2013-10-30

LIVROS HÁ MUITOS…
… ou a pouca importância de não me chamar Ambrósio.


Com o passar dos anos, fica ainda a saber-se que a dor mais aguda de um parto destes – para um autor não mediatizado – tem a ver com o corte do cordão umbilical!
         Isto é, no seguimento da pena, mete dó a pouca importância que a grande maioria atribui a aspetos estratégicos e decisivos. Fosse o autor nomeado como o Ambrósio do anúncio dos chocolates, como Carreira, Dos Santos, Coelho, Guimarães ou o Brown da BD…e teria certamente um completo jogo de espelhos a iluminar cada página de um poema de amor erótico ou cada frase de uma prosa caduca e lamechas.
         O mais importante, contudo, foi a presença daqueles que quiseram estar e dar-me a alegria de participar no convívio – um sinal de amizade que muito me sensibilizou. Desde logo o próprio Mestre Zé Rodrigues, a quem roubei uma boa parte do seu merecido descanso; de forma particular o Presidente da Câmara da minha terra natal, Moimenta da Beira, que depressa chegou ao Porto apesar de ainda não haver o IC26; a Luisinha e o Toninho, que vieram de Vila Real vencendo os perigos do IP4; a Cristina Martins, que veio de Aveiro num comboio-correio e que depois galgou a calçada – de S.Bento até à Fábrica Social – para me trazer a lembrança da amizade de seu pai, o “Mestre” Fernando Martins; de Viseu vieram Teresa Adão, diretora das Edições Esgotadas, e José Simões que um dia se apaixonou por S.Tomé e Príncipe; o são-tomense Xavier, que há muitos anos se apaixonou pelo Porto; a Domingas Monte – estudante angolana no Porto – que puxou pelos cordões à bolsa e trouxe a juventude da sua sobrinha, Sidónia Nziaka; outros angolanos, a Paula e o Toneca, habituais e fieis amigos há uns anos a esta parte e que guardaram nas suas mãos a impossibilidade anunciada dos amigos Angélica e Bessa; dois camaradas da Rádio, o Júlio portuense e o açoriano Maciel, que hoje já não seguram no microfone mas que não perdem a oportunidade de ficar calados; o Zé Manel, que é tio da minha afilhada Cátia e que se fez acompanhar por outro amigo também, o António Soares; um outro António que é Santos e que é amigo do Alfredo Vieira – o colaborador mais próximo do Mestre Zé Rodrigues; os meus familiares diretos, naturalmente, e um primo igualmente jornalista que está sempre à distância de uma chamada de telemóvel ou de uma mensagem no mail ou no facebook. Ainda académicos e homens de letras como Rui de Azevedo Teixeira e Jorge Bento, tal como, e como não podia deixar de ser, a apresentadora Teresa Cierco – a quem eu agradeço a disponibilidade e os elogios pela “originalidade” da obra.
         No final da sessão, logo a seguir às críticas e aos elogios de alguns dos presentes – o que faz parte da “mecânica” de quem acompanha este mundo dos livros – houve tempo para degustar o excelente espumante Terras do Demo, da Cooperativa de Moimenta da Beira e que eu adquiri na loja do Grossão, em Gaia, paredes meias com a Real Companhia Velha. E para que o precioso líquido não caísse na fraqueza de qualquer dos presentes, ali apareceram também miniaturas doces, da Cidália da Essência das Ribeiras e salgados com peso e medida de sabor caseiro, da São do Freixieiro. Perdeu quem não provou!
         Quem estiver interessado em adquirir o livro LUSOFONIA E CPLP – DESAFIOS NA GLOBALIZAÇÃO, ou procura no circuito comercial ou entra em contacto direto comigo por mensagem privada no facebook ou no e-mail.

OBRIGADO…e até à próxima!



António Bondoso – Jornalista. CP359.

2013-10-28

UM GRANDE ABRAÇO AO ZÉ RODRIGUES.



HÁ CIRCUNSTÂNCIAS FELIZES…
…QUE NOS DÃO FELICIDADE !

