2011-04-06

À VOLTA DE MIM E DO MUNDO !


Políticos e Virtuosos...

por António Bondoso a Terça-feira, 5 de Abril de 2011 às 21:23

"Crise política não tornou as coisas mais fáceis"

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, admitiu hoje que a crise política dificultou a situação de Portugal, quando confrontado durante um debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo...

***** É preciso explicar de novo... ou será preciso fazer um desenho ?

Alô PP, PCP, PPD, PEV, BE... e outros que utilizam a táctica da guerrilha – bate e foge.


***** Parafraseando MRS :- A situação estava má antes do PEC IV ? – Estava; Ficou melhor depois do chumbo na AR ? – Não !


***** Comprende-se o desabafo de Bagão Félix, depois do Benfica ter perdido o campeonato.Tal como se compreende o aproveitar da maré por parte de PP, Louçã e Coelho. O que ainda não foi explicado suficientemente foi o verdadeiro objectivo do discurso de posse do PR.

***** Mas agora, altura em que fervem os jogos pré-eleitorais, ninguém quer assumir a sua quota parte de responsabilidade no odioso da questão. TODOS SE QUEREM APRESENTAR COMO “IMPOLUTOS E VIRTUOSOS”.

Por isso, quero partilhar convosco uma reflexão do antigo Primeiro Ministro de França, Edouard Balladur, no seu livro “Maquiavel em Democracia”, transcrevendo com a devida vénia parte do capítulo sobre a política e a virtude :

***** "... Por vezes, a opinião pública deixa-se enganar voluntariamente e não acredita naquilo que é voz corrente; está a ver o filme que passa atrás da cortina e a ver onde os actores querem chegar, mas pouco lhe importa : a opinião pública não está à espera de que o jogo mereça respeito mas apenas que seja eficaz. Não alimenta ilusões. [...] O político tende a pensar que as virtudes morais não constituem senão obstáculos para o sucesso : se confia na palavra dada, é enganado; se é sincero, é escarnecido; se é firme nas suas convicções, todos os oportunistas o abandonarão à primeira dificuldade; se detesta a mentira, é caluniado; se tem respeito por si próprio e não se submete, é aviltado; se deseja perdoar, não está livre de novas traições da parte daqueles a quem perdoou; se se entrega nas mãos de uma pessoa com quem se abre, informando-o sobre as suas intenções e sobre os meios de as pôr em prática, corre o risco de ser utilizado; pensa que está rodeado de pessoas fiéis e, a maior parte das vezes, está rodeado de pessoas que procuram aproveitar-se, o mais possível, dos serviços que lhe prestaram; a mentira, o jogo duplo, a intriga são celebradas pelos seus pares que, em conjunto, fazem chacota dessas coisas como se se tratasse de grandes feitos. Para o político, a prática das virtudes representa, a maioria das vezes, um constrangimento. [...] Há virtudes que são necessárias : a coragem, para afrontar os riscos, para se impor aos outros, por vezes até aos acontecimentos; a inteligência, para apreciar as situações e prever o partido que delas se pode tirar; a obstinação, para perseverar, apesar das dificuldades; a força, para dar pouca importância ao isolamento, melhor, para daí retirar coragem para agir; a perspicácia, para saber ler o jogo dos adversários. Trata-se de virtudes ou de talentos ? Poderá discutir-se se uma ou outra, mas, de qualquer forma, porque não poderá a virtude também ser útil ?".............


E a virtude - toda a virtude - não está certamente na ideologia ultra-liberal da alta finança.
O que eu quero significar é que é preciso dizer basta a este rumo. É tempo de a "política" voltar a ditar as regras da Sociedade, de um digno Estado Social que não convém confundir com o Estado Providência.

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