2012-12-31

ACTUALIDADE...

***** Vejam só a actualidade do que escrevi há três anos. 
Só falta uma pitada de sal e outra de piri-piri (tuá-tuá; gindungo).... 
E uma mão cheia de boas intenções...


"ANO NOVO...NOVO ANO!
O comum das mensagens electrónicas e dos telemóveis na hora. A terceira geração ? Mais parece que já comunicamos na décima.
Praticamente uma escrita cifrada, para dizer mais ou menos as coisas que é usual dizerem-se há já várias décadas.
Primeiro – um Ano Novo muito próspero!
Depois – muita Alegria e Desejos à tua medida!
Paz, Amor, Felicidade – um triângulo quase sempre permanente!
Mais tarde – vieram as preocupações com a Saúde! Muita saúde, que é o bem mais precioso!
Numa outra perspectiva – chegaram em simultâneo as preocupações solidárias!
Hoje – é tudo muito mais simples!
T’-se Bem; Bué da fixe; cool; um 2013 com tudo k precisas; K o novo Ano te dê 1 emprego ou 1 trabalho; Do Baril; Muitos trocos; uma nice; lol; etc.etc.etc.............................................................
É a tridimensão da mensagem: - quanto menos se escrever mais sinceridade se exprime. Uma comunicação breve mais facilmente se assimila. Linguagem adaptada às novas realidades!
Sobretudo a Internet, pois claro! Disponível e ao alcance de 1 simples botão no telemóvel mais moderno.
O impacto de tudo isto ? Esperemos para ver... Talvez não tanto tempo assim !
E depois? Os valores... a Cultura! Que Cultura ? Novos conceitos, novos paradigmas. Serão necessários?
Voltemos então aos votos para um Novo Ano!
O que pedir para nós? O que desejar aos Amigos?
Começa a ser difícil, muito difícil, encontrar uma plataforma mais ou menos apropriada aos novos tempos. Crises políticas, crises económicas, crises de valores, crises de ética, crises de pensamento!
No meio de tantas crises – o que pedir, como pedir, a quem pedir ?
Proponho que voltemos ao início de todos os tempos, avaliemos as permanências das “Idades” e delas retiremos o melhor. Os avatares agradecem!



António Bondoso
31Dez2012.

2012-12-28




DIÁSPORA DE MOIMENTA DA BEIRA QUER FURAR MURALHA DA INTERIORIDADE.





1ºPASSO:- À PROCURA DE UMA IDEIA...OU COMO TRANSFORMAR UM “SLOGAN” NO CAMINHO DO REGRESSO.
2ºPASSO:-A CERTEZA DE QUE TODOS SÃO IGUALMENTE IMPORTANTES  E, COMO DIZ O POVO, O QUE É PRECISO É COLOCAR UMA MÃO NA RODA!




Para que não restem dúvidas, valha a verdade que esta iniciativa de reunir a diáspora moimentense partiu do Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira e teve lugar já no passado dia 15 de Dezembro. Não é, portanto, cópia ou plágio de quem quer que seja, sabendo que – nos últimos dias do ano – apareceu com força mediática a criação do Conselho da Diáspora Portuguesa, por iniciativa do Presidente da República. Não é que haja mal em multiplicar o movimento. Mas é bom que fique o registo. Provavelmente...depois de todo o “show-off” à volta dos cargos honorários da iniciativa presidencial (por momentos lembrei-me da célebre “brigada do reumático” caetanista), José Eduardo Ferreira terá – em Moimenta da Beira – um caminho menos áspero e menos crítico perante as suas iniciativas arrojadas e de rompante, como já o foram a Expo-Demo, este encontro da diáspora e o fórum da juventude, para além das recorrentes iniciativas de apoio a diversos programas culturais – sempre com o pano de fundo das grandes referências do concelho: Aquilino Ribeiro, Afonso Ribeiro, Luís Veiga Leitão, Eduardo Salgueiro, a maçã e os vinhos de qualidade – nomeadamente o espumante Terras do Demo, com uma produção de quinhentas mil garrafas/ano.




