2021-08-24

OS MEUS LIVROS DE 2021…ou de como uma claque se identifica nobremente com as «Histórias» de uma cidade, de uma nação e de um clube: “Porto – 6 de Julho de 1995 – Colectivo Ultras”. De uma «ligação» com estas origens só poderia resultar uma atividade de imaginação criativa de alto nível, já lá vão 26 anos de empenho e dedicação. 



Foto C95

O que se pode ler no livro? História. E muitas outras pequenas «estórias» que, sem tabus, dão forma à alma tripeira – desde o princípio dos tempos.

“Costuma dizer-se que não havia nada antes do mundo ser mundo. Nem vida nem sombras nem brancas nuvens a moldar o azul dos céus. Mas quando o mundo aconteceu e o planeta ficou azul – vieram muitos que ficaram e se foram misturando, formando famílias e núcleos de vida.

Dos Iberos aos Bárbaros, dos Celtas aos Romanos e dos Mouros aos Lusitanos – foram rios de gente que fixaram a presença humana na que é hoje conhecida como a Antiga, Mui Nobre e Sempre Leal, Invicta Cidade do Porto. Tudo começou na Idade do Bronze com a edificação de um castro no Morro da Pena Ventosa – hoje Morro da Sé – a dominar estrategicamente o rio Douro”. 



Foto C95

A revista Visão fez publicar este mês de Agosto mais um dos seus «cadernos» de “História”, inteiramente dedicado às origens do futebol em Portugal. Mas este livro do «C95» [que estava pronto para ser publicado em 2020] centra, natural e particularmente, as ligações dos adeptos «ultras» à cidade do Porto e ao seu clube mais representativo – o F. C. do Porto – desde Nicolau de Almeida [1893] e Monteiro da Costa [1906] a Jorge Nuno Pinto da Costa e José Maria Pedroto.

 Até chegar à modernidade do Estádio do Dragão, em 2003, passaram 110 anos de histórias e de glórias – igualmente de muitas lutas, ilusões e desilusões – tempos de muitos sonhos, de orgulho e de caráter, durante os quais o emblema do Clube ombreou com o lema da cidade. Certamente não por acaso, os versos da primeira estrofe do hino dizem que “Teu pendão leva o escudo da cidade/Que na história deu o nome a Portugal”. E ninguém pode negar que o Clube chegou mesmo a ser, em décadas mais recentes, o motor da região e um verdadeiro embaixador do país.

E as tais «pequenas estórias» de que falei, próprias de um grupo de adeptos organizados e que dispensam muito bem o absurdo «Cartão de Adepto», agora em vigor, podem ir sendo «bebidas» em saborosos textos estilo crónica, dos quais se pode destacar este relativo à época de 2019/2020 – o ano da “pandemia”:

“Chegava a recepção ao Benfica em casa e para este jogo o Colectivo apresentou um espetáculo muito simples mas com bom impacto. Tiras de plástico azul escuro na horizontal a todo o comprimento da bancada a fazer um fundo e 3 modelos de bandeiras gigantes espalhadas pela bancada com os vários símbolos da história do Clube acompanhadas da frase: “AZUL E BRANCA ESSA BANDEIRA AVANÇA!” em alusão ao poema “Aleluia” de Pedro Homem de Mello”.


Foto C95

Portanto, o livro aí está para traduzir as vivências de um grupo de adeptos com alma – o C95 – fazendo lembrar muitos pontos do célebre «A Tribo», de Desmond Morris.

Pode adquiri-lo na sede do grupo ou via net:  https://livro.colectivo95.com/?fbclid=IwAR2Qjf1FPRsaNZI5TfLBBToa78Fz5qmJzhbySY_pCBmkTlRBmmUhRR7BTlw.

Vale a pena, sobretudo para desfazer alguns mitos e tabus.

Parabéns Colectivo 95. 

António Bondoso                            

Agosto de 2021.

 

                                                            

 

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