". A "classe média" não avança nem recua - apesar de ser a maioria - e sobra ainda uma enorme parcela de "muito maus"! Curiosamente, num "meio" onde se exige grande capacidade e muito profissionalismo - a Televisão ! Ao ouvir os relatos e os comentários dos jogos, a emissão de notícias ou de programas desportivos - quase diariamente, faz-me lembrar aqueles alunos pouco aplicados que pululam por essas Universidades - privadas ou públicas - em Portugal : - não se preparam minimamente para os testes, sobretudo para aqueles em que é permitida consulta. Fiam-se demasiado na "consulta" na hora e, como nem sequer sabem onde procurar, acaba por ser pior a "emenda que o soneto". É assim no nosso "jornalismo desportivo" em Televisão ! Nem revendo as imagens - com diversos ângulos de observação - conseguem "explicar" o inexplicável ! Talvez seja do clima - com este Verão outonal- talvez seja do "status", da vaidade, da ambição, talvez... Para mim, o mais certo, é ser do "poder" ! Quem não está na Televisão não tem poder. Quem não aparece na Televisão, não existe ! É o "poder" de que dispõe a grande maioria dos "jornalistas desportivos" das nossas televisões.
Não me dá grande prazer abordar estes assuntos e tenho evitado fazê-lo há muito tempo. Confesso que também não tem sido grande a disponibilidade. Mas, desta vez, não pude evitar. A propósito daquele camarada que comentou o resumo do F.C.Porto/Marselha para a Liga dos Campeões, na Sport TV. Vistas de qualquer ângulo, as imagens não mentem ! O lance de Quaresma na área do Marselha é grande penalidade ! Quaresma caíu, tocado por um adversário que já não pode jogar a bola. Esta já lhe tinha escapado. Como se isso não bastasse, foi ainda capaz de "insinuar" que o jogador portista devia ter sido advertido com um cartão amarelo por ter "exagerado" na queda ! É obra ! Auguro-lhe um grande futuro ! Talvez na magistratura... ou na agricultura... ou na pesca - pois no jornalismo não serve. É repetidamente mau ! Sempre que aparece, fica mal na fotografia. Ou então, tira proveito do "agradar aos chefes". Sabemos que não é fácil ser-se imparcial quando joga o F.C. do Porto. E está na moda ser-se anti-portista, não vá dar-se o caso de se ser acusado de estar a favorecer o clube da Invicta - logo, estar sujeito a escutas ou a ser "implicado" nos casos do apito. Ser anti-portista não é ser imparcial ! É ser pouco inteligente, tal como ser-se anti-benfiquista, anti-sportinguista ou anti-vitoriano ( de Setúbal) ! Pode sê-lo fora do círculo dos microfones - nunca enquanto "agente/actor" da nobreprofissão do jornalismo. Ela não merece tão má figura !

NOTA: --- escrevo este "apontamento", ao jeito de desabafo, antes de ter acesso às habituais "visões" dos especialistas da arbitragem. E não estou a dizer mal do árbitro do jogo em análise. Até nem "botou" má figura. Apenas estou a apreciar o (mau) jornalista da Sport TV.

2007-10-21

A GUERRA !...

NEM "WEST POINT" NEM "LAMEGO"...
"E.A.M.A." EM NOVA LISBOA !

Só a "força" da televisão conseguiu mobilizar a "Opinião Pública", de uma forma esmagadora, para a questão da Guerra Colonial.
Nem os anteriores três Congressos (com a energia do Prof. Doutor Rui de Azevedo Teixeira), nem as manifestações dos antigos combatentes, nem toda a literatura já produzida sobre o tema, nem os filmes já realizados conseguiram tal efeito. Mas a sua importância foi e é inquestionável ! Terá sido aí - algures no tempo que passou - que o jornalista Joaquim Furtado se sentiu "tocado" e encorajado a lançar-se na tarefa de produzir e realizar a série da RTP. Com a qualidade e profissionalismo com que ele sempre nos habituou. Mérito reconhecido, parabéns justificados !
Contudo, como em muitas outras circunstâncias, penso continuar a faltar uma perspectiva dos militares (sobretudo quadros - sargentos e oficiais) que eram incorporados nas próprias "Províncias Ultramarinas" ou "Colónias" - que discussão absurda !
As perspectivas da Guerra continuam no sentido "Metrópole -Colónias". Militares do Portugal europeu versus combatentes dos Movimentos de Libertação.
Daí, a razão do título deste meu apontamento. De uma forma geral, os militares mobilizados em Portugal - para além do seu grande espírito de generosidade - iam mal preparados, à excepção das chamadas "tropas especiais": Comandos, Pára-quedistas, Rangers. Por força do seu treino específico. Mesmo assim, faltava-lhes a ideia clara do meio físico que iriam encontrar em qualquer dos "teatros operacionais", para já não falar da cultura, dos costumes, das línguas locais. Tal como West Point -ou outras grandes escolas militares americanas - não "resolveram" o Vietnam, também Lamego, Tancos ou Amadora tiveram as suas lacunas. E, apesar da qualidade e capacidade das "tropas especiais" locais - como os Flechas - faltou sempre alguma coisa. Faltou visão política, faltou visão político-militar. E neste meandro complexo de visões, ideias e opiniões, quero deixar aqui expresso o meu sentimento de orgulho pela preparação que recebi na E.A.M.A. - Escola de Aplicação Militar de Angola - em Nova Lisboa, hoje chamada de Huambo. Aos milhares de Sargentos e de Oficiais que dali "saíram", às centenas de Instrutores que ali deram o seu melhor - o meu abraço !

VAMOS ENCONTRAR-NOS UM DIA DESTES PARA FALAR DA "NOSSA" GUERRA !

2007-10-19

O PREÇO !

A DIGNIDADE (...OU A FALTA DELA) JÁ TEM UM PREÇO !

35.000,00€ !


Mais valia não ter decidido nada, mais valia não ter explicado nada, mais valia estarem calados e mais valia terem deixado assentar a poeira.

Mas, atirar a poeira para os nossos olhos... por favor !

Muitos anos de vida ao senhor Presidente da FPF... um bom trabalho comunitário ao sr.Scolari !

Tudo... para Bem da Nação !

2007-10-12

A FÉ APESAR DE TUDO...

FÁTIMA - A LUZ DE "PRESENÇA" !

Dogma ou não, não discuto a minha Fé.
Apesar de todas as críticas que envolvem a vida (não as vivências) do Santuário Mariano, algumas justas e evidentes, Fátima continua a ser para mim "a luz de presença"! Pelo símbolo de pureza e orientação de mãe, pela paz e tranquilidade, pelos caminhos de verdadeiras escolhas.

FÁTIMA faz parte da minha "geografia sentimental", da minha "geopolítica de emoções" e da minha "geoestratégia de sentidos".

A síntese é como segue :


MARIA SENHORA NOSSA

De Maio a Outubro erguemos as mãos
Agradecemos a Deus o envio da Senhora.
Oramos na Cova das aparições
Em Fátima com Fé celebramos a vida
Dizemos a Cristo que somos irmãos
Estendemos as mãos com os corações
Ao alto e na cruz cantando orações.


As palavras da prece dirigidas a Deus
Leva-as a Senhora nos lenços bordados
Húmidas de lágrimas na hora do adeus.
Santos humanos muitos pecadores
Sorrisos molhados beijos atirados
Cânticos louvores e muitos amores
À volta da luz das velas e flores.


A virgem Senhora intercede por nós
Em sonhos de branco mensagem de paz
Persegue um caminho por cima de nós
ousado milagre de humano calor
Mostra que a meta de ser capaz
Motiva emoções energia de amor
Da nossa vivência o símbolo maior.


De Maio a Outubro na Cova da Iria
Comungamos o Corpo elevamos a alma
Chegamos a Ele pela Virgem Maria !

Fev. 2007
António Bondoso
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2007-10-11

CICLOS DE PROXIMIDADE - 2

SEMPRE AQUI, NO CORAÇÃO !


Tal como Luís Veiga Leitão, vão passando por nós amigos de longa data e outros mais recentes.
Vivos não tinham idade... os anos começam agora!

Para o "Luís" - jovem camarada universitário de meu filho ; também para o pai do "Daniel" - outro companheiro do Miguel ... as palavras de revolta que "nunca fazem sentido" :

"É uma palavra difícil.
Angústia só de pensar
na morte que se anuncia
chega redonda
breve e fria
e nem a distância sabia" !

Ainda para camaradas meus, como o Jornalista Raúl Durão (na RDP e na RTP ) - e o amigo e político Fausto Correia ( jornalista na Luta, na Lusa e Administrador na RDP )... seguem outros vocábulos de luto e de vida :

"Fecho os olhos
nada brilha.
Habituado à escuridão
quando morrer não estranho
que a morte vive de preto
sempre aqui
no coração" !

Até já e até sempre ...

Ainda para outro camarada de trabalho, na Rádio, que agora nos deixa saudades. HORÁCIO AMATUCI - um conhecedor de números e para quem os circuitos da Central não tinham segredos.


CICLOS DE PROXIMIDADE


EFEMÉRIDE !

No dia nove de Outubro assinalaram-se 20 anos do passamento de Luís Veiga Leitão. Esperei ver algumas referências nos media, mas o silêncio foi maior. Apesar de ter alertado alguns camaradas no activo para a efeméride. Dos que hoje ajudam a promover as palavras, parece quase ninguém o conhecer. Ao que me disseram, entretanto, devo ressalvar as emissões da Antena 2 da RDP. Pelo menos uma ponta do "serviço público". Mas Luís Veiga Leitão figura em todas as antologias da Moderna Poesia Portuguesa, foi membro da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto e da Sociedade Portuguesa de Escritores. Perseguido pelo antigo regime, foi demitido da função pública e radicou-se no Brasil em 1967. Natural de Moimenta da Beira - um dos vértices das "Terras do Demo" de Mestre Aquilino - Luís Veiga Leitão escreveu mentalmente no forte-prisão de Caxias alguns dos poemas de "Noite de Pedra". Ciclo de Pedras, Livro de Andar e Ver, Paixão,Longo Caminho Breve - foram outros sucessos de uma forma telúrica e pura de apresentar e defender ideias. Como repetia - a vida de um Poeta é sempre maior que a sua poesia. E, no fundo, o poema - qualquer poema - é um canto de derrota : silêncio e voz de fracturas.

Com a devida "vénia", transcrevo o poema "A UMA BICICLETA DESENHADA NA CELA"

Nesta parede que me veste
da cabeça aos pés, inteira,
bem hajas, companheira,
as viagens que me deste.

Aqui,
onde o dia é mal nascido,
jamais me cansou
o rumo que deixou
o lápis proibido...

Bem haja a mão que te criou!

Olhos montados no teu selim
pedalei, atravessei
e viajei
para além de mim.