Sendo Moimenta da Beira um concelho com apenas 10 mil habitantes e sabendo-se que perdeu cerca de 7% da sua população na última década, uma questão fundamental é evitar a desertificação, pelo que se apelou à necessidade de manter quem já vive, a par de convidar novas pessoas e gente nova com novas mentalidades. Daí que, no encontro, se tivesse batalhado muito na ideia do empreendedorismo e no reforço da cooperação com as universidades, sem esquecer a fundamental construção do IC26 – uma via estruturante essencial para furar a muralha da interioridade, se bem que haja neste tempo boas e melhores razões do que há uns anos para regressar a Moimenta. Como frisou José Eduardo Ferreira, o que se iniciou no dia 15 de Dezembro de 2012 é um percurso no qual somos convocados a dar um pouco mais e melhor à região e ao país.
          Mas, há sempre um mas, se por um lado é bom que a saída deva ter um retorno em carinho, em conhecimento ou em afectividade – por outro – a inserção na vida do concelho precisa de projetos concretos. O que se pretende é pensar Moimenta no futuro. Numa estratégia de médio e longo prazos, portanto, na qual se identifiquem oportunidades e desafios, igualmente dificuldades, em vários sectores, para além do reconhecimento e convocação da massa crítica. 




Se ao nível da vinha o investimento deu resultado no que respeita ao sector da transformação, o mesmo não poderá dizer-se da maçã. Não tem havido essa capacidade, precisamente porque há problemas ao nível da armazenagem. Mais unidades de frio exigem um investimento sério, mas é esse o caminho. E sabe-se que Portugal só produz 50 ou 40% da maçã que consome. Um ponto a favor é que, na região, a produção média é boa se comparada com a do país. Um problema, poderá ser a quantidade de água que a produção necessita. Já quanto à qualidade – não há dúvidas! Uma outra questão assinalada foi a da importância da recuperação do odor da maçã de “bravo-de-Esmolfe” – única no país. Também o azeite poderá ter uma produção e qualidade distintas, tal como o granito – que é diferente – e cuja exportação se situa entre os 70 eos 80%.
          O envolvimento cultural tem sido uma aposta segura e, embora não tenha sido debatida essa questão – sou daqueles que pensam poder ganhar-se a organização e consolidação de uma bienal de artes, exatamente correspondendo ao período temporal da realização dos encontros da diáspora. É com iniciativas deste género – de algum modo já “ensaiadas” na Expo-Demo – que mais facilmente se poderá romper a grande muralha exterior do concelho e da região. Chegar mais longe, chegar aos centros de decisão dos vários poderes.   



António Bondoso
Dezembro de 2012.



2012-12-24




A GERAÇÃO XXI

Esta é uma geração do futuro
De muita mobilidade
Termo novo de emigrar
À força das circunstâncias.
O dinheiro é que governa
Mas o povo ainda vota
- doce engano democrátrico
Neste caminho de espinhos
De medos, traições ou chantagem.
É uma geração de futuro
Neste século vinte e um
A geração multimédia e do audiovisual
Entre as novas ameaças e desafios diferentes.
O terror ampliado, global e messiânico
Coisas que a alta finança vai parindo aqui e ali,
Miséria, pobreza, doenças
Em anos ao desafio. 

O défice apaga as pessoas
Tudo vem em percentagens,
Milhões de mil milhões é gente a mais neste espaço.
É um mundo saturado
Poluído, amargurado
De tanto desempregado, pensionista, reformado
A viajar pela net
Em busca de novas ideias
Trocando muitas mensagens
- quais lutadores incansáveis
Teclando, desbravando essas redes sociais.

É a geração vinte e um
Que não morre de esperança,
Revoltada, indignada
Mas milagres não alcança.
Também não morre em descanso
Enquanto estiver de pé. 

António Bondoso, in "O PODER E O POEMA"Pg92,93. 2012, Edições Esgotadas.






2012-12-21


ATROFIADO POETA...NÃO! 
POETA REPRIMIDO...NUNCA!


(Parafraseando e homenageando José Carlos Ary dos Santos...
( A publicar).

“Serei tudo o que quiserem:
Jornalista, pregador
Insolente pela pena
Irrascível quando trato
Com gente incivilizada.
Serei até mal educado se a isso me obrigarem
Pategos e mais parolos
Arrogantes de estupidez
Vaidosos corpos vazios
De um pingo de inteligência.

Serei tudo o que quiserem:
Panfletário sem carisma
Irada mentalidade
Escritor de baixo nível
Medíocre, esfarrapado
Cidadão normalizado!
Serei tudo o que quiserem:
Mas poeta atrofiado...Não!

