2021-10-22


ALGUMAS «FIGURAS» DA MINHA VIDA (1).

*Lanço o desafio: A palavra, o gesto, a atitude, o palco... o público.

*Chega a resposta: “A Verdade! A minha Verdade consciente e assumida.

O palco é um local sagrado onde, abstraindo de tudo, atinjo uma dimensão superior”.


Alzira Santos dizendo Poesia de António Bondoso
na AJHLP.

*ALZIRA SANTOS – uma Amiga com Teatro e Poesia nas veias…ou de como, ao longo da vida, nos vamos cruzando com pessoas de rara sensibilidade e que emprestam à Cultura o seu tempo de uma vida, o coração e a alma.

*E segue a narrativa desta «avintense» de gema: “Embora a minha prática teatral seja, neste momento, diminuta considero-me uma atriz que gosta de dizer Poesia. E sempre assim foi desde criança.

Comecei a dizer Poesia em público, incentivada pela minha professora do ensino básico, no velho Teatro Almeida e Sousa, em Avintes, nas festas das crianças da catequese  e muito antes de fazer Teatro!

Mas, já nesse tempo, me encantava ouvir os atores que ensaiavam no «Grupo Mérito Dramático Avintense», que ficava paredes meias com a casa dos meus pais! Eu só ouvia, na rua... e pensava que, um dia, lá haveria de chegar! E cheguei com 16 anos, num tempo em que as mulheres de Avintes não faziam Teatro. As atrizes eram profissionais contratadas! Só os homens eram de Avintes! 


No Palco...

Da minha experiência percebi que o processo criativo é idêntico no Teatro ou na declamação de Poesia: estudo do texto, interiorização, interpretação e partilha com o público.

Então porque me dedico mais à Poesia do que ao Teatro? Ambos são cativantes! O Teatro é uma arte coletiva que exige muito tempo de ensaios, enquanto "dizer Poesia "é um trabalho individual, menos moroso e que não obriga a cumprir horários! Só isso!

Mas há outra diferença: A atriz tem uma hora ou mais para fazer chegar ao público a personagem a que deu alma...a "dizedora de Poesia" tem dois ou três minutos para transmitir o pensamento, as emoções do poeta! 


O «Palco» da Poesia...

*ALZIRA SANTOS já referiu, embora ao de leve, o Grupo Mérito Dramático Avintense, fundado em 1910, mas há essa ligação maior aos Plebeus Avintenses, criado em 1918: - sobre "Os Plebeus Avintenses" direi que foram a minha verdadeira escola para a vida. Trabalhei com doutores e operários, sempre estimada por todos. Fiz muitos amigos e com todos aprendi e me fiz gente! A mulher que sou.  Lá conheci o meu amado marido e, por lá, foram criados os meus filhos. Crianças felizes muito acarinhadas e mimadas! Brincavam nos corredores e no pátio como se estivessem em casa! Memórias gratas!

Agora, quando me desloco aos " Plebeus", apesar dos anos que passaram, sinto que ainda sou da casa, e mesmo os jovens atores que nunca me viram representar me estimam e acarinham! É bom sentir aquele aconchego! 


Como ela...a adesão voluntária do neto.

         *Alzira Santos, idade «suficiente e adequada»…foi Professora, estudou animação sócio cultural na Escola Superior de Educação e fez parte do elenco do TEP – Teatro Experimental do Porto. Uma «Amiga» para acompanhar.

António Bondoso

Jornalista

Outubro de 2021. 





 

1 comentário:

Alice Santos disse...

Uma Grande Senhora da arte de bem dizer!