Um amigo, mais pela simpatia dele do que por mérito meu, assinalou hoje o seu 77º aniversário. E por um feliz acaso – ver o espaço onde amanhã vai decorrer a apresentação do meu livro LUSOFONIA E CPLP – Desafios na Globalização e preparar, naturalmente, a logística da sessão com o Alfredo Vieira – acabei por me ver envolvido num gesto de bonito e sentido calor humano. No seu espaço de criação, na rua da Fábrica Social, o Mestre José Rodrigues foi simbólica e “familiarmente” homenageado por aqueles que ali trabalham – quer no campo da escultura, quer desenvolvendo os mais diversos misteres num “regime” de incubadora: de psicólogos a arquitetos, de bailarinos a homens da escrita.
         A Fundação celebrou o aniversário do Mestre, improvisando uma surpresa que lhe tocou muito e o deixou em puro estado de felicidade. Com acompanhamento da “Banda da Fundação” cantaram-se os tradicionais “parabéns a você”, ouvindo-se ainda uma magistral interpretação do “Porto Sentido” de Rui Veloso.
         Depois brindou-se à saúde do Zé, houve bifanas e prendas, não faltando o bonito e saboroso bolo de aniversário.
         São 77 anos de uma vida plena, de um grande homem que faz o favor de ser meu amigo, que eu me habituei a acompanhar e a admirar desde o nascimento da Bienal de Artes em Vila Nova de Cerveira, que transportou “às costas e na cabeça” as pedras do antigo Convento de San Payo, que há 51 anos ajudou a erguer a Cooperativa Árvore – um símbolo de liberdade do pensamento “inventada” nas tertúlias do Majestic com Ângelo de Sousa, Armando Alves, Deus Pinheiro e Egito Gonçalves. Os tempos eram difíceis, o cerco era imenso e a Pide estava vigilante. E depois, ainda sem ajudas do Estado, teve tempo para erguer a sua Fundação na rua da Fábrica Social, ali à Fontinha.
         Lembrei-me de tudo isto – e ainda falta muito mais, como as “incómodas” conversas na RDP-Antena1 no primeiro lustro deste século, na companhia do Júlio Montenegro, de António Vilar e de Jorge Bento – apenas porque tive a felicidade de estar no lugar certo à hora certa. E, passe a redundância, há momentos felizes que nos dão felicidade. Um grande, grato e presente abraço Zé.
António Bondoso

28 de Outubro de 2013.      

2013-10-27


OS CAVALOS...PODEM VOAR!



OS CAVALOS TAMBÉM VOAM?
A magia de olhar o céu, de claro e resplandecente brilho por vezes, ou de nuvens carregadas a anunciar turbulência – por outras – é um processo de explicação cuidada e complexa.
Ou somos cativados pelo azul límpido de um dia insuportavelmente quente, no verão, ou ficamos presos às passageiras e variadas formas que as nuvens vão adquirindo ao sabor do vento – carregadas ou não do vapor e da eletricidade próprias de um outono intermitente ou de um inverno chuvoso. E quão gratificante é “descobrir” figuras – símbolos de um imaginário de afetos e de proximidade.
Como são os cavalos, por exemplo. Motivo de beleza, nobreza ou de trabalho!
Certamente se recordam de ouvir dizer que “os cavalos também se abatem”, que “os apostadores de cavalos também morrem” ou de ler sobre e ouvir falar de “cavalo de batalha”, de uma bela cavalgada, “cavalo-marinho”, “cavalo alado”, “cavalo russo” ou até do “cavalo-das-bruxas” – a frágil e voadora lilélula, libelinha, tira-olhos ou donzelinha.   
Olhem, vejam, imaginem…
António Bondoso

Outubro de 2013

2013-10-26

A NOTÍCIA, COM ORIGEM NA AGÊNCIA LUSA, ESTÁ PUBLICADA NO JORNAL DE CABO VERDE "A SEMANA". 
E A PROPÓSITO... volto a falar do meu recente livro "LUSOFONIA E CPLP - DESAFIOS NA GLOBALIZAÇÃO".

"O cartaz musical do Festival da Lusofonia de Macau, que acontece no próximo mês de Novembro, vai contar com a voz de Mirri Lobo. A programação completa inclui, além da música, dança, gastronomia e exposições.O festival arranca no dia 01 de Novembro com os concertos dos Maya Cool (Angola), Ammy Injai (Guiné-Bissau) e Syndicate & Floor Fillers (Goa, Damão e Diu).Mirri Lobo actuará no anfiteatro das Casas-Museu da Taipa no segundo dia do evento. Na mesma data também se apresentarão os Kumpania Algazarra (Portugal), Stewart Sukuma (Moçambique), Edu Casanova (Brasil), Nilo Jalégo & Florentina (S. Tomé e Príncipe) e Estrela do Mar (Timor-Leste). O festival da Lusofonia de Macau tem como objectivos promover a cultura dos países e regiões de língua portuguesa, realçando os aspectos de contacto, de influência mútua e intercâmbio". Pretende ainda "homenagear as comunidades locais de expressão portuguesa que ajudaram a construir Macau e que decidiram permanecer" no território, realçou o administrador do Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), Henry Ma Kam Keong.