E não querendo macular a "grandeza" deste meu primo e conterrâneo, atrevo-me a expôr aqui o que, há tempos, lhe escrevi :



A Luis Veiga Leitão

Caminhos de pedra marcaram seus passos
Revolta inspirada nas Serras do Demo
A vida foi dura
cá fora e lá dentro,
Com dias dourados
E minutos cruzados
Receando os medos da noite escura.

Escreveu raízes
Fixou palavras
Afrontou letras da injustiça.
Às agulhas do ódio preferiu as pedras
Rudemente pousadas nos seus caminhos,
Da dor libertou o pensamento
Voando por cima da ignorância
De seres amarrados e mesquinhos.
Nem homens nem cães
No tempo perdidos
Nem insectos sem asas
Na lama caídos.

Luis de seu nome sobreviveu
Doou aos livros Veiga e Leitão
E sempre disse tudo de seu
Vindo da alma e do coração,
Poemas de amor
Tamanho do mundo
Suspiros expirados lá longe nos trópicos.

Moimenta da Beira
23 de Outubro de 2004
António Bondoso

***** Alguns amigos do Porto vão homenageá-lo no próximo dia 20 !

2007-10-01

IDEIAS E FRASES - "INICIATIVA - 2º ACTO" !

AS INICIATIVAS QUE PODEM E DEVEM MUDAR O FUTEBOL PORTUGUÊS !

1 - Louvável iniciativa do jornal A Bola, ao juntar os presidentes do Benfica e do Sporting para assinalar o centésimo jogo entre os dois clubes. No 1º acto - o assunto merece uma peça de teatro - falou-se de memórias, de grandes jogos no tempo em que o futebol era outro (quem mandava eram eles!) e se jogava por amor às camisolas, curiosamente encarnadas - umas e verdes - outras, sendo a esfera armilar representada por uma "bola dourada". De bandeira em bandeira, via-se que o vento soprava sempre para os lados da Luz e de Alvalade. Lisboa era - e é! - a capital, o centro do poder (quem manda, quem manda, quem manda?...), o resto do país era paisagem - agora está mais na moda o vocábulo desertificação, os portugueses do interior emigravam para Lisboa (fazendo crescer os "bairros da lata") ou para países estrangeiros. A maioria, pois para as ex-colónias a burocracia exigia uma "carta de chamada" : eram os portugueses de segunda, pois as suas "divisas" não geravam riqueza na Metrópole.
Mas voltando às memórias do 1º acto, era necessário "criar" um ambiente de sã convivência e de fraterna amizade, no sentido de embelezar e dourar as emoções da "verdade desportiva",que só um Benfica-Sporting pode, "honestamente", originar. Nada há que se assemelhe, nem de longe nem de perto.
Aguardava-se, portanto, um grande espectáculo, de "encher o olho", sem mácula ! Só que (como os independentes são muito imprevisíveis), aconteceu uma desgraça. Não foi o empate a zero, o mau futebol praticado - mas sim o árbitro ! Da região de Lisboa e Vale do Tejo, nomeado por uma comissão de arbitragem da região de Lisboa e Vale do Tejo, presidida por um confesso adepto do Sporting, integrada numa Liga em cuja Direcção não há qualquer representante do F.C. do Porto. Até parece o "tempo da outra senhora", onde o clube da Invicta cidade nunca "conseguiu colocar" um Presidente na Direcção da F.P.F. A rotatividade só abrangia os clubes de Lisboa (BSB).

2 - Em face da desgraça, nada melhor do que "matar" a ressaca do fim de semana, publicando o jornal A Bola o 2º acto da conversa/entrevista com os amigos presidentes da 2ª circular. Não foi seguramente uma estratégia, antes se tratou de um critério jornalístico/empresarial. E pode dizer-se que foi na "mouche" e deu um jeitaço !
Aproveitando a circunstância de estar instalada a confusão sobre quem teria sido mais beneficiado/prejudicado pela arbitragem do derby lisboeta - uma mancha na pureza das relações entre os dois presidentes e os dois clubes - o jornal sacudiu e transferiu o incómodo para outras latitudes.
Primeiro, através do ante-título "Benfica e Sporting a uma só voz em defesa do futebol". Depois o título "É preciso mudar pessoas" e, sempre sublinhado a encarnado e a verde, o brinde com duas citações elucidativas e de grande alcance, próprias de quem vive noutro planeta (não fosse o sério da questão, eu diria mesmo próprias de um Carnaval permanente) ! Vejam só : - "Benfica e Sporting têm sido gravemente prejudicados pela arbitragem em benefício de outra equipa" (LFV) ; - "Sporting paga a factura de ter levantado o problema do sistema e da arbitragem" (FSF). Teriam dito o mesmo depois do derby ?
Curiosidades : - o primeiro permitiu-se assumir a defesa do vizinho e não teve coragem de nomear a "outra equipa" ; o segundo volta a falar de sistema, como se não tivesse responsabilidades no interior do mesmo sistema. Talvez tenha passado despercebida uma pequena notícia, na última página do mesmo jornal e na mesma edição de segunda-feira, de acordo com a qual o Sporting não vai deixar caír o seu representante na Direcção da Liga, preferindo "continuar a defender as suas posições estando perto do centro das decisões...". Como diria a Matilde ( neta de um primo meu) na sua ingenuidade de dois anos de vida, "tens cá uma letra"!
É fácil esquecer o penalty na Amadora ? É difícil lembrar a grande penalidade não assinalada no jogo da Supertaça e que deu um título ao Sporting ?
É fácil esquecer o "campeonato da vergonha" no tempo de Trapatoni ? É difícil lembrar um célebre jogo no Dragão, no qual não foram assinaladas pelo menos três grandes penalidades a favor do clube da Invicta ?
E se for necessário ir mais atrás, talvez seja conveniente lembrar aos mais novos quem foi o primeiro árbitro a ser irradiado no futebol português. Calabote, lembram-se ? No Benfica-Cuf de 1958/59. Quase no centenário desse "acontecimento", seria interessante e altamente pedagógica uma nova iniciativa.

3 - E para os que agora tentam "esconder" os maus resultados com os eternos problemas da arbitragem, recomendo a leitura do espaço de opinião de José Manuel Delgado nos "Cadernos A Bola" (nº38, Agosto de 2007, pág.226). Esperança, futebol limpo, justiça, caciques a sucumbir, verdade desportiva, a Liga da coragem - vale a pena reler !

4 - Quantos milhares de "estórias/crónicas" se poderão escrever sobre esta temática ? A favor e contra cada uma das teses ? Estatísticas ? É só consultar a memória ! Já agora... também poderá ser interessante reler os meus escritos anteriores, neste mesmo Blog.
Como diria Santana Lopes, o país está doido ! Um abraço e até sempre...

António Bondoso.




2007-09-28

ETERNO CAMPEÃO !...

VIVA O F.C.DO PORTO ! SEMPRE !

114 ANOS DE VIDA MERECEM UMA SAUDAÇÃO ESPECIAL.

Independentemente de ocasionais contratempos é uma vida longa, muito preenchida nos últimos anos com grandes emoções e alegrias. Do Velho Continente ao Oriente, a força azul e branca foi repetindo as grandes glórias do passado deste pequeno país mas de um grande povo. Em outras naus, voadoras, para chegar em primeiro. E é aí que vamos permanecer, no futuro, com outras gentes, novas figuras, mas sempre com o mesmo amor, idêntica paixão e mais conquistas.


DRAGÃO UNIVERSAL...


É uma força azul divina
Entranhada nas pedras da cidade
Transpira sonhos de querer
Consome rios de vontade
E projecta tão pura adrenalina.

É um clube que espalha corações
É um Porto que respira cada vida
Alimenta cada alma deste povo
Com jornadas prenhes de glória
Universo de marcos e ovações

A força deste Porto centenário
Sentida de Lisboa a Belgrado
De Madrid a Marselha renovada
Agigantou-se na sorte de Manchester
Na Corunha e em Lyon mostrou carisma
Na Alemanha elevou a caminhada
Conquistando o topo em Gelsenkirchen.

Este Porto, da cidade coração
É uma tal força azul divina
Envolta num manto de brancura
Bandeira de um eterno campeão.
Na senda de Viena Zé Mourinho
e jogadores de tamanha envergadura
passaram os escolhos do caminho
montados na ternura do dragão !

Porto, Maio de 2004
António Bondoso
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SALVE 28 DE SETEMBRO DE 1893.

IDEIAS E FRASES - O PRIMEIRO DIA!...

26 de Setembro de 2007, noite da Sic Notícias... SANTANA LOPES DEU O PONTAPÉ DE SAÍDA!

... E saíu, agradecendo o convite, mas dizendo que "as pessoas têm que aprender". E que pessoas ? Os jornalistas!

Acha que estas palavras não fazem sentido ? Desiluda-se ! Penso que estamos num país de doidos, tal como pensa Santana Lopes, mas aquela frase faz todo o sentido. E é consequência da sociedade hipermediatizada em que hoje vivemos. A omnipresença dos media, a "realidade" em directo, a ditadura dos directos - a um ritmo tão desenfreado - que, inevitavelmente, conduz a grandes contradições na relação entre os actores da sociedade de comunicação. Essas contradições, segundo o grande pensador da "comunicação" Dominique Wolton, "...não têm que ver com a falta de liberdade, mas sim com as dificuldades em não abusar dela: overdose de informação, erros ligados à concorrência desenfreada entre os media, falta de profissionalismo por parte dos jornalistas, ritmo demasiado rápido da produção de informação...".
Wolton diz ainda que a informação não se reduz ao relato do acontecimento e que o acontecimento satura a informação, considerando que o directo não é sinónimo de verdade, e o sentido é ainda mais difícil de determinar, quando nos colamos aos acontecimentos. Não existe a obrigatória distância para se entender o processo. É a informação-espectáculo !

Nesta "batalha" entre os actores da comunicação, é verdade que os vencedores têm sido os jornalistas, mas também é verdade que foram os políticos a contribuir para isso, sobretudo ao delegar nos media o papel de intermediário entre eles (os políticos) e a opinião pública. Esta, ainda sem a força necessária para determinar o equilíbrio, vai contribuindo - sobretudo pelo consumo - para alargar o fosso das contradições. A nossa opinião pública é já um gigante na informação, mas é ainda um anão na capacidade de acção !

Sem diminuir a importância dos media e no sentido de arranjar saídas para estes problemas das sociedades democráticas (em ditadura eles não se colocam!), tem-se pedido aos jornalistas menos pressão sobre os políticos e, a estes, a atitude de menos promiscuidade, saltando de media em media a repetir ideias inconsistentes. Tem sido evidente, não só em Portugal, que os apelos vão caindo em saco roto.