Serei tudo o que quiserem
Serei mais do que disserem:
Ser humano sem coragem
Feitio perturbador
De conflito interior.
Serei até comerciante
Pedante comediante
Quem sabe...mau governante!
Serei tudo o que quiserem:
Mas poeta reprimido...Nunca!”


======================== A. Bondoso (A publicar). 







UM CONTO DE NATAL...pobre!

E já não se oferecem livros às crianças!
Vai ser um Natal mais pobre! É evidente...
Tanto como a certeza de que, de ano para ano, tem vindo a empobrecer.
Mas o que me move a escrever, hoje e aqui, não é o facto de estar apenas preocupado com a pobreza material. No sentido consumista, entenda-se.
Mas é que há uma desgraça no pensamento – na falta dele – uma pobreza de espírito, uma pobreza de ideias, uma pobreza de carácter.
E, proliferando... esta pobreza é a tragédia do país e do mundo!
***** Por isso vos digo, em poema, que :
“Dessa janela
Por onde espreito a intimidade do mundo
Viajo supersónico
Para além do azul
Quando pressiono o botão do meu rádio de pilhas”.
***** António Bondoso
(em O PODER E O POEMA, 2012 pg. 6. Edições Esgotadas).    




(Foto do autor... Iluminação de Natal na cidade da Régua ).


2012-11-14



AINDA A VISITA DA SENHORA MERKEL...

RELENDO LUÍS SEPÚLVEDA[1]

Hoje, dia de “greve geral” – e quanto ela se justifica! – aproveitei para reler, como faço muito regularmente, o incontornável lutador Luís Sepúlveda. E nas suas “Crónicas do Sul” deparei com um texto sobre as questões da emigração/imigração na Europa, a propósito dos tumultos de rua em França quando Sarkozy era ministro do interior. O título, muito sugestivo, era «Carne de Blogue» (3), e derivava depois para a imigração no país da senhora Merkel. É um texto marcante, que não resisto a citar:


[1] - Crónicas do Sul. 2008. ASA, Porto.



Quão longe vão os tempos de Willy Brandt e de Olof Palme!
Até da Europa solidária de Jacques Delors.
Fica o registo.
António Bondoso.




2012-11-11


A IMBECILIDADE CAMPEIA... 


A imbecilidade campeia.
Velozmente tece a sua teia
Aproximando
Apertando
Triturando
Morrendo e putreficando.

Mas o mundo dos sons apresenta-se vivo
Renovado.

A alma alegra-se ouvindo
De um canário encantatório
Trinado rico marcante
Código morse rendido
A esse falar ilusório.

E quando se fina o gorjeio
Veloz compasso melódico,
Volta a morrer a harmonia
Do meu plumoso presente.

E breve de novo me dou conta de que a imbecilidade campeia.
-------A.Bondoso (a publicar). 



2012-11-10


À VOLTA DE MIM E DO MUNDO...







Há pessoas com muitas capacidades.
Alguns mostram-se sem saber, outros sabem mostrar-se, há quem pense que o mundo gira à sua volta – a obsessão é quase um pecado – há muitos que estão “convencidos”, ainda outros que sabem “convencer” e também aqueles que se deixam convencer. Outros, porém, convencem-se de que – em seu redor – tudo o que mexe, pensa, fala ou escreve tem um único destinatário: eles próprios! É o que se pode chamar de suprema atitude narcísica. 
Há humildes competentes, existem falsos humildes, há quem seja humildemente arrogante e ainda o grupo dos teimosos. Alguns serão certamente competentes, mas a maioria coloca-se no grupo dos teimosos incompetentes. 
E há aqueles que vivem no mundo da ilusão. Iludem-se com o que pensam saber mas não sabem, iludem-se com um fugaz clarão do que pensam ser sucesso, vivem na ilusão da mentira, sabendo que não sabem de onde lhes chega a convicção ilusória. Dizendo de outra forma, sabem que a matéria não lhes pertence mas, contudo, conseguem transformá-la (nada se cria, tudo se transforma) remodelá-la, dando-lhe uma aparência de novidade e de autenticidade.
De facto, há pessoas com muitas capacidades. Espero que, por isso, possam perceber o texto.
Mas se alguém não percebe que tudo isto tem a ver com o carácter – ou falta dele – definitivamente é um incapacitado!
---------A. Bondoso. 