Orçado em 1,75 milhões de patacas (quase 18 milhões de escudos cabo-verdianos), o Festival da Lusofonia espera atrair aproximadamente 25 mil pessoas nesta edição."
Fonte: Lusa

O que pode ler-se, por exemplo, nas páginas 66 e 67:
(...) ======================================
1.6. Afinal, Macau... e a China
Continuando a seguir o pensamento de Adriano Moreira,
voltamos ao Oriente, concretamente a Timor e particularmente
à China, cujo governo central – numa inicativa de “novidade no
domínio das técnicas das relações internacionais” – incentivou
Macau (uma Região Administrativa Especial) a desempenhar um
papel de charneira no desenvolvimento das relações económicas da
China com os países falantes da língua portuguesa. A criação, ali,
de um Fórum empresarial, levou a então Vice-Primeiro Ministro
Wu Yi a dizer que “o fórum... fará crescer dramaticamente a
importância política de Macau nas relações internacionais”. Sendo
um tema para ir acompanhando com interesse nos proximos anos,
o atual presidente da Academia das Ciências de Lisboa não deixa de
valorizar algumas “vozes atentas” de Hong Kong, nomeadamente a
do influente South China Morning Post: “A língua e o restante legado
cultural ainda ligam Macau a Portugal na Europa, Angola, Cabo
Verde, Guiné-Bissau e Moçambique em África, Timor no Pacífico
e Brasil na América do Sul. Estes laços são parte da rica herança
de Macau”. Pode estranhar-se a ausência do nome de São Tomé e
Príncipe, mas a justificação é facilmente encontrada no facto de
aquele PALOP ter preferido uma relação privilegiada com Taiwan.
Apesar disso, S. Tomé e Príncipe – hoje apenas um dos raros países
africanos a reconhecer o regime da Formosa – tem representação no
Fórum com o estatuto de observador.
Esta questão do “peso” da língua na economia (PIB) vai merecer
um capítulo especial, mas – por agora e aproveitando a referência a
Macau – não deixa de ser interessante um apontamento do jornalista
Helder Fernando no jornal Hoje Macau (2011) – na secção À Flor da
Pele, Destaque – sob o título “Lusofonia é muito mais do que falar
português”.
Este jornalista, formado na Rádio em Moçambique e radicado
em Macau há 30 anos onde tem exercido a sua atividade na TDM
e na imprensa local em língua portuguesa – tem acompanhado
de forma persistente os assuntos relacionados com a “Lusofonia”,
interpelando e dando voz às diversas associações dos oito países
de língua oficial portuguesa ali constituídas. Como é o caso da
Associação de Amizade Macau/Timor-Leste (AAMTL) que em
maio assinalou o 9º aniversário da restauração da independência de
Timor-Leste: “Dirão que foi muito formal – tocou-se e cantou-se o
Hino De Timor-Leste, houve discurso denso por parte do presidente
associativo, declamou-se poesia e, surpresa da noite, falou um ilustre
e ainda jovem coronel chinês de 4 estrelas, o Prof. Jun Wu, diretor do,
em inglês, “Third Military Medical University, Southwest Hospital,
Institute of Burn Research”. Este académico e militar cativou os
presentes, membros da associação e convidados, com intervenção
culta, de improviso e sábia quanto aos seus objetivos e ao modo de
os apresentar. Posteriormente ficou-se a saber que o Prof. Jun Wu
ficara muito bem impressionado com o convívio e com os objetivos
da AAMTL. Com a sábia estratégia de Pequim, este universo da
lusofonia, mesmo com algum desconhecimento circunstancial da
língua, desagua em entendimentos. Porque “lusofonia” é muito mais
do que falar e escrever português”.
(...) ============================


António Bondoso
Outubro de 2013.

2013-10-25

DOIS POEMAS...PARA ILUSTRAR UM LIVRO DE INVESTIGAÇÃO EM PROSA.
OU DE COMO JOSÉ CRAVEIRINHA E ANTÓNIO BONDOSO SE "ENCAIXAM" NA MESTIÇAGEM DA LÍNGUA.


FRATERNIDADE DAS PALAVRAS (1974)
O céu 
É uma m'benga
Onde todos os braços das mamanas
Repisam os bagos de estrelas.
Amigos:
As palavras mesmo estranhas
Se têm música verdadeira
Só precisam de quem as toque
Ao mesmo ritmo para serem 
Todas irmãs.
E eis que num espasmo
De harmonia como todas as coisas
Palavras rongas e algarvias ganguissam
Neste satanhoco papel
E recombinam o poema.
(José Craveirinha) - In LUSOFONIA E CPLP - DESAFIOS NA GLOBALIZAÇÃO. (pg.113)


Em tempos chamei-lhe minha. (A Publicar)

Era ali que eu existia.
E tinha pela frente o mar
Imenso
Com ondas de calema e tanta espuma.
Contava carneirinhos a perder de vista
E sonhava com os mistérios do mundo:
Que era ali, todo inteiro
Até onde meus olhos alcançavam.

