2019-03-19

A relação entre pais e filhos - ou a condição de ser pai - não pode nem deve ser banalizada pela instituição de um dia apenas. Mas não deixa de ser importante saber e perceber. 

Foto de António Bondoso


Um pai é feliz quando sorri
Um pai é feliz quando mergulha
Fundo nas águas calmas do rio
Que é seu filho.
Um pai é feliz se não se cansa
De alcançar
O coração dos que ama
Em toda a imensidão do mar.
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António Bondoso
Março 2019.

2019-03-15

Mãe! Completarias hoje 100 anos, se o destino não tivesse tropeçado!



Mãe:
Não poderei levar-te uma rosa.
Mas neste dia em que celebrarias o teu centésimo aniversário estarás, como sempre, no meu coração. E no meu pensamento. E nas minhas palavras. As quais, espero, possas entender à distância.

HOJE (RE) NASCESTE!
Tu me trouxeste
Protegido
Me pegaste com leveza
E cobriste, suave, com carinho.
Foi um amor aquecido
Desde sempre
Acompanhando atenta
Os meus desvios.
Estiveste comigo em permanência
E ao colo me levaste à ilha longe
Pensando estar ali todo o futuro.
Lutaste e sofreste num tempo outro
De calor e humidade refrescante.
Foste mulher inteira e imperfeita
E uma doce mãe preocupada
Como as ondas do mar que sempre vão
Mas retornam à praia por encanto.
Depois veio a dor
No tempo da meia vida
No Equador
E nem soubeste.
E mesmo quando a dor já era grande
Do tamanho de uma idade que não tinhas…
Partiste.
Não importa como e quando
Pois hoje…nasceste!
E a cada hora que passa
Tenho lembranças de ti
Mãe…
Por vezes sinto uma dor no peito
Mas outras há em que
Vejo uma estrela aqui!
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Momentos. Momentos nossos, de ti e do menino que fui…ou de como se pode assinalar, virtualmente, o centenário da mãe real que tive.


António Bondoso
15 de Março de 2019

2019-03-08

RESPEITO…sempre!
Na sequência do que tem sido o meu hábito «desalinhado» em relação a tudo, particularmente no que toca a temas excessivamente mediatizados ou na “onda”…também neste dia não me visto de negro, embora respeite o luto de muita gente.

Pintura de Gina Marinho

E porque o 8 de Março está «particularizado» no calendário, pretendo apenas repetir o que venho praticando em todos os dias do ano. O meu afeto, o meu carinho, o meu respeito a todas as mulheres…nomeadamente a quem tenho dedicado o meu amor de uma vida há mais de 45 anos – a minha mulher, companheira de todos os momentos:
Por ti
E para ti
Só não morri.

É em ti que me amparo
E que resisto
É em ti
Que alimento
O amor que sei,
É em ti
Que ele vive e permanece.

Por nós
Por ti
E para ti
Só não morri!
Mas igualmente não esqueço aquela que me trouxe ao mundo e que, dentro de dias, será motivo de uma efeméride especial, pese embora a sua ausência física há já muitos anos. Nesta linha de pensamento está igualmente a minha sogra e, nos dias de hoje, a presença reconfortante da minha nora e ainda de sua mãe – minha parceira como se diz por estas bandas do norte do país.
Não pretendendo «oferecer» uma lição de «história», e passando por cima da data tristemente «célebre» de 8 de Março de 1857, não posso deixar de registar alguns nomes de Portugal e da cena internacional que há dias salientei numa aula de R.I. na Universidade Sénior Rotary de Matosinhos, no âmbito do que entendi designar como «Mulheres que ajudaram a mudar o mundo».
De algumas citarei apenas o nome, deixando aos leitores/seguidores a tarefa de «descobrir» os motivos da referência.
Catarina de Bragança, cujo casamento com Carlos II de Inglaterra foi considerado um «triunfo diplomático» para Portugal; D. Luísa de Gusmão, influente no êxito da «Restauração»; Ana de Castro Osório, dirigente da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas; Carolina Michaelis de Vasconcelos e Carolina Beatriz Ângelo, da Associação de Propaganda Feminista; Maria de Lurdes Pintasilgo, Maria Barroso e Manuela Eanes; Amália Rodrigues; Sophia de Mello Breyner Andresen, que foi a primeira mulher a receber o Prémio Camões; Natália Correia, Maria Armanda Falcão; as Três Marias das Novas Cartas Portuguesas (1972) – Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa; Catarina Eufémia, cantada por grandes Poetas portugueses e imortalizada numa canção de Zeca Afonso; D. Antónia, como símbolo do Vinho do Porto; Agustina Bessa Luís e Maria João Pires; Palmira Bastos, Laura Alves e Amélia Rey Colaço; e para não me alongar demasiado, refiro ainda Rosa Mota, Aurora Cunha e Fernanda Ribeiro.
Na «cena internacional» encontramos, entre muitas, por exemplo a Princesa Diana; Catarina – a Grande, da Rússia; Marie Curie; Rosa Parks; Nancy Wake; Indira Gandhi e Benazir Bhutto; Aung San Suu Kyi…e Malala Yousafzai; Madre Teresa, de Calcutá; Mary Quant; Margaret Tthatcher…e Condoleezza Rice; Hillary Clinton; Ângela Merkel; Wangari Maathai, a primeira mulher africana a receber o Prémio Nobel da Paz – ambientalista criadora do célebre Movimento da Cintura Verde e ativista dos direitos das mulheres.
Março de 2019
António Bondoso