2012-11-09


À VOLTA DE MIM E DO MUNDO... 


De repente...quase calcamos uma das muitas víboras que rastejam por aí, dando razão a Maquiavel: o homem é mau por natureza.
E embora os bons sejam aos milhões, sentem-se impotentes para arranjar um antídoto que surta efeito perante o fatídico veneno das cuspideiras.



Há serpentes...


Cobras capelo e de chapéu
Que se passeiam em jardins de uma cidade
Que rastejam nas matas mais profundas
À espreita de emboscada planeada
À espera de um ataque fulminante.

Há serpentes...

Cascavéis em desertos já passados
Víboras da cor da terra
Com meias da cor da pele,
Qual disfarce dos guizos em ruído
Sibilina postura d’entre dentes.
----------------------------A.Bondoso (a publicar)

2012-11-04


MOIMENTA DA BEIRA E A GUERRA COLONIAL.



A guerra, qualquer guerra, deixa marcas profundas. Recuperáveis a médio e longo prazos no aspecto material, mas dificilmente ultrapassáveis no íntimo psicológico dos actores – sobretudo daqueles em que as “marcas” persistem, quase não havendo fronteira entre os problemas físicos e os psíquicos. É o que se designou chamar de “Stress Pós-Traumático de Guerra”, assunto que vai merecer hoje destaque em Moimenta da Beira, por iniciativa da Delegação de Tondela da Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar. 


As guerras, todas as guerras, sejam elas nomeadas como “justas” ou “necessárias” – designação impossível por oposição à sempre injusta violência e aos seus efeitos – são igualmente imorais. E como escreve Tim O’Brian, em As Coisas Que Levavam os Homens Que Lutavam, “se uma história de guerra parece moral, não acreditem nela”. É uma citação com que Arturo Pérez-Reverte, jornalista da TVE, abre o seu livro Território Comanche, sobre a guerra da Bósnia: “(...) As bombas levantam pó, cascalho e metralha, e depois matam-te e ficas como aquele soldado croata, completamente só, na valeta da estrada, junto da ponte de Bijelo Polje. Porque os mortos, além de parados, estão sós, e não há nada tão só como um morto”.


 Mas quem tem a “sorte” de não ser atingido...e “apenas” vê morrer ou sente a impotência de salvar a vida de um camarada, ou apresenta ausência de reacção no sentido de poder ajudar o estropiado a seu lado, nunca mais ficará só. Poderá ficar com deficiências físicas ou não...mas no seu interior haverá sempre – mais ou menos evidente, consoante os casos – uma máquina de filmar que rebobina e projecta as imagens de pânico, ânsia, terror, medo, impotência. Por vezes até, sentimentos de culpa por vivo permanecer. Nunca mais estará só, tal como o seu comportamento afectará igualmente familiares e amigos chegados. É sobretudo destas questões que se vai falar hoje em Moimenta da Beira, concelho que também contribuiu com a sua percela de vítimas durante a Guerra do Ultramar, para uns, Guerra Colonial para outros, ainda Guerra da Independência para o “outro”.


Designações que o antigo regime português foi incapaz de ultrapassar no sentido político, preferindo dar razão ao general prussiano Karl von Clausewitz – quando este dizia que “a guerra não é meramente um acto político, mas sim um autêntico instrumento político, uma continuação da actividade política, uma realização da mesma utilizando meios diferentes”. Nestes casos, ou não houve diplomacia, ou a diplomacia falhou, ou a diplomacia se prolongou demasiado no tempo, incapaz de matar a guerra no tempo certo. 


E os resultados, independentemente de quem vence – se realmente existem vencedores – são sempre problemáticos, trágicos e de difícil solução. Mas é fundamental discuti-los sem tabus e sem culpas.  
António Bondoso. 

(NOTA:--- Fotos do Autor (1,4,6) e retiradas da pg.7 do jornal Terras do Demo, de 25 de Outubro 2012, com a designação de Publicidade). 

2012-10-31



À VOLTA DE MIM E DO MUNDO......................















PEDRO, PORTA E O GALO ÁLVARO...
( para adaptar à canção do pintinho piu.........)