Mas eis que, exactamente neste país pequenino, surge inesperadamente uma reacção positiva: - Santana Lopes, na Sic Notícias.
Recordo-me de uma famosa cena da "cadeira vazia" numa entrevista; lembro-me de alguns episódios (tristes) do programa "A cadeira do Poder", mas nunca - até ontem - me recordo de ver uma atitude como a daquele político do PSD. Não posso jurar a pés juntos, mas não me vem à memória idêntica situação.
Santana Lopes pode ter iniciado uma nova era na nossa sociedade de comunicação. E fê-lo com pedagogia, interpelando a jornalista/editora daquele espaço de informação : acha que se justifica? Mais um directo com uma pessoa que já havia dito tudo nas duas semanas passadas? Mesmo sendo José Mourinho um excelente treinador ? Interromper uma entrevista, apenas para mais um directo sem valor acrescentado ?
Enquanto decorria o directo, Santana Lopes poderia ter saído de imediato. Mas inteligentemente não o fez. Pode-se agora argumentar que terá sido demagogo. Mas não se pode negar que foi uma atitude pedagógica !
Imitando Sérgio Godinho, pode dizer-se que "...ONTEM, FOI TALVEZ O PRIMEIRO DIA DO RESTO DA VIDA QUE TEM MARCADO A RELAÇÃO DOS MEDIA (e jornalistas) COM OS POLÍTICOS... O RESTO DA VIDA DE UMA RELAÇÃO ENTRE PODER E CONTRA-PODER... O RESTO DE UMA VIDA ONDE TEM PONTUADO A INFORMAÇÃO ESPECTÁCULO" !

Assim seja !


António Bondoso


2007-09-26

O PRÉMIO DA SERIEDADE !

JESUALDO FERREIRA NÃO FOI "SÉRIO" E, MAIS UMA VEZ, "MANCHOU" O NOME DO F.C. DO PORTO !

1 - Não houve "milagre" na vitória do Fátima.
Quem assistiu no estádio ou quem viu na TV, certamente não ficou com essa imagem. Os jogadores do Fátima venceram com garra, com cabeça, com alguma sorte... mas também com muita tranquilidade. Mereceram o PRÉMIO DA SERIEDADE !

2 - A "sequela do pesadelo" que nos apresentou o técnico portista - depois do Atlético - não pode diminuir a vitória do Fátima.
JESUALDO FERREIRA andou uma semana a dizer que iria encarar o jogo e a competição com seriedade mas, pelos vistos, ele foi o único que não foi sério ! E quando, no final do jogo, disse possuir algum sentimento de vergonha, foi o mínimo que pode, honestamente, dizer - depois da repetida ideia de "seriedade" e de atitude. E, sabendo já de antemão, que iria correr os riscos inerentes ao deixar de fora quase todos os "titulares", não foi sério, ao expressar seriedade e ao "enganar" saloiamente os adeptos de ambas as equipas. Mais grave ainda, foi "enganar" os jogadores da sua própria equipa. Qualquer leigo sabe que, sem entrosamento, 11 atletas não "fazem" uma equipa! E quem "ficou mal" na fotografia foram os jogadores ! Mas a responsabilidade não lhes cabe. E Nuno e Leandro Lima não mereciam essa "traição" do seu treinador.

3 - De fora da fotografia não pode ficar o primeiro responsável do clube e da SAD. Pinto da Costa também deve assumir a "falta de seriedade" do seu treinador! E se, por um lado, estou de acordo com Jesualdo ao dar tempo aos "reforços", como posso estar de acordo quando, o mesmo Jesualdo - de uma assentada! - lança todos os "reforços" para a fogueira ? Alguém foi responsável pela contratação dos jogadores. E alguém deve ser responsabilizado pelo rendimento desses mesmos jogadores. E se não têm qualidade ou não estão a render o esperado, também alguém deve saber que esses aletas não podem jogar. E logo todos ao mesmo tempo ! Sejamos honestos : se os clubes ( neste caso o F.C. do Porto) não estavam interessados na Taça da Liga, deveriam logo ter assumido essa atitude. Ao apresentar-se na competição, no mínimo, deveriam tê-lo feito mais seriamente. OU ENTÃO, TER DEMONSTRADO MAIS INTELIGÊNCIA NO APROVEITAMENTO DA COMPETIÇÃO. NÃO SERIA PREFERÍVEL FAZER A ROTATIVIDADE DO PLANTEL UM POUCO MAIS TARDE (NO MEIO DO TAL CICLO QUE CHAMAM DE INFERNAL)? OU TEREM SIDO MAIS COMEDIDOS NESSA "ROTATIVIDADE"? É QUE - JÁ FORA DA TAÇA DA LIGA - TODOS PERCEBEM QUE O F.C.DO PORTO TEM AGORA MENOS UMA "FRENTE" PARA IR RODANDO OS SEUS JOGADORES, AO CONTRÁRIO DOS SEUS ADVERSÁRIOS DIRECTOS. CAMACHO ARRISCOU (NÃO TINHA OUTRA SAÍDA) MAS GANHOU... PAULO BENTO, MESMO EM VÉSPERAS DO DERBY COM O BENFICA, TEVE A CORAGEM DE UTILIZAR OS MELHORES!
E TAMBÉM GANHOU !

António Bondoso

2007-09-25

A SEMANA DA VERGONHA !

PODEM BRANQUEAR TUDO... MAS, DEPOIS, DEVEM "ENFIAR" OS APITOS, SEJA QUAL FOR A COR ! MESMO QUE SEJA EM NOME DA "TRANSPARÊNCIA" !

1 -- Quero esclarecer que nunca fui "adepto" do Sr. Scolari. Não tem carácter, não tem coluna vertebral, apesar de parecer andar muito direito. Não tem "coragem" - uma das bases da coluna e do carácter. Confundir carácter com "autoritarismo" é errado. Um autoritarismo "ditatorial" - muitas vezes até de má criação, má educação, quase copiando os "reflexos" do "Bolivariano" Hugo Chávez. A autoridade é civilizadamente aceite, enquanto o autoritarismo é imposto! Refugiando-se no sofisma de "não falar de quem não convoca", Scolari manchou para toda a vida a carreira de um dos maiores desportistas portugueses de todos os tempos, pelo menos o mais "titulado" a nível mundial. E enquanto não tiver, pelo menos essa, a coragem de explicar a "todos" os portugueses a razão ou as razões para não seleccionar (no tempo em que foi considerado o melhor guarda-redes da Europa) Vitor Baía, a minha opinião não mudará. Talvez não conte muito, é verdade, mas digo-o e faço-o, por princípio, em nome dos meus "princípios". Confesso que, nesta altura do campeonato, não me interessa muito saber se o técnico da FPF tem princípios ou segundos. Provavelmente só terá terceiros! E a outra "coragem" a que me refiro, nada tem a ver com a cena no final do jogo com a selecção da Sérvia. Arruaça não é coragem! Mas no caso do "soco", fui talvez dos primeiros a perceber a sua reacção, enquanto a "turba" ia enchendo o saco dos ouvintes e dos telespectadores com acusações - sentenças definitivas em tempo real. Estava nervoso, terá visto Quaresma a ser rodeado e foi tirar explicações. Braço esquerdo estendido, foi provocado - foi o primeiro a ser tocado. As imagens não mentem. Curioso, é que os "comentadores" e "repórteres" só muito tarde tenham falado disso. E, claro, tentou agredir o jogador sérvio. Condenável, sem dúvida. Não lhe dou, como não lhe deu a UEFA, o benefício da dúvida. Mesmo que o castigo venha a ser reduzido. MAS COMO PODERÃO TER CLEMÊNCIA perante um "suposto"líder" e condutor de homens, quando - com base em leis idênticas às da UEFA - a FIFA aplicou TRÊS JOGOS de suspensão ao jovem jogador Zequinha, apenas por ter retirado da mão do árbitro um cartão vermelho. Não satisfeita com essa punição, a FPF do Sr. Madaíl resolveu aumentar a parada e fazer do jovem Zequinha um "exemplo"! Faz-me lembrar a célebre e cómica figura do aluno "Zequinha" - sempre castigado, independentemente da sua "criatividade" ! Um ano sem ser convocado ! E o "líder" e "excelente" condutor de homens nada disse. Não falou. Não se comprometeu. E agora, perante a "gravidade" dos factos, tem o desplante de dizer que o castigo foi exagerado. Pobre Zequinha !
E o que faz a FPF do Sr. Madaíl ? Apoia Scolari, dá razão a Scolari ! Em nome de quê ? Onde foram parar os "princípios" da FPF do Sr. Madaíl ? Param apenas nos "interesses" do dinheiro que envolve a sua FPF. Com igual desplante, o Sr. Madaíl veio dizer que são "pessoas responsáveis". Se fossem, de facto, pessoas responsáveis, a primeira atitude a tomar era demitirem-se. Exactamente em nome dos "princípios". Mas esses, quando "altos interesses" se levantaram, foram postos de lado ! Nenhuma destas situações foi surpresa para mim. Estamos em Portugal - ninguém leva a mal ! Mas, definitivamente - ORGANIZEM-SE ! Ou então, como no anúncio da SB, PONHAM-SE À FRESCA !

2 -- Para completar o cenário da semana ( UMA POUCA VERGONHA - parafraseando o "Vai tudo abaixo" da Sic Radical), a chamada "cidade-berço". Berço de quê ? - apetece perguntar quando ali se assiste "impunemente" a uma autêntica agressão aos direitos fundamentais dos cidadãos de livre expressão e livre associação ! Refiro-me ao vandalismo que tem sofrido a "sede" da delegação do F.C.do Porto, que deveria ser inaugurada esta semana. Já não vai, decidiu o clube azul e branco, pois não estão reunidas as condições indispensáveis para isso. E decidiu bem, perante o silêncio das autoridades, confrontadas com ameaças de outros cidadãos. Com iguais direitos e deveres, mas não - seguramente - cidadãos livres !
E o que fazem as autoridades ? Nada. O Presidente da autarquia ? O MAI ? As Polícias (só para descarregar nos adeptos?...) ? Até escrever estas linhas, não li qualquer reacção ou comentário.
Não será certamente um problema de cor : uns vestem a preto e branco, outros a azul e branco. Daí não vem mal ao mundo. O problema é mais complexo e é secular. Está na massa do sangue já que não existe massa cinzenta ! FALTA DE CIVISMO, IGNORÂNCIA, FALTA DE CORAGEM, FALTA DE CARÁCTER. Em alguns dos que lá vivem (?) - felizmente não são a maioria - falta coluna vertebral para aguentar com o "peso da espada" do primeiro rei ! E bem que ele foi "decisivamente" ajudado por homens destas Terras da Maia, do Porto, da Feira e de Coimbra !
Ninguém sabe ? Ninguém dá conta ? Ninguém liga ?

