2025-04-14

 

 A RÁDIO TEM MUITAS VIDAS

 

Eu até costumo dizer que a Rádio ainda não morreu, apesar de tantas mortes anunciadas…ou de como há sempre alguém que faz questão de lembrar. Mesmo que se tenha «passado» para a bancada dos aposentados. 


          Cada reunião, cada encontro, cada convívio, trazem sempre algo de novo. Até pela simples razão de que nem todos participam a todo o tempo.

          Há memórias, claro, e há histórias – algumas ainda com um certo ar de frescura – e novidades sobre quem acaba de se juntar ao grupo. Desta vez rondou os sessenta. A maioria de Lisboa, alguns de Coimbra e dois do Porto. Anos de «separação» física não fazem esquecer de todo rostos de camaradas que trabalharam, de algum modo, para uma Rádio de qualidade, quer fosse na Central, no arquivo, nos programas, na informação, nos estúdios de gravação e de emissão em Lisboa, no Porto, Coimbra, Faro, Açores ou Madeira. Eu recordei, por exemplo – não levem a mal eventuais esquecimentos – o Marques Maria, o Grilo, o Guimarães, o Mendes e a filha, o Raposo, a Diná e outros que vou referir mais adiante. 


Conímbriga foi o ponto de encontro. Há ali sempre algo de novo, para mim houve, como por exemplo saber e recordar alguns símbolos das «Legiões Romanas» - nomeadamente a “cruz suástica”, já antes deles usada pelos Lusitanos, como símbolo mágico e de boa sorte. E como há tanto que se renova para o bem e para o mal. 



Mas sorte não foi, certamente, a boa sopa de peixe e o cabrito (sem língua azul) ali servidos ao almoço, bem regado com Arraiolos antes do arroz doce e do leite creme que, depois, deram lugar à «canção de Coimbra». Entre a sopa e o cabrito, lugar reservado aos brindes e à poesia, dita pelo Remígio. O Antero e o Trigueiros organizaram, em estreita ligação com a Lurdes Brandão – ainda e sempre uma alma dinâmica e dedicada às atividades da AAR – Associação de Aposentados e Reformados – da RDP.

          Um dia em beleza, apesar da manhã farrusca, que terminou com sol, antes da «Despedida» na Quinta das Lágrimas. Como escrevi em 2007, «De ti sereníssima Inês/ Só Pedro foi imortal simbiota»:

                                         SIMBIOSE DE UM AMOR ETERNO

De ti saudosa Inês

Senti o aroma de um furtivo beijo

Há séculos por quem ama desejado.

De ti, saudosa Inês

Anseio pela vida que roubaram. (…)



          Um abraço a todos e votos de saúde para nos voltarmos a encontrar por aí.

António Bondoso

Abril de 2025.