Cá em casa havia um Pedro
Cá em casa havia um Pedro,
E o Pedro piu... e o Pedro piu...
Primeiro ouviu
Mas depois não viu!
-------------------------------- ( repete... 2 últimos
Cá em casa havia uma porta
Cá em casa havia uma porta,
E a porta pum... e a porta pum...
Ela assim batia
Sem vento nenhum!
-------------------------------- ( repete... 2 últimos

Cá em casa era só gastar
Cá em casa era só gastar,
E o Vitor dizia...e o Vitor dizia...
Quanto mais gastar
Mais terão azia !
--------------------------------- (repete...2 últimos

Cá em casa só um corta-relvas
Cá em casa só um corta-relvas,
A máquina cansada...a máquina cansada...
Já não tinha força
Nem estudava nada !
---------------------------------- ( repete...2 últimos

Cá em casa havia um galo
Cá em casa havia um galo,
E o galo cantava...e o galo cantava...
Mas a crista murcha
Não desabrochava !
---------------------------------- ( repete ...2 últimos
Cá em casa era uma canseira
Cá em casa era uma canseira,
E se chega o Álvaro...e se chega o Álvaro...
Vai morrer de sede
Aquela pereira !
---------------------------------- ( repete...2 últimos

&&&&&&&&&&&

Cá em casa havia um Pedro
Cá em casa havia uma porta,
E o Pedro piu... e a porta pum...
Era só bater
Sem fazer nenhum !
-------------------------------- ( repete... 2 últimos
Cá em casa havia um galo
Cá em casa só um corta-relvas,
E o galo cantava...e a relva comia...
E a crista murcha
Ao Álvaro dizia:
---------------------------------- ( repete...2 últimos
É preciso dar um jeito
É preciso dar um jeito,
E o tempo urge...e o tempo urge...
Dá-me a dor no peito
E o guito não surge !
---------------------------------- ( repete...2 últimos

Com o Pedro o que fazer ?
Com o Pedro o que fazer ?
A porta já bate... A relva não cresce...
A crista já baixa
E a pereira morre...
A pereira morre e o país fenece !
A pereira morre e o país fenece !
“ “ “ “ “ “ “ “ “ “ “ “ “ “ “ “ “ “ “ “
Idem ..... idem.... ( em fade out....)
........................... A. Bondoso. 

2012-10-21




À VOLTA DE MIM E DO MUNDO.... 


‎*****"A poesia, que eu reservo ao domingo, seja manhã ou de tarde, mas que eu prefiro à noitinha já coberta de silêncios – sem que o vento, o mar e o sol queimem as pistas da minha busca, canta sempre mais do que o belo, mais do que o amor, mais do que a paixão. Os poetas também cantam ( e devem!) a injustiça, as angústias e a tragédia sobre os desencontros e desencantos da vida!"---- A.B. 2012. 

Por isso é que, neste domingo, eu revelo uma "CORRIDA DE FUNDO"! (a publicar) 

"...Corremos sempre atrás da vida
famintos de sensações
que a alma não é medida
por tão pequenas razões.
Corre-se atrás da política
de cinzento requintada
no paós é paralítica
e lá fora encapotada.
É o terror da vingança
sem o pão de cada dia
e fica sempre a lembrança
desta global utopia.
Corre-se além p'la guerra
morre-se também de fome,
por aqui já nada vive
e ninguém dá pelo nome"!
--------------A.Bondoso.







2012-10-08







À VOLTADE MIM E DO MUNDO...

E a propósito de um filme que aí vem... "A Última Vez que vi Macau"

http://www.pardolive.ch/catalogue/film.html?fid=608538

Há um outro "documentário" - bem didáctico - que é muito interessante para quem não conheceu e/ou não conhece :

http://www.youtube.com/watch?v=4f2tMR2bi_8



                                                 CONTENTOR
Apenas um ponto
Longe, ansiosamente distante
Mas ainda assim o centro
Das belas imagens
Que marcaram o oriental capítulo do meu império imaginário.
Macau
O rio e as ilhas
Pérolas brilhantes da memória dos amigos que resguardo
Respeito e respiro
Sinto e vivo em cada lembrança que me chega.
Não foi Camões que me prendeu
Nem a sua virtual Dinamene
Foi mais a força do insenso e do ópio brutal de Pessanha
Como às Portas de um Cerco à espera.
Do seu túmulo se elevam em espiral
Não me deixam levianamente levantar ferro
Ancorado como estou nas amarras de um porto interior
Do qual vi partir o contentor
Fiel depósito dos amores que me rodeiam
Serenam e protegem quando tudo é angústia à minha volta.
------------- A.Bondoso, 2009.  ( A publicar....