FELIZMENTE ( para além do luar) HÁ UM POLÍTICO (?) IRANIANO, a fazer figuras tristes na América! Sempre dá para esquecer o Sr. Bush !
Felizmente, parece que já não vai tudo abaixo...

António Bondoso

2007-09-19

A FORÇA QUE VEM DO FRIO.

Para lembrar, ainda, o Mestre das Terras do Demo.
Poema recente de António Bondoso

A Força que Vem do Frio

A força que vem do frio
Dos montes e das escarpas
Ninguém sabe muito bem
Se se parece com farpas
Agudas, cortantes também
Temperadas pelo rio
Que corre, sem esperar por ninguém.

A força que vem do frio
Da palavra um desafio
Só sabe que tem ideias
Acorrentada às cadeiras
Iluminada às candeias
De azeite que é das Beiras.

A força que vem do frio
Das pedras e das giestas
Moldou o homem da Nave
Leomil e Montemuro
Também da Serra da Lapa
E d’outras bem perto destas.
Umas de grandes rios
Outras só de um ribeiro,
Palavras de Aquilino
Claras como o destino
Puras por tradição
Na honra de um beirão.


Entre os rios Paiva e Távora
Há mais regatos de pedras
De gelo que vem das neves
Arrastado pelas trevas.
Verdade pura das musas
Encantadas pelo Demo
Traz as cabeças confusas
Por coisas que eu não temo
Arrenego afasto e cruzo
Ou arrebato do fuso.


A força que vem do frio
Vem da terra vem da gente
Vem da palavra dos homens
Redoiçada em cada nuvem
Que passa a correr no vento.
De Moimenta a Sernancelhe
De Vila Nova a Trancoso
Há poucos rios de gente
Fugiram da fome e morte
Noutros tempos era a sorte,
Emigraram para um mundo
Tão estranho mais profundo.


A força que vem do frio
Tingida pela verdade
É munífica e rescendente
Tem aromas do presente
Com tiques de liberdade.
Corre-se à solta na serra
Por entre maias e fráguas
Rosmaninhos e giestas
Frescos fios puras águas,
Vê-se gente santa e boa
Será que vem de Lisboa ?
É dali…
Inteligente
De raiz laboriosa
Caminha até ao Varosa
Marca a vida como sabe
Sem produzir necedade.
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António Bondoso

A MELHOR IMAGEM !

O POVO (AUSENTE) E O PANTEÃO
NO DIA DO MESTRE AQUILINO RIBEIRO.

Como previsto, decorreu hoje a cerimónia de trasladação dos restos mortais do Grande Escritor Aquilino Ribeiro para o Panteão Nacional. Não sendo Inverno, foi uma cerimónia fria ! Íntima no
Cemitério dos Prazeres, solene e simbólica no Panteão. Já se sabia que o Mestre era avesso a homenagens - só depois das exéquias na Igreja. E cumpriu-se a sua vontade. Mas faltou calor humano à cerimónia, a presença do povo da Beira - onde ele bebeu e cultivou as suas metáforas, a presença do povo do Alto Minho - que o acolheu alguns anos, a presença do povo de Lisboa - cidade onde viveu a maior parte da sua vida. Só os organizadores das cerimónias poderão explicar as razões de tais ausências. Mas pergunta-se porquê ? Para evitar eventuais manifestações e contra-manifestações de pró e contra ? Ainda temos instalado um clima de medo, que precise de cautelas ? A força dos monárquicos ainda se manifesta nas ruas (pelo que foi dado ouvir na emissão em directo do canal 1 da RTP - seriam apenas meia dúzia de vozes em protesto, não sei se uivos de lobos ou balidos de cordeiros...) ? Os republicanos já deixaram de o ser ? Ou nunca chegaram a ser a maioria deste povo ?

Não fosse a presença de alguns representantes da Confraria Aquiliniana (a quem a má condução da reportagem nem sequer permitiu uma palavra no final das cerimónias) muito menos haveria cor. Valeu a intervenção brilhante do jornalista António Valdemar mas, mesmo ele, viu ser-lhe cortada a palavra(na segunda intervenção,já no exterior) pois o guião do programa tinha previsto a transmissão de um espaço gravado e até já emitido na véspera.

Faltaram mais vozes do povo e mais cor à cerimónia, nomeadamente as do triângulo das Terras do Demo que Aquilino celebrizou : Sernancelhe, Vila Nova de Paiva e Moimenta da Beira.
MAS VI PELO MENOS( entre os convidados) UMA JORNALISTA DESPORTIVA E UM CINEASTA - ou será que devo dizer apenas um senhor das fitas ?

POR ISSO É QUE DIGO QUE, A MELHOR IMAGEM DA TRANSMISSÃO, foi ver o grande jornalista e também escritor BAPTISTA BASTOS (só e de pé) a aplaudir a chegada e a entrada da urna com os restos mortais de Aquilino Ribeiro no Panteão Nacional. Para mim, bastou o calor daquelas palmas. Mas não sei se o povo entendeu ! E também receio que as palavras e os desafios proferidos no interior do Panteão ali venham a ficar, fechados, junto a Aquilino e a Humberto Delgado.

2007-09-16

...DA BEIRA ! ALGUNS POEMAS E UMA CARTA PARA AQUILINO

O MEU NOVO LIVRO SOBRE A BEIRA E SOBRE AQUILINO RIBEIRO.

Vai ter lugar no dia 19 de Setembro, a cerimónia da trasladação dos restos mortais do Grande Escritor para o Panteão Nacional. Iniciativa da Confraria Aquiliniana e da Assembleia da República. Participam Escritores, Professores Universitários e Políticos. E os seguidores do "Mestre" das Letras Portuguesas.

A propósito, tenho um livro acabado, mas ainda não publicado(procuro editora), do qual passo a dar a conhecer alguns excertos.


“A jornada foi longa e muitos dos que tinham rompido
marcha comigo ficaram no percurso, alma em pena e
clamorosa. Alguns, vítimas pela liberdade.(...) Adiante
e consideremos que para chegar a bom termo da viagem
é preciso ser livres” !

Aquilino Ribeiro, 1958
(Quando os lobos uivam)


“O homem não nasceu para trabalhar, mas para criar” ! Professor Agostinho da Silva





PREÂMBULO
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Sem ousar contestar o axioma desse grande Pensador que foi Agostinho da Silva, tenho para mim que o acto de criação não deixa de ser, em si mesmo, um momento de trabalho. Um esforço dos sentidos, certamente! Em qualquer circunstância, um trabalho muito especial que não “funciona” por meio de uma determinação oficial e com horário preestabelecido.
Acontece que, alguns dos momentos especiais da minha criação, me foram conduzindo aos Caminhos de Pedra, de Luís Veiga Leitão e às Terras do Demo, de Mestre Aquilino Ribeiro. Uma ousadia “atrevida” – dirão! E, eventualmente, com propriedade. Reconhecendo, embora, o atrevimento, acontece também que essas terras e esses caminhos são, de alguma forma, minha pertença. Por direito histórico, de nome, e por nascimento. Mas, sobretudo, porque a herança é património nacional. Por isso, acontece ainda que, por decisão da Assembleia da República, em Março de 2007, os restos mortais de Mestre Aquilino foram transladados para o Panteão Nacional.
Logo que a decisão foi conhecida, homens de letras como Baptista Bastos e Mário Cláudio congratularam-se. O primeiro confessou-se muito feliz e disse mesmo que Aquilino já há muito lá devia estar. O segundo salientou a dimensão de Aquilino Ribeiro, mas ressalvou que “não se promove o respeito pela sua obra, através de realizações deste tipo. Não há melhor homenagem do que ler-lhe os livros”.
Entendi eu a mensagem, não só tendo em conta a promoção da leitura da vasta obra Aquiliniana ( obrigação primeira das entidades educativas do país e ainda de instituições vocacionadas para a sua divulgação, como por exemplo o Centro de Estudos Aquilino Ribeiro, a Confraria Aquiliniana ou a Biblioteca Municipal de Aquilino Ribeiro em Moimenta da Beira), mas também poder participar, mesmo que individualmente, na abertura de outros e actuais caminhos por onde o Mestre semeou fragmentos muníficos e rescendentes da língua portuguesa.
Daí, a minha sadia ousadia de invocar Aquilino e de escrever ao Mestre. Com palavras minhas, mas também “plagiando” as dele, que são nobres e de grande dimensão.
Como por exemplo estas, de um prólogo do Natal de 1940 ao livro de C. Manuel Fonseca da Gama “Terras do Alto Paiva” – uma memória histórico-geográfica e etnográfica do concelho de Vila Nova do Paiva: (…) “A Serra é agreste, primitiva, mas tem carácter, sem dúvida. Comprazes-te em pintar-lhe as virtudes e encantos sem sombras, e não serei eu que te acoime de parcial. As tintas escuras são para o novelista e tens razão. De-certo que eu, ao chamar-lhe Terras do Demo, não quis designá-las por terras do pecado, porque o pecado seja ali mais grado ou revista aspecto especial que não tenha algures. Nada disso. A Serra é portuguesa no bem e no mal. Chamei-lhe assim porque a vida ali é dura, pobrinha, castigada pelo meio natural, sobrecarregada pelo fisco mercê de antigos e inconsiderados erros e abusos, porque em poucas terras como esta é sensível o fadário da existência. Só por isto”.

Vire a página e acompanhe-me.


Da terra seca nasce o Demo
Das pedras escamadas nascem anjos
E a luta de quem vive é uma constante !





AO MESTRE AQUILINO
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As serras são da Beira Alta
Viradas à Beira Douro.
Aquilino desceu por elas para salvar as ideias
Escondeu pedras e lobos
Na terra fria de medo
Granita alma voz dos povos
Gritada sempre bem cedo.

Saltou as águas do rio alimentadas de neve
Levou o Demo consigo
Para mais nem tempo teve
Voltou mais tarde um amigo
Das pedras e alcateias
Habitantes condenados ao exílio
De toda a Serra da Nave.

Naquele tempo suave
De novo levou bem preso à cintura da memória
Bornal cheio de letras
Muitas penas muitas dores
Dos animais e das giestas
Das lebres a fugir dos caçadores
Para a toca de uma vida sem as bestas.



Aquilino passou a vau muitos ribeiros
Temperou da serra a poesia
Palavras rudes de uma fala muito nobre
Sem cuidar de ser admirado
Por outros , muitos ou poucos criticado.
Ergueu sempre acima do ser pobre
A Língua nossa património não vergado
Mas mal tratado, tão mal amado.
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Moimenta da Beira
11 de Novembro de 2006


Tudo me pertence

Porque esta é a terra de meus pais
Aqui nasceram e repousam meus avós
Sou deles fruto gerado em tantos ais
Que tudo me pertence sem ser meu.