Depois...
Um limitado horizonte de livros e de mapas
E barcos a cruzar o oceano
E eu navegando neles,
Disseram que muita gente e outras naus
Haviam por ali passado na aventura
Do saber e conhecer.
E falavam de outros homens
Que escravos da ambição
Mais escravos conduziam p’ra alimentar terras distantes.

 Foram tantos, tantos, tantos
Em rotas de vida e morte
Cruzaram muitos destinos
Cada um à sua sorte.
Alguns partiram e vieram…
Outros ficaram e quiseram
Partilhar o que não tinham.
Muitos roubaram e rasgaram
Nem todos souberam amar.

Mas era ali que eu existia...
Por isso lhe chamava minha
Por isso lhe queria muito.

Crescer e saber que a pertença
É na mente relativa
Não mudaram meu querer.
Separação dolorosa
Prolongada além do tempo
Machucou mas não matou
Essa relação intensa.

Aumentaram meus afectos
Somados a outros sonhos
A saudade serenou e o pensamento a voar
Trouxe a Amizade de volta
No vento do furacão.

E há nomes no horizonte
De um mesmo mar que revejo
Com águas de muitas cores.
É um oceano imenso de liberdade
Tão cara, tão custosa tão salgada
É o sangue de irmãos outros
Que alimenta novos sonhos
Em continentes de sempre.
É um grito novo de vida  
Na bússola de muitas dúvidas
É a razão de sentir
Desejo de construir.

Chamei-lhe minha no tempo
Quando a história me ensinou
Era ali que eu existia
E é ali que sempre estou.
Lá longe, desse lugar
Onde o mundo se divide
Chegam-me os novos sentidos
Mas continuo a escutar
O canto do ossobó.
Também melodioso, um papage repete:
Ainda lhe chamo minha, ainda lhe chamo minha, ainda lhe chamo minha…
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Tudaxi Sá glavi… tudu kwa Sá doxi
Non kloson navega… tlaxi non peneta 
Nen-ke-mu tlata… sonhu non madô
Tudu Kwa Sá Fesa… tudu kwa Sá bwa
Tudaxi Sá Mêsê… Bamu so floga…
Antawo san tanji mu…antawo san tanji mu…antawo san tanji mu…
===========================
(António Bondoso) - (A Publicar). 


NOTAS:
POEMA DE JOSÉ CRAVEIRINHA: 
m'benga - pote de barro; mamanas - mulheres; ronga - dialeto mais meridional do grupo linguístico banto tsonga.É falado numa pequena área que inclui a cidade de Maputo; ganguissam - namoram; satanhoco - uma coisa que não presta.
POEMA DE ANTÓNIO BONDOSO: 
Antawo – ainda; Bwa – Bom /boa; Kwa – isto /coisa; Tudaxi – tudo /todos; Glavi – bonito; Doxi – doce; Kloson – coração; Peneta – destino; Papage - Papagaio; Nen-ke-mu = antepassados; Tlata – cuidar; Madô – indomável; Mêsê – Amor; Fesa – Festa; Bamu – Vamos; Floga  – Brincar; Tanji – chamar de longe; Mu  – meu/ minha;
San – lhe. 
=========== António Bondoso
Outubro de 2013.
NASCEU  UM  LIVRO…
…e não é apenas mais um livro.



NASCEU  UM  LIVRO…
…e não é apenas mais um livro.
É um cruzar de muitas ideias sobre uma questão tão complexa quanto polémica – a(s) Lusofonia(s) e a CPLP, Desafios na Globalização. Foram quase quatro anos de muito trabalho, muita dedicação, muito esforço e de um enorme prazer na investigação.
E nasceu…apesar de tudo!
Primeiro houve que recriar a “dissertação” e conferir-lhe forma de livro…e depois tentar a sua publicação.
Muitas horas, muitos dias, muitos meses a solicitar apoios diversos. Desde empresas implantadas no espaço dos “oito” – incluindo a banca, até às mais variadas Fundações: África, Oriente, Jorge Álvares, Manuel dos Santos, Minerva, IIMacau. UCCLA e algumas câmaras municipais. E as instituições CPLP e “Camões – Instituto da Cooperação e da Língua”. Da primeira nunca houve resposta e da segunda chegou esta…que dizia assim:  Sem questionar o interesse do projeto de edição proposto por V. Exa., no que respeita ao domínio da edição, o Camões IP tem vindo a privilegiar as iniciativas editoriais apresentadas no âmbito do Programa de Apoio à Edição (consultável em http://www.instituto-camoes.pt/index.php?option=com_moofaq&view=category&id=220&Itemid=966 ). Acresce que os apoios atribuídos neste âmbito se destinam a viabilizar projetos editoriais apresentados por editoras estrangeiras que pretendam editar obras de autores de língua portuguesa traduzidas noutros idiomas e disponham de capacidade de distribuição internacional.
                Face ao exposto e atendendo às fortes restrições orçamentais impostas, transmitimos a V. Ex.ª a impossibilidade de poder corresponder ao solicitado.
            Com os melhores cumprimentos,
        