2012-10-07



À VOLTA DE MIM E DO MUNDO !




Sogra e mãe, que me deixou órfão pela segunda vez.
Por isso, digo eu hoje que:


 SÃO QUATRO !

São quatro
E partiram bem antes do fim da história.
Deixaram uma saudade perdida
Um vazio imenso
Neste mundo onde se move a minha vida.
Se eu pudesse reverter o tempo
E a alma contada por minutos
O ontem seria tempo ainda hoje
Teimosamente a rodar no tic-tac.
Poderia assim continuar a lembrar de minha mãe
O seu sorriso sofrido
E de meu pai ser saudoso
Do seu sorriso matreiro!
Mas outra mãe se revela
E outro pai se adivinha
Laços novos e antigos
Apertam todo o espaço
Cortam-me a respiração
Estas memórias cansadas
Que o tempo revolto vira
E se apressa a descobrir
Que nunca faz mal sorrir.

São quatro.
Sinto a falta que me fazem
E de todos eles a fé
Num dia seguinte novo !
_____________________ António Bondoso


2012-10-02


Á VOLTA DE MIM E DO MUNDO...




***** O EXTRATERRESTRE:--- O ataque em todas as frentes. Mal apresenta... e já decidiu. À boa maneira dos velhos tempos! É a diferença entre as palas ...e os binóculos! O PCP ainda está no tempo da "cassette", quando já era tempo de ter aderido ao DVD ou à tecnologia Blue-Ray.
           1)- ????"Não contem com o PS para travar este Governo", avisou Jerónimo de Sousa no discurso em que justificou a moção de censura do PCP. ???? (JN online)
           2)- Pelo contrário, como está mais maduro o BE ! Alguma coisa terá aprendido quando há mais de um ano, numa aliança "estranha" com o PCP e a direita agora no poder, contribuiu para derrubar o governo SócratesII. Que - em boa verdade - não deveria ter existido, se JS tivesse tido a coragem de enfrentar Cavaco Silva.
           3)- "O deputado Jerónimo de Sousa é um dos responsáveis por existir neste momento um Governo de direita em Portugal. Num passado recente, votou ao lado da direita", declarou José Junqueiro, numa alusão ao chumbo do PEC IV na Assembleia da República.
José Junqueiro considerou depois que o líder comunista "tem uma obsessão com o PS" e que, "sob a falsa pretensão de atacar a direita, acaba sempre a atacar o PS". (JN online).
           4)- Mas AJ Seguro adormeceu à sombra da vitória antes do Conselho de Estado, reunião que esvaziou o ataque do PS e, sobretudo, uma eventual moção de censura. E agora, MANTENDO-SE AS MESMAS CONDIÇÕES PENALIZADORAS da TSU, talvez muito pouca gente compreenda o compasso de espera e as hesitações do líder socialista. Em política - como no futebol - não se pode adormecer e dar o flanco.
E mesmo com a “ajuda” de Louçã na RTP2 ( todos perceberam a diferença entre o BE e o PCP)...será quase impossível colocar o relógio a andar para trás.  A não ser que AJ Seguro – qual mágico encartado -  consiga tirar da cartola um coelho para estufar em lume brando.
Perde, mesmo votando favoravelmente a moção do BE...
Não cometendo o “suicídio” de apresentar a sua própria – já muito fora de tempo – só resta ao PS “inventar” um facto político, atacando fortemente a coligação no poder.
Como? a ) Insistindo na ideia de um governo de “unidade nacional” – mesmo sem o PCP, mas com o BE – assumindo a ruptura com os comunistas mas empurrando o odioso de rejeitar a solução com o BE para a coligação no poder;  b ) uma fuga para a frente, rompendo definitivamente com os projectos do PSD/CDS, que estão muito para além da Troika, solicitando eleições antecipadas e promovendo acções de rua, comícios, debates – agitando a modorra da vida entre S.Bento, Belém e Bruxelas. Declarações constantes nos OCS.
Ou então...permanecer  na quietude dos bem instalados na vida e morrer aos poucos, aparecendo na frente das sondagens mesmo descendo nas intenções de voto. Menos por mérito próprio, mais por demérito dos outros !
A.Bondoso.