Da casa onde nasci nas “Cinco Ruas”
À memória de uma Vila toda inteira
Sou herdeiro da poesia dos sons
Da poesia dos ecos na pedreira
Da mansidão dos gestos
Da eterna poesia dos sentidos
Do doce aroma das tílias centenárias
No velho campo da Feira.



As palavras de um poeta deslizam pelas teclas do computador e vão directas ao coração dos sentidos e às artérias dos sonhos. Só pode ter sonhos quem utiliza a “palavra”. Lendo, escrevendo, passeando o peso de cada letra. Apaixonadamente! E depois… é seguir o vento, os caminhos da imaginação, um tele-transporte ao infinito do pensamento e das coisas que não são deste mundo.


Serra da Nave
3620 – PORTUGAL


Ilustre Mestre

Esta é uma carta retirada das gavetas do tempo. Aproveitando a poeira de toda a sabedoria que depositou nas mentes abertas deste país iletrado, um simples sopro me vai permitir passar os limites espaciais e chegar até junto de si. Bem vistas as circunstâncias, agora até é mais fácil, repousando os seus restos mortais no Panteão Nacional, em Lisboa. Tardou, mas nunca é tarde demais para repor a dignidade. Do Homem e da Obra! Um grande Homem, um grande Escritor um Grande Português, quaisquer que sejam os critérios de análise, não sendo exagero tomar como ponto de partida um inédito de Pessoa recentemente revelado : “Grande homem é o que impõe aos outros o seu próprio sonho, os seus próprios sonhos. Para lhes impor os seus próprios sonhos tem, por isso, que sonhar sonhos que eles tenham, de certo modo, entressonhado para que deveras eles possam recebê-los” . Embora para além do tempo dos seus sonhos, mestre, os portugueses acabaram por receber pelo menos a liberdade de sonhar e de pensar.
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E como calcula, Mestre, as reacções a tal decisão foram desencontradas, o que é natural, mas algumas – felizmente poucas – elegeram o ataque soez e rasteiro. Quem dera que as novas tecnologias de informação e comunicação – as designadas TIC – agregadas ao mais elevado satélite e à cadeia de sondas que vão sendo espalhadas pela Lua, Marte ou Saturno lhe conseguissem fazer chegar aí, a esse espaço sideral para lá do Céu, o eco das reacções neste novo Portugal, parte inteira de um novo mundo mas sempre de esperança adiada. E, por vezes, também traída! Nesta sua Serra da Nave, praticamente incólume no seu espírito de liberdade mas a merecer ainda os adjectivos com que baptizou as Terras do Demo, a vida continua a ser dura e pobrinha. No entanto, o engenho dos homens foi facilitando os acessos, o que, de certa forma, mingua as dificuldades mas, simultaneamente, continua a favorecer a acção do “fisco” cada vez mais insensível ao fadário da existência. É certo que as antenas dos telemóveis e as torres dos novos moinhos de vento estão a modificar a paisagem. Essas torres armazenam energia, cada vez mais cara porque muito mais rara no subsolo e no caudal dos rios. Por acção irreflectida dos homens, é certo, embora deva reconhecer que o novo Poder Local tem feito um grande esforço para o desenvolvimento sustentado dos seus municípios, ressalvando as inevitáveis excepções. Mas tem havido investimento, particularmente nas áreas da Educação e do Desporto e na resolução das carências sócio-culturais. Em Moimenta da Beira (Vila que viu aumentada sobremaneira a sua área urbana), por exemplo, tomou forma um desejo dos anos de 1950 e 1960 (que ainda partilhou nomeadamente com o Padre Bento da Guia e com o Dr. Amadeu Baptista Ferro) – a excelente e funcional Biblioteca que leva o seu nome. E em V.N. de Cerveira, ponto do seu trajecto no Alto Minho, entre a Casa Grande de Romarigães em Paredes de Coura e A Guarda, na Galiza, igualmente uma excelente Biblioteca, à semelhança de muitas outras disseminadas pelo país. Mas a grande transformação de Cerveira deveu-se a uma aposta arriscada nas artes, sendo hoje um pólo importante no mapa das Bienais de todo o mundo. Por acção dos autarcas, respaldados na capacidade de grandes nomes da cultura, como Jaime Isidoro, Júlio Resende ou José Rodrigues.
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Apesar dos anos conturbados da 1ª República e das décadas de ditadura que se lhe seguiram, o que não é novidade para si, a República renasceu a 25 de Abril de 1974, ainda por acção dos militares mas, desta vez, no sentido que se supunha ser da esperança, do progresso e do bem-estar. Repostas as liberdades e terminada a Guerra Colonial, seguiu-se a Descolonização dos territórios portugueses em África e na Oceânia. Não foi uma descolonização exemplar e, não sendo uma tragédia incomensurável, marcou negativamente os primeiros anos da “liberdade” e abriu “fendas” na sociedade portuguesa. Contudo, também é verdade que os avanços de qualquer sociedade se fazem à custa de revoluções e de rupturas. Por isso, o caminho não tem sido fácil. E entre avanços e recuos, glória aos políticos que conseguiram a “almofada” da agora chamada União Europeia (ex-CEE à procura de um rumo político comum já para 27 países!), sem a qual, provavelmente, de novo teríamos caído nos males da 1ª República. Apesar de todos os apoios – e foram muitos – as sucessivas gerações dos políticos portugueses não foram capazes de “estabilizar” o país, de modo a suavizar tempos difíceis como os que atravessamos no mundo de hoje:
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Porque esta nova República, saída do 25 de Abril de 1974, não conseguiu ainda o necessário equilíbrio entre a vida nas grandes cidades do litoral e a existência nas terras do interior – a somar aos sinais de uma crise moral e cívica grave – um grupo de cidadãos do Porto, integrantes do “Centro de Estudos Republicanos Sampaio Bruno” (honra à memória do Professor Universitário e Político José Augusto Seabra), fez publicar em 31 de Janeiro de 2003 um “Manifesto Cívico Pela Moralização da República”. Na avaliação da crise, referenciavam ainda raízes históricas, mas alertavam para a carência de Educação Cívica; para a “ditadura financeira” e para o dinheiro fácil ; e para a prioridade nacional que era – e continua a ser – a mudança de mentalidades! O Manifesto terminava dizendo que “…A moralização da República impõe-se, hoje, como um imperativo categórico nacional, à consciência dos cidadãos bem formados. Na verdade, se a República não é já – como escrevia Bruno – uma utopia de sectaristas ferrenhos, de puritanos, ela deve e pode, face à degradação reinante, guiar a terapêutica social, corrigir a patologia colectiva, enquanto expressão de uma angústia comum, que é a dos Portugueses que vêem a República ameaçada e com ela a democracia por que os republicanos tanto lutaram e que o povo português fez sua, ao reconquistar a lusitana antiga liberdade, sempre nova e aberta ao futuro”.
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E na preservação da memória, foi a minha natal Moimenta da Beira (mais do que Vila Nova de Paiva ou Sernancelhe) que me ofereceu algumas notícias e imagens da sua vivência, dos seus amigos, das suas inquietações. E nas páginas da segunda série do jornal “O Correio Beirão”, dirigido pelo jornalista Rui Bondoso, pude recolher algumas notas que não quero deixar de partilhar.
Em primeiro lugar para falar da “natureza”, talvez um dos aspectos menos estudados da obra de Aquilino. De alguma forma já abordámos a serra e o mar, ficando mesmo a ideia de que o mestre “sabe pintar o mar melhor do que ninguém”. Eu, apenas como leitor, reconheço nos seus livros uma sucessão de amores, uma sequência de imagens, uma reprodução de paisagens – cada uma mais eloquente do que as outras. António Frias , colaborador assíduo daquele Jornal de Moimenta da Beira, lembrou nos anos de 1980 que a natureza, na obra do mestre, “… não se limita a ser cenário. Ela é tão privilegiada pelo autor como as personagens humanas, está sempre presente, desempenha também o seu papel, expresso através do poder verbal do seu criador, tão original como poderoso, numa sucessão de imagens que, só por si, é um mundo deslumbrante”. Lembra-se, mestre, do seu desafio : “Querem retemperar a nação e a raça? Arborizem, arborizem a serra…”.
Baptista Ferro , nessa época, traçava nas páginas do jornal um Itinerário Aquiliniano (que incluía V.N.Paiva, a Serra da Lapa, Soutosa, Moimenta, a barragem do Vilar) e revelava que as suas relações com o mestre foram estabelecidas, sobretudo, através do Correio Beirão – naturalmente a 1ª série, nascida em 1956. Competia ao modestíssimo jornal, escrevia o Dr. Ferro, um dever de gratidão e de admiração para com Aquilino, dado o seu estatuto de grande trabalhador das letras. E alguns anos antes das comemorações do cinquentenário de labuta literária do mestre (talvez Outubro de 1959), já o jornal exortava os moimentenses a perpetuarem a “…estima e gratíssima admiração por um dos seus conterrâneos mais ilustres, dos mais altos valores de todos os tempos”. Foi então lançada a ideia da construção de uma biblioteca, que levaria o seu nome, iniciativa aplaudida no país e que sensibilizou o escritor, ao responder às intenções : “… essas, nesta já muito longa carreira de homem de letras são das que nos reconfortam e aquecem o coração” !
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Não quero terminar e perdoe a extensão da minha prosa pouco cultivada, sem lhe referir duas perdas no âmbito das suas relações no quotidiano dos vivos : - em Novembro de 1986, “partiu” José Bernardo dos Santos, que o mestre popularizou como o “Gil Sapateiro”. Este seu companheiro de horas difíceis faleceu em Soutosa, vítima de muitas rugas da vida ganhas na fuga às autoridades e na clandestinidade, consigo, enfrentando as intempéries da Serra da Nave. No ano seguinte, deixou-nos um dos seus últimos camaradas, José da Costa Pinto, também em Soutosa. Natural de Castro Daire, era mais conhecido por “Mestre Zé” e pedreiro de profissão. Para além da sua arte, bem patente na Capela de Soutosa e na vala da água da serra, possuía como qualidades a força e a valentia mas também, no testemunho do advogado Adelino Caiado, uma “sensibilidade de criança e de altruísmo”, manifestada no amor aos animais e na dedicação e solidariedade. Vê-se que foram bem seus camaradas!
Nesta altura de júbilo em que se repõe o teu nome no túmulo dos maiores, deixo à sua reflexão estas notas de memória, de sonhos e realidade. Na Nobreza do Panteão continua a ter todo o tempo do mundo para reflectir. E na verdade…TALVEZ ALI ESTEJA MAIS PROTEGIDO DAS VICISSITUDES DA NOSSA APRENDIZAGEM DEMOCRÁTICA.
Serra da Nave, Setembro de 2007
Este seu leitor e admirador
António Bondoso

2007-09-11

IDEIAS E FRASES - positivo/negativo

UM BOM PAINEL ... PARA UM MODERADOR "DESATENTO" !