         E foi assim. Algumas respostas…mas nada de apoios. Ainda aguardo outras eventuais respostas – quem sabe, alguma de forma positiva! – mas, entretanto, o livro saiu. Fiquei, por isso, em dívida para com a Editora Edições Esgotadas, pelo que interessa agora apresentar o livro e vendê-lo. No meio de uma quase novela para encontrar um local apropriado para a primeira sessão (em Lisboa), as exigências da CPLP – depois de uma interminável troca de e-mails – eram incomportáveis para mim. Num derradeiro esforço, consegui a boa vontade da Fundação Oriente.
         Num gesto de simpatia, foi-me reservada a “sala Beijing” do edifício na Av. do Brasil.
         E apesar do dilúvio desse dia 23 de Outubro, apareceram os amigos – alguns de sempre, outros mais recentes – e também os Embaixadores de STP em Lisboa, Luís Viegas, e o Chefe da Missão Permanente de Moçambique junto à CPLP, Faizal Cassam. Igualmente motivo de satisfação foi a presença de Raimundo do Rosário, Diretor da Delegação Económica e Cultural de Macau em Portugal.
         No meio de tantos amigos, apareceu até uma antiga camarada de trabalho na ex-Emissora Nacional, operadora de som que desistiu da carreira – ainda a “revolução de Abril” dava os primeiros passos.

         À falta de apoios juntou-se, assim, o mau tempo que – muito provavelmente – terá afastado outros interessados na temática em debate. E logo numa altura em que se volta a questionar o funcionamento ineficaz da entidade política dos “oito” – a CPLP.


Aos que apareceram, mesmo que não tenham podido adquirir o livro, o meu cordial abraço de gratidão. Foi uma sessão muito bonita, muito sincera e muito “envolvente”, tendo sido a obra apresentada pelo Prof. Doutor José Carlos Venâncio, catedrático na Universidade da Beira Interior. A sessão viveu igualmente a poesia lusófona. António Bondoso disse José Craveirinha…enquanto Maria Teresa Bondoso e a Milé Albuquerque Veiga disseram superiormente o poema inédito de António Bondoso “Em Tempos Chamei-lhe Minha”.


UM ABRAÇO DE GRATIDÃO.

UMA NOTA FINAL para os que estiverem interessados na aquisição da obra. Ou no habitual “circuito comercial”…ou diretamente para o autor, que pode ser contactado pelo e-mail: antoniobondoso@gamil.com .
António Bondoso
Jornalista – C.P. 359.

2013-10-24

A PROPÓSITO DA MINHA CRÓNICA DE 6ªFEIRA NO JORNAL BEIRÃO:
ANGOLA...ou a Diplomacia por um "Pasquim".



A TÁTICA DO QUADRADO…
…ou de como um jornal pode traçar e veicular as linhas mestras da política externa de um país soberano como Angola.

