2010-02-26

À VOLTA DE MIM E DO MUNDO !


NÃO QUEIRAM VER OS RESULTADOS DA TEMPESTADE !

Diz-se, e é verdade, que a Justiça é um dos pilares fundamentais do Estado de Direito e - por conseguinte - das Democracias, tal como concebidas no Ocidente.

Diz-se, e deveria ser verdade, que ninguém está acima da lei.

Pelos vistos, não será bem assim!

Alguns jornalistas não cumprem a lei - para quê a figura da providência cautelar, se ela não produz efeitos? - e chegam mesmo a fazer tábua rasa dos princípios do seu Código Deontológico; alguns políticos fazem tudo para contornar a lei - para já não falar na perda, por inteiro, da sua lealdade aos princípios éticos e morais - quer estejam na oposição ou no governo; o poder financeiro, mesmo enfraquecido (?) pela crise, continua a proteger-se a si próprio e aos seus "financiadores" e avança sempre cada vez mais na mira do lucro. E o que nos resta ? Que o mesmo é perguntar - o que nos devia restar?
A JUSTIÇA !
Mas o próprio sistema se deixou enredar numa teia de interesses, variando entre a investigação da PJ e do Ministério Público, correndo entre magistrados "sindicalizados" e magistrados independentes. Magistrados que, nos seus Tribunais, pretendem ser parte do tal pilar das Democracias, com o estatuto de Órgãos de Soberania.

Nos "intervalos" de tudo isto, a rede vai ficando cada vez mais "apertada". Pressionados pela comunicação social (empresários, directores, jornalistas) - impreparados para a pressão, alguns magistrados deixam-se levar pelo canto da sereia "informativa", chegando ao ponto de vir a público justificar as suas decisões. Não têm que o fazer. São soberanos. Podem ser criticados, mas não podem ser responsabilizados. Apenas inter-pares! Nunca publicamente. O senhor Procurador Geral da República não tem que explicar os seus despachos! E se eles, ou parte deles, caíram na alçada da comunicação social, há que saber quem foi o prevaricador. Só seis pessoas é que sabiam ? Investiguem-se essas seis pessoas. E puna-se o responsável. Um Procurador não pode trabalhar com quem o trai!

Mas, infelizmente e sem retorno, já entrámos na era do "Grande Irmão" de George Orwell. Os resultados não serão, certamente, agradáveis - quer para os políticos que nos governam, quer para os governados (incluindo os jornalistas), quer ainda para a investigação criminal e para os juízes. Nem os que já se tornaram BUFOS (ver artigo do Bastonário da Ordem dos Advogados) nem aqueles que estão em vias de abraçarem uma tão digna "carreira", conseguirão escapar à rede do Big Brother.

E no circo mediatizado em que vivemos, a figura do palhaço é a mais respeitável!

Não é suposto estarmos todos "abaixo" da lei?
Então... por que razão ficaram os "corporativistas" magistrados sindicalizados tão indignados com a simples "sugestão" da Procuradora Cândida Almeida? É um caminho inevitável ! Todos poderão escutar todos neste mundo globalizado e orwelliano !
O povo diz, e com razão, que - quem não deve não teme!
Confirmam-se os efeitos do Grande Irmão! Foram alguns dos Magistrados do Ministério Público que denunciaram, publicamente, uma conversa que deveria ter sido privada entre pares.
E mais recentemente caiu-nos em cima esta cena do restaurante. Imprópria de um líder governamental, mais sórdida ainda por parte dos ditos BUFOS. E nada dignificante para o visado Crespo. Ficou demasiado crispado e quis transformar "rumores" em notícia! Ou em crónica, tanto faz. Um assunto particular, aproveitando um jornal que lhe paga, em troca de uma coluna de opinião que -em princípio - deveria ser credível, honesta e rigorosa. Há regras ! Na SIC ou no JN. O estatuto editorial pode ser diferente, mas há regras.

A sobrevivência da comunicação social é uma questão do seu próprio foro. A pública compete ao Estado, a privada deverá estar entregue a ela própria. Num terreno de normalidade democrática seria tudo muito simples. Contudo, houve alguém que se enganou. E transformou-se o que devia ser um legítimo e transparente serviço público de escrutínio num verdadeiro negócio. Mas há regras para o negócio, há limites de decência para o negócio.

Outro negócio é o Parlamento. Já viram o Orçamento publicado em Diário da República?
Numa altura crítica para o país, em termos económicos e financeiros, os "eleitos" estão mais virados para o folclore da chicana partidária do que para os reais problemas dos cidadãos. Vai daí, tornaram moda as comissões de inquérito. E que tal mais uma, para determinar quem cumpre verdadeiramente a missão para que foi eleito ? Resolver os reais problemas do país?

A tempestade vai-se avolumando. E as forças da natureza não são ainda controláveis pelo homem. No Haiti como na Madeira, no Japão como na Indonésia.
Quase me apetece dizer: - não gostaria de cá estar (sozinho) para ver os resultados e não poder transmiti-los a mais ninguém!





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