Há quase quarenta anos (quem já passou dos 55 certamente se recorda...), ficou célebre um Festival da Canção da RTP, sobretudo à volta de dois intérpretes e de duas canções. Se não me
engano, uma chamava-se "ONDE VAIS RIO QUE EU CANTO" e foi cantada por Sérgio Borges. De outro lado, sobressaíu um mediano intérprete (Hugo Maia de Loureiro) para uma excelente melodia - Canção de Madrugar, de José Carlos Ary dos Santos. A "manchete" que ficou dessa altura, foi uma frase mais ou menos assim :-"Uma boa canção para um mau intérprete" !
Ficou em 2º lugar.

Tudo isto para voltar ao caso Madie e ao recente "Prós e Contras" da RTP. Um óptimo painel de convidados que, infelizmente, não pôde chegar ao excelente e que não foi devidamente acompanhado pelo desempenho da apresentadora/moderadora. O programa valeu, sobretudo, pelo painel ( honra seja feita à modéstia da jornalista, que reconheceu isso mesmo) acentuando Moita Flores ter "...percebido mais e melhor todo o enquadramento do caso neste programa, do que ao longo dos quatro meses que já passaram desde o desaparecimento de Madie". Pelos vistos, UM SIMPLES PROBLEMA DE COMUNICAÇÃO, tendo em conta a presença "oportuna" (embora tardia) do Director Nacional da PJ e, particularmente, do Presidente do Sindicato da Polícia de Investigação.
Para os mais desatentos - e não são poucos - interessa-me particularmente lembrar duas coisas:- Investigação, Ministério Público - dependência do Governo ; Justiça, Tribunais - Órgãos de Soberania independentes.
Por outro lado, recordar que o Dr. Cunha Rodrigues - então Procurador Geral da República - publicou em 1999 um livro "COMUNICAR E JULGAR", editado pela MinervaCoimbra para a Colecção Comunicação, superiormente dirigida pelo Jornalista Mário Mesquita.
Os tempos vão difíceis, dizia Cunha Rodrigues na primeira linha do seu Prefácio ! E começaram aí, de facto, tempos difíceis ! Para a Investigação Criminal, para a Justiça e para os Media e Jornalistas. Ultrapassando as naturais adaptações e a evolução dos códigos ( um infindável número de leis), "COMUNICAR E JULGAR" não deixa de ser uma recomendável leitura para os tempos que vão correndo !
Já então Cunha Rodrigues se preocupava com as relações entre a justiça e a comunicação social.
Sobretudo tendo em atenção que passámos a viver numa Sociedade de Comunicação, na qual a
Opinião Pública se forma praticamente em tempo real. Sabendo que a justiça "constitui um sistema em que é fácil capitalizar o descontentamento" e tendo em conta "o choque cultural" trazido pelas novas tecnologias, o antigo PGR teve a noção da delicada relação, para a qual nem a justiça nem os media estavam preparados. Mas era irreversível ! Por isso, Cunha Rodrigues dizia "...ser urgente que a justiça se modernize e assuma a sua função explicativa e a comunicação social domine a racionalidade do direito, vinculando-se ambos a um estrito e recíproco respeito".
Citando Edgar Morin, CR escrevia "... ser altura de saber lidar com a realidade, antes que ela nos devore com as suas formas atrozes e massacrantes" !
Pelos vistos, ninguém se preocupou, ninguém reparou. Nem jornalistas, nem magistrados, nem governantes ! Talvez com uma pequena/grande excepção, constituída pelas empresas que, em colaboração com a Universidade de Coimbra, deram corpo a um "Curso de pós-graduação em Direito da Comunicação". Que uso terá feito dele quem o frequentou ? Por culpa própria ou dos media para quem trabalham ?
E na voragem dos acontecimentos... poucos deram atenção às preocupações de Karl Popper, Pierre Bourdier ou Florence Aubenas, continuando cada um a "fabricar" a sua informação !

Por tudo isto é que, no meu negativo, continuo a colocar os media e alguns jornalistas - o que eu chamei de "participantes activos na elaboração de material informativo".
No programa em questão não estava um representante "oficial" da classe ( o director do Expresso era apenas ele e a sua circunstância...), o que impediu o assumir de responsabilidades colectivas - embora a apresentadora, de passagem, o tivesse feito. De uma forma geral não esteve atenta, deixou que se repetissem ideias, os seus "tempos de intervenção" foram, por vezes, desajustados e - mais importante - permitiu que um seu convidado, ainda por cima vindo de Madrid, fosse severamente (e até de forma jocosa ) criticado, sem que ele, não falando português, se pudesse ter defendido convenientemente. Assumiu o risco, convidando-o, devia te-lo elucidado das críticas e proporcionar-lhe uma defesa atempada. Os seus parceiros portugueses que, pelos vistos, não sabem tudo, ficaram mal na fotografia, como é agora vulgar dizer-se. Alguns, até, reivindicando narcisicamente pergaminhos ainda não reconhecidos.
E depois, Fátima Campos Ferreira, não se deve (poder, pode...) dizer que " a comunicação social ficou presa da actuação do casal McCann" ! Os media - os jornalistas - não podem ficar reféns de coisa alguma. A sua responsabilidade social não lhes permite perder a independência que reivindicam.
A.B.

2007-09-08

IDEIAS E FRASES - positivo/negativo

INDIGNAÇÃO INTEMPORAL !


Positivo :
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Nesta viagem das palavras e das ideias, vamos encontrando ao longo da vida alguns oásis de "palmeiras" erectas de coluna e de consciência, como dizia Aquilino Ribeiro ao referir-se ao alentejano Pulido Valente.
É agora a minha vez de partilhar com os que me visitam, a mistura de emoções que eu tenho
encontrado em José Augusto Carvalho.
Já havia recomendado a sua poesia, e hoje posso indicar com muita satisfação o endereço do
seu Blog. É só "clicar" ali ao lado. Assim, pode "divertir-se seriamente", entendendo as palavras de "...um cidadão versado em coisa nenhuma e que nada de relevante tem a dizer de si" !

Negativo:
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Tantos Blogs a navegar por aí, cujo destino é afundarem-se nas águas agitadas do seu mundo
obsessivo-compulsivo !

A.B.

IDEIAS E FRASES - positivo/negativo

A OBSESSÃO- COMPULSIVA... E O JOGO DAS PALAVRAS !


Positivo:
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Embora por um feliz acaso ( quantas descobertas não acontecem assim...), foi encontrado o primeiro gene responsável pela doença obsessiva-compulsiva.
Uma equipa de cientistas, entre os quais dois portugueses, revelou a descoberta num artigo publicado recentemente na revista Nature.
E o que revela o estudo, por agora apenas em ratinhos, é só e ainda o primeiro gene de uma "doença"que leva os pacientes, por ex, a pensarem que têm as mãos sujas e, por isso, as lavam tantas vezes que chegam a ficar em ferida ; ou então, acendem e apagam a luz um determinado número de vezes, quando entram numa sala; noutras alturas pensam que deixaram a porta de casa aberta e voltam atrás "ene" vezes. São rituais repetidos compulsivamente, com o objectivo de aliviar o "tormento". E este pode atingir vários graus e formas diferentes, desde puxar o cabelo à fixação pela organização simétrica dos objectos, passando pela recolecção compulsiva de jornais e rolhas de cortiça. O objectivo dos cientistas é agora verificar se o gene está activo em humanos e se, quando existem mutações, conduz à doença ! Segundo o jornal Público, o tratamento dos doentes faz-se à base de "fluoxetina" - uma substância activa do famoso Prozac, a qual aumenta a presença de "serotonina", que é um dos mensageiros químicos usados pelos neurónios para comunicar entre si. Mas agora, foi utilizado outro "mensageiro" - o glutamato -
a partir do qual se pensa poder desenvolver novos fármacos que actuam sobre esse circuito de
comunicação.
Aqui chegados, e olhando para o "mundo das palavras" em que estou inserido, ficou-me a dúvida sobre se o "actual circuito de comunicação" dos neurónios, de quem participa activamente na elaboração de material informativo, poderá estar afectado por uma doença deste tipo. A dúvida permanece, naturalmente, pois não sou "cientista" nem, sequer, um comum psiquiatra. Outra questão que se "levanta" é, saber ainda, se a dúvida terá níveis diferentes quando a "eventual doença" se manifeste no âmbito da imprensa, da rádio, da televisão ou da internet. Grau diferente, sem dúvida ! Mais elevado na internet e televisão (factores de risco de maior intensidade, sobretudo o da vaidade da imagem), depois nos jornais e revistas ( onde o factor tempo ajuda a consolidar as teorias) e, por fim, na rádio - embora neste meio se possam potenciar os perigos da rapidez do circuito e do uso exclusivo da voz ! Do que não tenho dúvidas é de que, a maior percentagem de responsabilidade, caberá aos proprietários, administradores e directores.


Negativo :
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Por isso, coloco em negativo uma boa parte dos envolvidos activamente na elaboração do chamado "material informativo" por meio do "espectáculo" !
A que temos assistido nos últimos anos, nos últimos meses, nos últimos dias ? Julgamentos na
"praça pública" continuam, apesar de se reconhecer o seu perigo.
Tal como os "ratinhos" do estudo da equipa de Guoping Feng, que "pensam" que têm as mãos sujas e as lavam tantas vezes que chegam a ficar em ferida, - também esta categoria de manipuladores de palavras e ideias "pensa que são detentores da verdade e, de tantas vezes mentirem ou manipularem os neurónios, chegam a acreditar que é verdade" !

A.B.

2007-09-05

IDEIAS E FRASES - positivo/negativo

LIBERDADE ... LIBERDADES !

Positivo :
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"A vida pessoal e política de Mário Soares habilita-o a qualquer tarefa que tenha a ver com a liberdade e muito mais com a liberdade religiosa, que é um dos pilares das sociedades democráticas modernas". --- JOSÉ SOCRATES, na posse de Mário Soares como presidente da Comissão de Liberdade Religiosa.

MÁRIO SOARES : --- " Sou neutro em matéria de religião, mas reconheço a importância da religião e das Instituições Religiosas, particularmente no mundo conturbado de hoje, com o exacerbamento dos fanatismos religiosos. SOU AMIGO DE TODAS AS LIBERDADES" !

Seguindo Mário Soares (e certamente todos os que amam as liberdades), é para mim motivo alto de satisfação recordar hoje Aquilino Ribeiro : "... e consideremos que para chegar a bom termo da viagem é preciso ser livres" ! --- Uma frase do Mestre, em Dezembro de 1958, a finalizar a dedicatória do seu livro "QUANDO OS LOBOS UIVAM" ao Dr. Francisco Pulido Valente - um alentejano da fronteira, erecto de cabeça como de consciência...incapaz de seguir por trilhos ínvios !
Como que adivinhando o seu dia a caminhar para o ocaso, Aquilino Ribeiro lembrou que "a jornada foi longa e muitos dos que tinham rompido marcha comigo ficaram no percurso, alma em pena e clamorosa. Alguns, vítimas pela liberdade".