Não deixa de ser interessante acompanhar a agitação em que vive um “gigante com pés de barro”. Chamando nomes às coisas, o que a “cúpula” hiper-democrática angolana está a tentar – depois do falhanço da “Missang” na Guiné-Bissau e sob fogo cerrado do Congo – é aproveitar-se soezmente da fraqueza financeira e económica de um parceiro na CPLP, atingido pela mais dura crise no pós II Guerra Mundial, para desviar as atenções do povo angolano no que respeita à miséria e à pobreza, apesar dos fartos proventos dos diamantes [ainda de sangue] e do petróleo.
         Interessante, sobretudo, pela razão de que – num super governo como é o angolano – parece não existir o Ministro das Relações Exteriores. A “diplomacia”, pelos vistos, é feita – trabalhada e burilada – e veiculada pelo Jornal de Angola.  
         Por outro lado, essa “cúpula” angolana está ainda a aproveitar-se, de uma forma mesquinha, das debilidades – mas aí não é culpa sua – dos políticos (maus, por impreparados) que governam Portugal. O silêncio e a diplomacia pura teriam sido de bom conselho perante a catadupa de editoriais do que, em gíria, se pode apelidar de “pasquim”. Também aqui em Portugal circulam pasquins e alguns até vendem bem. O caso é que talvez não representem apenas a voz do dono.
Tinha prometido não voltar a escrever sobre esta hipercinesia do JA, mas o mais recente editorial [à hora e no dia em que escrevo] – recheado de algumas confusões, não apenas semânticas – obriga a que saia a terreiro. Não para defender o meu país ou para atacar o outro…apenas para repor alguma dignidade de argumentação. Os parceiros que Angola escolhe para negociar, seja em obras públicas seja em petróleo ou em diamantes, são da sua inteira responsabilidade. Mesmo que, desse negócio, resulte uma parceria de exploração e não de uma verdadeira cooperação. Preferir a China e o Brasil cabe exclusivamente ao governo angolano. A Portugal, pelos vistos, resta a dignidade de não pactuar com “negócios obscuros”. A PGR, em Portugal, tem independência para – mal ou bem, é verdade – mandar investigar o que lhe parecer pouco transparente. As célebres “fugas de informação” são outro problema. E se os “envolvidos” nessas investigações têm razões de queixa, devem processar o Estado português.
Chantagem? O que tem feito até agora o JA com os seus editoriais? Provocar o pânico nos portugueses ali residentes, de modo a que regressem a Portugal? Será mais um “desafio” para vencer, como tantos outros que já se colocaram a este país. A CPLP é prejudicada? Angola é parte integrante. Dizer adeus à Lusofonia? Confundindo uma e outra, o JA entra em contradição. A CPLP pode acabar no imediato? Claro que pode. Já dizia José Aparecido de Oliveira que não há um tempo determinado para isso. As partes decidirão. E a “lusofonia” – palavra atravessada nas penas do JA [não apenas, mas neste caso específico] – poderá também ela acabar? Claro. Mas, seguindo o caso “único” de Malaca, deverá demorar muitos séculos. A semântica não agrada? Complexo do descolonizado, que eu pensei estar já banido. Mas basta que o JA encontre um outro termo, em língua portuguesa, em Kimbundo ou em Tetum, que sirva à sua medida para aglutinar os milhões de cidadãos que se expressam em língua portuguesa por esse mundo fora. Aplaudirei em qualquer caso.
Mas é no último parágrafo do texto que o jornal Público nos oferece [21 de Outubro] que eu encontro a ideia mais cínica do editorial do Jornal de Angola: “A CPLP é, no entanto, considerada  pelo jornal muito importante, porque “permitiu congregar afectos, boas vontades e políticas capazes de cimentar os laços entre todos os que falam a língua de Agostinho Neto, José Craveirinha, Eugénio Tavares, Alda do Espírito Santo ou Camões”. * 
Não foi a CPLP que permitiu congregar afetos. Foi a língua, considerada oficial nos oito países. E ao contrário do JA, curvo-me perante as figuras que se expressam na “língua de Agostinho Neto, José Craveirinha, Eugénio Tavares, Alda do Espírito Santo e de Camões”. *Posso mesmo citar outros nomes que, eventualmente por falta de espaço ou de memória, aquele conjunto de folhas ignorou, como os de Viriato da Cruz, António Jacinto, Amílcar Cabral, Marcelo da Veiga e Manuel Alegre.
(*Os negritos, nesta parte do texto, são da minha exclusiva interpretação).
António Bondoso
Jornalista – C.P. 359 ( foi atualizado há uns anos - 150).

2013-10-19


O POVO DE MOIMENTA NÃO SE PODE RENDER. 



O POVO DE MOIMENTA DA BEIRA NÃO SE RENDE!
Críticas e recados fortes ao Poder Central, na posse repetida do socialista José Eduardo Ferreira como Presidente do Município.
         Humildade, solidariedade e confiança foram imagens que marcaram o discurso de posse de José Eduardo Ferreira para consumo na “interioridade”, reservando a dureza das palavras para o governo da República. Em tempos de dificuldades e de exigência, não só financeiras, o Estado está a retirar-se de uma parte considerável do país.
         Há fatores que não dependem do município, disse, como por exemplo as centenas de milhões de euros desviados para empresas públicas. Não pode ser à nossa custa – acrescentou – pedindo a solidariedade de todos para uma voz mais forte no país, contra os egoísmos e que possa exigir mais eficiência na utilização dos fundos comunitários. Não podemos admitir que nos tratem assim, lembrou José Eduardo Ferreira, a propósito do adiamento da construção do IC26. Não é verdade que as grandes vias rodoviárias estejam todas feitas, quando ainda nos falta essa ligação fundamental à Europa – quer para chegar à A25, quer para atingir a A4 e, assim, poder também utilizar os portos de Aveiro e de Leixões.
         Por isso, a prioridade do seu mandato é reivindicar e exigir, acreditando muito no povo de Moimenta da Beira que não se resigna e não se rende. Caminha todos os dias e vai à luta. Também por isso falou na manutenção do “Estado Social”, apesar da preocupação que se coloca ao executivo na redução da dívida e no equilíbrio orçamental. Uma redução progressiva mas essencial para que os moimentenses sejam donos do seu futuro! É importante deixar confiança a quem vier a seguir.
         E sem prometer ou sequer falar de “grandes obras”, José Eduardo Ferreira lembrou três áreas fundamentais da ação do executivo:- competitividade e qualidade distintiva – produzir mais produzir melhor; melhores condições de regadio e melhores caminhos agrícolas; uma rede de frio suficiente e eficiente.
         As tarefas do próximo mandato serão ciclópicas, “mas não maiores do que a nossa vontade” – disse o presidente reeleito da Câmara de Moimenta da Beira. E mostrou-se disponível para um compromisso que permita uma resposta a longo prazo às necessidades das populações, nomeadamente lutar contra a falta de coesão provocada pela execução centralista dos fundos do QREN.
==========
19 de Outubro de 2013
António Bondoso
Jornalista – C.P. 359  




2013-10-15


EU E A MINHA CIRCUNSTÂNCIA... OU A MORTE POR DECRETO !



