A RÁDIO TEM MUITAS VIDAS
Eu até costumo dizer que a Rádio ainda não morreu, apesar de tantas mortes anunciadas…ou de como há sempre alguém que faz questão de lembrar. Mesmo que se tenha «passado» para a bancada dos aposentados.
Cada reunião, cada encontro, cada
convívio, trazem sempre algo de novo. Até pela simples razão de que nem todos
participam a todo o tempo.
Há memórias, claro, e há histórias – algumas ainda com um certo ar de frescura – e novidades sobre quem acaba de se juntar ao grupo. Desta vez rondou os sessenta. A maioria de Lisboa, alguns de Coimbra e dois do Porto. Anos de «separação» física não fazem esquecer de todo rostos de camaradas que trabalharam, de algum modo, para uma Rádio de qualidade, quer fosse na Central, no arquivo, nos programas, na informação, nos estúdios de gravação e de emissão em Lisboa, no Porto, Coimbra, Faro, Açores ou Madeira. Eu recordei, por exemplo – não levem a mal eventuais esquecimentos – o Marques Maria, o Grilo, o Guimarães, o Mendes e a filha, o Raposo, a Diná e outros que vou referir mais adiante.
Mas
sorte não foi, certamente, a boa sopa de peixe e o cabrito (sem língua azul)
ali servidos ao almoço, bem regado com Arraiolos antes do arroz doce e do leite
creme que, depois, deram lugar à «canção de Coimbra». Entre a sopa e o cabrito,
lugar reservado aos brindes e à poesia, dita pelo Remígio. O Antero e o
Trigueiros organizaram, em estreita ligação com a Lurdes Brandão – ainda e
sempre uma alma dinâmica e dedicada às atividades da AAR – Associação de
Aposentados e Reformados – da RDP.
Um dia em beleza, apesar da manhã
farrusca, que terminou com sol, antes da «Despedida» na Quinta das Lágrimas. Como
escrevi em 2007, «De ti sereníssima Inês/ Só Pedro foi imortal simbiota»:
SIMBIOSE DE UM AMOR ETERNO
De ti saudosa Inês
Senti o aroma de um furtivo beijo
Há séculos por quem ama desejado.
De ti, saudosa Inês
Anseio pela vida que roubaram. (…)
Um abraço a todos e votos de saúde
para nos voltarmos a encontrar por aí.
António
Bondoso
Abril
de 2025.