Negativo :
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A especulação sobre as "dúvidas" de Madre Teresa de Calcutá.
Não será o somatório das dúvidas e o empenho na busca do "caminho" o melhor cimento da Fé ?
Quem não tem ou nunca teve dúvidas ? O primeiro que atire a pedra ! E parece que o primeiro
foi um daqueles jornalistas "iluminados" de uma renomada publicação, ao aproveitar (bem) a sua
função, mas ao manipular (mal) a priva(ti)cidade de Madre Teresa.
Mesmo com todas as "dúvidas" agora expostas, Madre Teresa deverá ser sempre considerada uma grande mulher. Ficou a OBRA !
Podemos sempre recordar uma célebre frase de um político português, agora nas funções de Presidente da República ( Prof.Dr. Aníbal Cavaco Silva) - "...raramente me engano e nunca tenho dúvidas"! Quanta crítica na altura !...
Lembrando-me de que, quem conta um conto acrescenta/inventa um ponto, as dúvidas foram sendo alargadas a outros possuidores de papel e lápis - modernamente computador.
Não perceberam nada - disse, entretanto, o Cardeal Patriarca de Lisboa sobre Madre Teresa (referindo-se aos jornalistas e aos media) - recordando as palavras de Jesus na cruz : "Meu Deus, porque me abandonaste" ?
Madre Teresa viveu livre e construíu uma obra libertadora e de liberdade, ajudando os mais desfavorecidos a poderem sonhar com a liberdade !

António Bondoso



2007-08-28

O FUTEBOL ESTÁ VIVO !





O Futebol está vivo !

E ainda bem.





O fenómeno continua a alimentar a Comunicação Social, independentemente da sua "linha de orientação". Mas não só !
Buscando ainda as palavras do meu "apontamento/poema" NÃO MATEM O FUTEBOL - o espectáculo existe, porque ainda não se matou o futebol. Apesar das muitas e continuadas tentativas. Há sempre um lance, uma dúvida em relação ao árbitro, uma bola no poste (às vezes são três!), um remate para fora em cima da linha de golo, o guarda-redes que consegue uma defesa "impossível", um penalty falhado... E depois, há equipas que jogam e deixam jogar, outras nem por isso; há ainda outras que dizem jogar ao ataque, mas só efectuam um remate em 45 minutos; há também quem diga ter conseguido equilibrar o jogo, mas o seu g.r. foi o melhor em campo... há, felizmente, quem diga que a táctica é o 4-3-3 ou o 4-4-2, ou ainda o 3-4-3 ou 3-1-4-2, enfim - como ficou célebre - a melhor táctica é "...todos ao ataque, fechadinhos cá atrás", ou então "...todos ao monte e fé em Deus" ! Tenho para mim que, para além de alguma disciplina táctica, inculcada e apreendida ao longo do tempo, há alturas do jogo em que o suporte das equipas passa mais pelo carácter, pela raça e pela determinação dos jogadores, auxiliados por uma boa dose de sorte !
Deixando estes pormenores para quem sabe ( os treinadores), concentremo-nos no "fenómeno". Escrevia eu que, felizmente, o futebol está vivo. Para bem de muita gente. Dos jogadores em primeiro lugar, pois sem eles não havia ópera ! Os tenores merecem a primazia, mesmo quando simulam as faltas. É deles que se fala ! E são eles que devem ser enaltecidos( sobretudo os que jogam sem receber o respectivo salário...), aplaudidos pela criatividade, criticados pelo mau desempenho. Os jogadores, investidos da fé clubista, chamam o público aos estádios, determinam as audiências das televisões e das rádios ou o consumo dos jornais. Os adeptos, portanto, assumem a partilha da importância maior de todos os condimentos do fenómeno. Sem eles, o circuito paralisava ! Alimentam os "media", suportam os clubes, adquirem os bilhetes - as mais das vezes a um preço demasiado elevado (agora compram ou alugam às SAD's lugares privativos), viajam pelos estádios do país, espalhando as cores que melhor definem a sua identidade. Neste capítulo( entre nós), deve abrir-se uma alínea particular para os grupos organizados - as claques - sem as quais o espectáculo, quase sempre, estaria ferido de morte.Tal como um debate sem direito a contraditório ! Caminhando para associações legalizadas, embora ainda a um ritmo lento, são as claques os verdadeiros motores da animação nas bancadas. Correndo riscos, sujeitos a provocações e a humilhações quando se deslocam(mesmo por parte dos agentes das forças de segurança), ESTES ADEPTOS ESPECIAIS são também capazes de transmitir mensagens positivas e carregadas de beleza, como aconteceu no Dragão com a coreografia do Colectivo Ultras 95 (vale a pena uma consulta ao respectivo sítio da internet, bastando clicar aqui ao lado). Passe o bairrismo/clubismo, poucos terão ficado indiferentes ao espectáculo. Não foi a primeira vez que o fizeram e, espera-se, não seja a última. Tal como já se viu em claques de outros clubes. E é nestas circunstâncias e nestas ocasiões que se deve enaltecer o comportamento, o esforço, a dedicação, a criatividade e, até, a irreverência saudável desses adeptos. Infelizmente, muito poucas vezes isso se verifica. Quando as coisas correm mal, gastam-se rios de tinta! Os rótulos negativos e depreciativos continuam a "vender" uma imagem estereotipada e generalizada, esquecendo que há excepções. E é através do exemplo destas excepções que se pode ir modificando comportamentos. No caso presente e à parte os jornais desportivos, foram poucos os media que dedicaram meia dúzia de linhas ao assunto. Até as televisões, que vivem do e fomentam o espectáculo ! Mesmo a Sport TV, detentora do exclusivo da transmissão, passado o jogo esqueceu praticamente o espectáculo das bancadas. A grande maioria concentrou-se na polémica dos lances, dando continuidade à sua própria "orgia" de parcialidade e agressividade emitida durante a semana que precedeu o jogo. Em vez de desforra preferiram "vingança", no lugar de tranquilidade optaram pela "pressão"! Apregoam a necessidade de transparência mas, depois, misturam intencionalmente os apitos dourado e encarnado. É a lógica da "guerra" para vender ! Os media e os jornalistas são, assim, outro dos pilares do fenómeno. Infelizmente, nem sempre pelos bons motivos ou, como agora é moda, pelas "boas práticas"... Há jornalistas/comentadores que pretendem saber mais do que os treinadores; há outros que gostariam de ser treinadores ( e alguns até conseguiram); há também uns(poucos) que sabem mais do que os treinadores e outros (muitos) que sabem menos.
Também por isso o FUTEBOL ESTÁ VIVO ! E para lá dos treinadores de bancada, há ainda os dirigentes, uns mais profissionais do que outros, alguns mais ricos do que muitos, também alguns que enriquecem mais do que outros ! Raramente ficam mais pobres, embora também aconteça - particularmente no futebol não profissional. Aos dirigentes dos clubes, é preciso somar os dirigentes associativos e federativos, muitos dos quais incompetentes. E a estes, os titulares dos órgãos disciplinares e jurisdicionais, muitas vezes igualmente incapazes, como se verificou no início desta época. Os agentes/empresários, nomeadamente os que manipulam milhões, têm hoje um papel decisivo nas movimentações dos jogadores, no chamado mercado das transferências. Como em tudo, há uns mais honestos do que outros, alguns mais competentes e outros mais dependentes da sorte. Crendo não me ter esquecido de qualquer actor de relevo neste fenómeno da bola, deixei os árbitros ( e auxiliares ) para o final. Não vou repetir palavras já escritas anteriormente neste mesmo blog, apenas quero realçar a fragilidade da função. Tal como sobre o g.r. de uma equipa recai o "odioso" do golo - é ele o último obstáculo antes da bola entrar na baliza - também sobre o árbitro se abate quase sempre a "montanha" dos problemas e das peripécias de um jogo. Umas vezes justamente, outras nem por isso. O mal é que, frequentemente, não é bem entendida a subjectividade da interpretação dos lances. E se aos jogadores não se critica ou condena o abuso dos atrasos aos g.r., por que razão se há-de transferir para os árbitros o cúmulo da responsabilidade pela falta de clareza das leis ? Tem sido o resultado da análise do lance decisivo no Dragão. Nem os próprios árbitros se entendem sobre o articulado da lei. Apetece dizer... ORGANIZEM-SE !
Apesar de tudo, também por isso o FUTEBOL ESTÁ VIVO !

António Bondoso.

2007-08-23

"SUAVE" PRESSÃO E SERIEDADE !

Cada palavra, o seu significado, a altura em que é proferida - determinam quase sempre o valor das ideias que se pretende transmitir. Por quem diz e por quem veicula !
Não é coincidência - é a lei do mercado! Mal aplicada, naturalmente !
Para "responder" ao "furo" da RTPn ( Trio De Ataque - que, afinal, são quatro como os Mosqueteiros), entrevistando Fernando Santos no dia seguinte ao do seu despedimento da Luz,
a Sport TV teve o "rasgo" de, de um momento para o outro, transmitir uma entrevista com o treinador do Sporting, Paulo Bento. Nada do outro mundo, não se desse o caso de estarmos na semana do Porto-Sporting ! Se, no caso de F.Santos, havia "motivo/notícia" e oportunidade - que justificação, que motivo para a conversa com Paulo Bento ? A propósito de quê, senão do Porto/Sporting ? A intenção da Sport TV vale o que vale, independentemente de ter sido também convidado, ou não, o treinador do Porto. Quem "percebe" o funcionamento da máquina azul e branca, certamente não estranhará que Jesualdo Ferreira tenha recusado um eventual convite daquela estação televisiva, para falar em vésperas de um jogo importante. Não se coloca em causa a LEGITIMIDADE da Sport TV. Mas... a OPORTUNIDADE não foi a melhor.
Não havia "quase nada" de especial para dizer, pois ambas as equipas estavam desfalcadas de um grande número de jogadores, ao serviço das suas selecções. Tudo se foi repetindo desde o fim de semana. Poderia aplicar aqui a célebre frase "na frente nada de novo" ! Pode perguntar-se, então ( reconhecendo, embora, a subjectividade da questão) - sem OPORTUNIDADE e sem ASSUNTO, por que razão a entrevista ?
OBJECTIVAMENTE, ela serviu - pelo menos - para proporcionar a Paulo Bento umas "alfinetadas" ao clube rival e próximo adversário. Falou-se, por ex, da "suave" pressão portista sobre o árbitro, a propósito dos "protestos" sobre o lance da mão na bola ,de Tonel, no jogo da Supertaça. De facto, a (ex)pressão "suave" de P.B. é correcta. Sobretudo tendo em conta a longa e contínua pressão do Sporting, a época passada, a propósito do lance de um golo, com a mão, de um jogador do Paços de Ferreira em Alvalade. A pressão durou até ao fim da época ! E não apenas com recurso à Comunicação Social. A pressão exerceu-se, também, nos órgãos disciplinares desportivos.
P.B. pode argumentar que não existiu grande penalidade no lance de Tonel, mas não é uma atitude séria. Tal como não é séria a postura dos jornalistas que continuam a falar de "pretensa"
grande penalidade, mesmo depois de analisados todos os "ângulos de visão" a que foi sujeito o lance. A seriedade pode não ser uma característica inata das pessoas, mas pode ser adquirida ao longo da vida. O carácter pode ser moldado, apreendendo determinado conjunto de valores.
A propósito destas situações de OPORTUNIDADE, SERIEDADE, PRESSÃO e MOTIVO, vem à memória uma "espécie" de grande reportagem transmitida recentemente pela RTP, sobre a figura de Pinto da Costa. Os fins justificam os meios ?
A "guerra" de audiências será a melhor baliza para o comportamento dos Media ? Pondo de parte o "clubismo" - espero um grande espectáculo no estádio do Dragão. Pelo menos nas bancadas (ou em parte delas), com a animação e coreografias que se anunciam. Estejam atentos à minha "claque" - o Colectivo Ultras 95 !
No estádio ou pela televisão, divirtam-se com o FUTEBOL !