A MORTE POR DECRETO…( A Publicar)

Pisam as pessoas e não usam
Cardadas botas de vilão.

Noutro tempo sabiam
Percebiam
Que as leis eram só suas
Sem esforço
Morrendo sem tempo e já vazia
A ampulheta da história imaginada.

Hoje pisam as pessoas e não usam
A tortura da prisão e do degredo.

Como quem no lagar apura o mosto
E a prensa aperta
Tritura e esmaga cada uva,
Assim se condenam os mais velhos
E ficam amarrados os mais novos.

Hoje pisam as pessoas e não usam
Nem gás nem químico injetável.

Depois de pisados, esmagados
Esmifrado o almoço
E abandonados,
A morte chega violenta em alvoroço
Da tumba de princípios derramados.

Hoje pisam as pessoas e não usam
Nem tiros nem facas – só decretos!
========A. Bondoso (A Publicar)
Outubro 2013





2013-10-13

AINDA O JORNAL DE ANGOLA. 
COMO SE DIZ EM MOÇAMBIQUE..."CAHORA BASSA" - FIM DO CAMINHO, ACABA AQUI, não digo mais nada!



MUTRETA…
…ou de como os “brandos costumes” portugueses levam alguns a acreditar que, afinal, a fábula do lobo não é verdadeira: o que ele queria era mesmo salvar os três porquinhos de um final trágico.
        
         Encontrei alguma piada, não deixei mesmo de sorrir, a propósito de mais um “editorial” do JA sobre as relações entre Angola e Portugal. Não tanto pelo texto, mas sobretudo pela “leitura” que alguns jornalistas portugueses fizeram desse texto.
         “Desta vez positivo” – pode ler-se no Público ou “mas desta vez o tom não é depreciativo para com Portugal” como se lê na notícia da Lusa. E no enlevo da prosa elogiosa para com as declarações do Sec.Est. dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que está em Angola, talvez não tenham reparado no cinismo deste parágrafo:« “Esperamos que não vá alguém em Lisboa entender que Luís Ferreira deve ir à Assembleia da República dar explicações pelo que disse – e bem dito –, pois não se concebe que as relações entre dois Estados não respeitem premissas básicas”, lê-se no editorial.».
         Por outro lado, o JA entende o discurso do governante português como um  «recado claro aos que ainda persistem em manchar as relações entre os dois paíse(…)».
         O que eu quero acentuar é que, de facto, as relações entre os dois Estados devem respeitar o que o JA chama de «premissas básicas», quer a expressão queira significar respeito mútuo, boa-fé, solidariedade, cooperação ou interesses, quer pretenda alargar o conceito ao que “os amigos chineses” por exemplo – em tudo o que é negócio ou relações internacionais – designam como “amizade”.
         Felizmente em Portugal ainda existe o que a CRP entende como liberdade de expressão e de informação. E nessa perspetiva – só nessa – percebo o “clamoroso” silêncio de jornalistas, comentadores e, particularmente, dos meus contactos no facebook.
         Não me esqueço de uma das “Cartas” de Juan Luís Cebrián a “Um Jovem Jornalista”, na qual lembra os efeitos do sensacionalismo, da difamação ou até das ligações perigosas [chamem-lhe cumplicidade ou conivência] entre os poderes e os jornalistas ou opinadores. Vejamos algumas frases da “carta”: «Tu mesmo podes ver a difamação convertida em notícia e a excrecência mental dignificada em colunas de opinião nalgumas publicações. (…) A motivação é sempre a mesma e sempre ruim: vaidade, dinheiro, inveja, vingança…paixões baixas de pequenos miseráveis que inundam o mundo dos meios de comunicação.(…) Por um lado, as pessoas sentem-se reféns dos títulos dos jornais, mas ao mesmo tempo numerosos centros de poder não têm dúvidas de se servirem dos mesmos para conseguir os seus fins».
António Bondoso
Jornalista – C.P. 359
Outubro de 2013.


2013-10-12

UMA VEZ...DE VEZ EM QUANDO. A MINHA RELAÇÃO COM O MUNDO.



