Os abutres não são apenas aves de rapina, de olhos encarnadamente esbugalhados, sempre à espreita de um "pedaço" que não lhes pertence, sempre à espera de uma oportunidade que permita -subrepticiamente - abocanhar (ou "abicanhar" se preferirem inventar um vocábulo neste tempo de transição para o Acordo Ortográfico !) o que a outros tanto custou a conseguir. Com mérito !
Os abutres, dizem também os dicionários, são ainda "pessoas ambiciosas". A ambição, em si, não será um mal - mas quero significar aqui uma ambição desmedida, maldosa, insidiosa.
Tanto uns como outros - os abutres ! - se apresentam "animalescos", desprovidos de carácter, apenas com o mais apurado instinto maléfico, de caça "ilegal", posicionando as garras perante uma oportunidade - por mais ínfima que seja - de cobiçar o alheio. São incapazes de o fazer de forma justa, racional, honesta !
Aproveitam-se de campanhas insidiosas, de pressões inaceitáveis, a coberto de pretensa legalidade e autoridade que, supostamente, lhe terão sido atribuídas por um determinado "sistema". Normalmente, não são eleitos seja por quem for - simplesmente são nomeados por interesses instalados ou que pretendem instalar-se. E, o mais grave, é que decidem ! Em nome próprio e, muitas vezes, ao arrepio da Lei. E, outras tantas vezes, até ao arrepio da própria Lei Fundamental - que é a Constituição ! Recebem recados, trocam informações - algumas, como se vê, obtidas de forma ilegal - consultam os seus interesses...e decidem !
Metem-me nojo os abutres, na imagem que deles tenho a bicarem a podridão; sinto repulsa pelos abutres - mesmo em terreno limpinho ! Quer seja nas metrópoles desta Lusitana Pátria em decadência, quer seja nas montanhas de ar puro ou nos lagos de água cristalina da rica Suiça repartida!
Quanto aos papagaios, a situação é um pouco diferente !
Gosto da sua plumagem azul, verde ou amarela; gosto de ver as suas habilidades no trapézio de uma gaiola mas, sobretudo, ao ar livre. Quem nunca viu, não sabe o que perdeu. Voam alto, em bandos imensos, sempre à procura da árvore mais próxima do céu. É um espectáculo ! Particularmente na Ilha do Príncipe, no Golfo da Guiné - hoje a meio caminho entre o petróleo da Nigéria e o petróleo de S.Tomé.
À semelhança destes papagaios ( alguns até chegam a imitar a fala humana !) -há outros que vestem de azul, verde e amarelo, mas diz-se haver milhões a passear de encarnado. Gosto de ver, apreciar - particularmente as fêmeas, quando se aproxima o Verão ! O Sol, a praia, a tonalidade da pele, os enfeites próprios da época.
Tal como os outros, também alguns destes papagaios "voam alto", sempre à procura do poleiro mais apetecido. A maioria voa igualmente em "bandos", mas alguns sempre se destacam. Pelo jeito no trapézio ou num simples galho, talvez apenas pela circunstância ! E é exactamente nesta circunstância que está a diferença. Quase rima com competência, mas nem sempre é verdade.
A ignorância predomina ! Diferem identicamente dos outros, pois não apenas "imitam" como têm fala humana ! O problema, é que nem sempre imitam o bem. Copiam tudo o que é defeito, repetem sem saber o que dizem, tornam a asneira homogénea. E quase sempre acreditam no que "vomitam". É o "ângulo" que eu detesto.
E nas últimas semanas, muito disseram, escreveram - sobretudo papaguearam ! Mesmo de "bengala" ao pescoço, não deixaram a "muleta" do então, do é assim, do pronto, etc. Até que hoje me apercebi de mais uma :- "não acha que ele também se pôs a jeito"? Simplesmente brilhante !
Faz-me pena os papagaios (estes) - quando parecem carneiros !
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