António Bondoso

IDEIAS E FRASES - 2

O "PESADELO" E "UMA NOTÍCIA AO CONTRÁRIO" .


Acordei sobressaltado, suores frios, muita e aflitiva angústia, ecos de gritos que nunca cheguei a dar.
O pesadelo, tratava-se de um pesadelo, mostrava-me a figura de Joe Berardo ( o homem tem sido como que uma obsessão para os media), frente a uma "bateria" de microfones de Agências, Rádios e TVs, a explicar aos "jornalistas" (virtuais) como deveria ter sido conduzida a investigação do "Caso Madie".
O "massacre" já durava há uns dias e tudo parecia indicar que eu seria mais uma das milhares de vítimas do "despejo" contínuo ( e continuado!) da especulação dos MEDIA sobre o "crime" de Albufeira. Hediondo, sem dúvida, mas - curiosamente - com uma mediatização fora do comum, tendo em conta as centenas e centenas de casos idênticos por esse mundo fora e que não mereceram mais do que breves instantes de "antena".
No meio de tantos atropelos... à ética, à privacidade, às regras básicas do jornalismo e, até, à própria investigação policial ( Tem-se acentuado a tendência de muitos O.C.S. e de muitos jornalistas para se substituirem, ora aos políticos, ora às polícias )... de repente alguém descobre a pólvora : - "fazer jornalismo com base em tão pouca informação, conduz à especulação" !
Não me chocou tanto a "descoberta da pólvora" (provavelmente esse pormenor não foi tratado no curso universitário...) mas, sem dúvida mais, o facto de ser necessário transmitir a ideia através de um jornalista "de fora", por acaso da BBC. Estranha e subserviente parolice !
Talvez pensando que, por essa estratégia saloia, pudesse "esconder" o triste espectáculo que se
vinha oferecendo à Opinião Pública.
E como se não bastasse ter ido atrás da "onda" de atropelos dos camaradas britânicos, eis que uma jornalista portuguesa, bem informada e com oportunidade, acrescenta à reportagem mais uma pérola!
Ao fim de três meses de investigação ( contados e assinalados quase ao segundo...) sai a pergunta mais acertada a um porta-voz da PJ : --- " QUAL O PRÓXIMO PASSO DESTA INVESTIGAÇÃO" ? Se a Universidade não chega e se as Empresas não investem na FORMAÇÃO - há pelo menos a possibilidade de recorrer a alguns cursos do Cenjor ( é pena que já não funcione o CFJ, no Porto) !
Seria, sem dúvida, de muita utilidade para um camarada de uma rádio nacional que, há dias, me feriu com esta tirada : - "E AGORA, UMA NOTÍCIA AO CONTRÁRIO" !
Queria ele realçar a circunstância de, a determinada hora de um pacato dia, não haver notícia de acidentes rodoviários no país. Sempre me recordo de ouvir dizer "não há notícias - boas notícias". Mas nunca me passou pela cabeça esta "figura" da notícia ao contrário !
Ao básico dos manuais "pirâmide invertida", "sequência cronológica" ou "construção por blocos",
pode agora acrescentar-se esta ideia inovadora.
E já que falo em pérolas ( sem contar com as centenas de "então" que ouço pronunciar diariamente), recordo-me de mais uma produzida há dias numa outra rádio, a propósito da catástrofe no Perú : "...para levar mais rapidamente as necessidades às áreas rurais" !
Pobres daqueles a quem as necessidades são levadas...
De catástrofe em tragédia, vai sendo tempo de, "quem elabora notícias", estar minimamente informado sobre os temas que aborda. Saber, por exemplo, que a República Popular da China é uma coisa e Taiwan outra. E, por essa ordem, saber que a Air China é uma coisa e a China Airlines outra ! Vem a propósito do acidente com um avião de Taiwan num aeroporto japonês de Okinawa. O texto da notícia, numa TV portuguesa, não sabia distinguir a origem do avião e fez confusão com as estatísticas da "China", sabendo-se que a RPC é um Continente e Taiwan uma ilha. Apesar das tentativas de Pequim, ainda não foi possível unificar a China. Há um longo caminho a percorrer pela política de "um país - dois sistemas", nomeadamente nos direitos humanos. Não é que Taiwan seja um exemplo "puro", mas a ilha ( Formosa para os portugueses)
tem uma fortuna colossal e será o último passo para a unificação, depois de Hong Kong e de Macau.

A.B.




2007-08-08

Duas notas sobre "futebol".

Relativamente ao meu apontamento sobre o "futebol", devo agora acrescentar duas simples notas:- 1) - Louvar a atitude corajosa, responsável, competente do Presidente da Direcção do Leixões Sport Club, ao condenar vigorosamente o comportamento inqualificável de alguns adeptos
do Clube de Matosinhos, por ocasião de um jogo "amigável" com o Vitória de Guimarães.
O presidente Leixonense herdou "picardias" da época passada, mas soube enfrentar a meia dúzia de desordeiros que provocaram os incidentes no Estádio do Mar, neste início de temporada.

2) - Não é certamente com afirmações como as que proferiu Humberto Coelho que o futebol ganha tranquilidade :- "David Luiz parece um assassino" ! O experiente Humberto Coelho devia saber que , estes, são títulos que "vendem" a (e na) Comunicação Social.

2007-08-07

Poesia - Um sopro do Alentejo

Não nos conhecemos pessoalmente, mas já trocámos "palavras" num grupo que se dedica à informação, ao debate, à promoção de S.Tomé e Príncipe. É só utilizar a ligação disponível neste espaço.
De quem falo é de José Augusto de Carvalho, de Viana do Alentejo - Évora.
Alentejo de "Searas ao Vento", o calor, os montes, a simplicidade e a riqueza interior do povo. É fácil amar o Alentejo, sofrido e generoso - a terra do "cante", onde os passarinhos fazem desgarradas às quatro da madrugada.

Do seu livro "em construção" O MEU CANCIONEIRO (II parte, Cantigas de amigo), partilhou
J.A. Carvalho há dias, com o grupo, estes versos que vos deixo :

O meu amigo levou
consigo o meu coração.
No vazio que ficou,
abrigo angústia e aflição...

Levou-mo como refém
da promessa recebida
de eu não ser de mais ninguém,
enquanto a vida for vida...

Amigo que não sabeis
que o coração duma dama
se rege por outras leis
quando por amor se inflama!...

Uma paixão transitória
que um cavaleiro tiver
será sempre a triste história
da vida de uma mulher.
-----------------------------------------
A.B.

2007-08-06

A "falha" no Currículo

Todos temos uma "falha" no currículo!
Independentemente do "ângulo" em que se queira analisar a questão. E no meu caso, as falhas são muitas, como por exemplo não ter ainda visitado o Vietnam e a Austrália ( isto dos antípodas tem imensa graça!) e não ter sido um grande jogador de futebol. A Política é um assunto muito mais complexo e eu nunca me dei bem com a "politiquice". Talvez por isso tenha sido penalizado algumas vezes. Posso mesmo dizer que, uma das grandes falhas no meu currículo, foi ter acreditado e ajudado algumas pessoas sem carácter e sem "coluna vertebral" a sobreviver e a singrar na "selva" em que se foi tornando o mundo da Comunicação Social (empresas e jornalistas)!
Mas é precisamente no campo da "política" que as falhas são mais notadas ultimamente. O País é pequeno, a concorrência é grande e, por isso, os agentes e actores políticos correm constantemente atrás das "falhas" para tapar os buracos no currículo. O cidadão comum não tem, seguramente, essa preocupação. Mesmo assim, há alguns que não resistem à tentação dos títulos académicos. Dr para aqui, Eng para ali, - as siglas vão ficando cada vez mais banais. Volto a socorrer-me das palavras de António Arnaut, numa recente entrevista à Visão, para corroborar a ideia.
A "última falha" que deu enorme brado, foi a do Dr. Marques Mendes, líder do PSD, agora de novo candidato a líder nas "directas", também - naturalmente - candidato ao cargo e à função de Primeiro Ministro. É a lógica normal e natural da política !
Quando o país esperava uma falha de vulto, digna da tal lógica, eis que, afinal, a falha de Marques Mendes é muito simples : - nunca ter ido à festa do PSD/Madeira no Chão da Lagoa !
Não seria nada por aí além, se ela não tem sido anunciada num contexto político muito particular e delicado, que o líder do PSD/Madeira e Presidente do Governo Regional tem vindo a aproveitar para a sua habitual demagogia. Mas quando essa demagogia resvala para "desafios à autoridade do Estado", o assunto torna-se inquietante. Pelo meio, o líder do PSD/Madeira levantou de novo "o fantasma do saparatismo", utilizando-o quase como "chantagem" perante o Governo da República.
Como disse, a falha de Marques Mendes teria pouco de especial ( outras bem mais graves de outros líderes e actores políticos têm marcado a nossa actualidade!) - não se desse o caso de, "tapando a falha", a atitude do líder do PSD ter avalizado a "demagogia" do líder local. Avalizou os desafios à autoridade do Estado, avalizou as expressões "habitualmente ofensivas" de JJ (agora queixa-se das ofensas de L.F.Menezes) e não teve um simples gesto, uma simples palavra para se demarcar. À pequena falha, MM acrescentou uma grande falha. Veremos a sua importância no futuro.