ARROGANTEMENTE  INQUIETANTE…
…ou de como um “jornalismo engajado” pode virar o feitiço contra o feiticeiro e até prejudicar as relações entre Estados – sobretudo quando um deles é muito jovem e inexperiente na cena internacional. Basta ver o que aconteceu na GB com a “Missang”.

         Escrevo, naturalmente, sobre o Jornal de Angola (JA) e da sua mesquinha arrogância, a propósito do seu editorial de hoje. Tem razão quando identifica alguns maus políticos portugueses mas não é sério quando se autoproclama de “democrata” [por consequência também o Estado que serve] e detentor da verdade. De repente veio-me à memória aquele genérico da ex-EN para a “crónica de Ferreira da Costa”, de Luanda, no tempo do regime de Salazar e da chamada guerra colonial: “A verdade é só uma – Rádio Moscovo não fala verdade”!
         O JA extrai, do seu editorial de hoje, a ilação de que Portugal – por motivo de estar sujeito a uma intervenção financeira internacional [que Paulo Portas, brilhantemente, definiu como um regime de “protetorado”!] – não tem condições para estar na CPLP. Os governantes são maus [alguns foram e e muitos continuam a ser] mas, que se saiba, os compromissos financeiros de Portugal para com a Organização estão em dia. E os programas de cooperação, embora com menos recursos financeiros, continuam a desenvolver-se. De facto não temos petróleo, mas temos uma Constituição DEMOCRÁTICA que, felizmente e por liberdade dos juízes do Tribunal Constitucional, ainda não está suspensa. Temos precisado de empréstimos, mas não precisamos de caridade. Portugal tem por costume pagar as suas dívidas e, por solidariedade [não confundir com caridade], tem igualmente perdoado muitas a outros Estados – nomeadamente a alguns da CPLP.
         Por outro lado, e no que respeita a política externa, foram – e continuam a ser – cometidos inúmeros erros. Muitos no tempo da “outra Senhora” e alguns, graves, já no tempo deste regime democrático. Precisamente na abertura e no relacionamento com os novos países saídos da atabalhoada – por tardia – descolonização. E o mais recente tem mesmo a ver com a inefável figura do ministro Rui Machete. Por triste e incompetente. Eu posso dizer isto, e muito mais, mas alguns jornalistas em Angola são perseguidos e presos – apenas por delito de opinião.
         E não estou de acordo com o diretor do DN, João Marcelino, quando escreve que a demissão – agora – de Rui Machete, poderia ser entendida pelos políticos angolanos como “agressão” e poderia criar problemas em vésperas da Cimeira Luso-Angolana que se anuncia. A dignidade do Estado português está acima de tudo isso. Aos olhos dos portugueses e aos olhares ou entendimentos externos. Quem se relaciona com Portugal deve fazê-lo de boa-fé, embora se saiba que, em política externa, não há “amizades” – há apenas “interesses”! E, se fosse caso disso, adiava-se a Cimeira. Não seria a primeira vez na história das relações internacionais.
         Poderia ficar por aqui. Mas – como diz um slogan publicitário – não seria a mesma coisa.
         A propósito da “identidade” do JA, socorro-me apenas de uma “tese” de Carla Baptista [MinervaCoimbra, 2002. Colecção Comunicação], na qual se pode ler que “O jornal funciona de modo tão entrosado com o sistema político que o seu entendimento obriga a uma reflexão sobre as práticas de manutenção do poder em Angola”. Foi assim durante a guerra civil…mas, pelos vistos, continua sendo assim. E pelo menos o Artur Queirós [que viveu e trabalhou em liberdade durante alguns anos em Portugal] sabe que eu sei como se faz o dito “jornalismo engajado”. E também sabe que, como diz Damon Runyon, “Os Apostadores de Cavalos Morrem Tesos”. Sobretudo quando se aposta no “cavalo errado”. Por último, e no sentido de proporcionar a quem me possa vir a ler, a oportunidade de avaliar por si, deixo este link: http://www.club-k.net/ .

         Só alguns exemplos: Domingos da Silva: "Os muçulmanos sentem-se perseguidos em Angola"; Angola prende adolescente por “crime da camisola” - Leslie Lefkow; Senhor Presidente JES ouça o clamor do seu povo - Armando Chicoca; Jornalista da Voz da América intimado a comparecer na DNIC; Corrupção sem investigação em Angola - Elias Chivangulula.

 

         Nada tenho contra Angola, muito menos contra o povo angolano; nada tenho contra as riquezas de Angola; que o povo – todo o povo, não apenas alguns em seu nome – possa um dia vir a ter um melhor nível de vida, com qualidade. Tal como em relação a Portugal, tenho tudo contra a injustiça, tudo contra a corrupção, tudo contra a pobreza, tudo contra o mau jornalismo. Tenho ainda tudo a favor da Liberdade. De pensar e de escrever!

Out. de 2013.

António Bondoso


Jornalista – C.P. 359