2020-03-08

UMA TIA ESPECIAL…que assinava simplesmente «Felicidade».
Entre o nome e a realidade – uma imensidão de memórias….ou de como estes simples pormenores entre a vida e a morte marcam a diferença na curva mais próxima da estrada. 


         O nome permanecerá eternamente…a realidade irá sendo moldada pela proporção da distância entre a alma e o chamamento do cotidiano concreto.
         “Nascida para sorrir”, como eu digo num poema, «da vida ultrapassou qualquer tormenta/festejando bem mais que os oitenta». E partiu, serena quanto pôde, neste dia dedicado aos direitos da mulher.
         A caminho dos 96, esta tia – viva – era parte de uma geração de sete irmãos (do meu lado paterno) que resistiu ao tempo, ao percurso e aos avatares da história familiar. O que ainda resiste é dez anos mais novo.
         Um dia, como outros cinco, «também ela embarcou nessa aventura/ de saber d’África a ilusão». E «no rasto de outras vozes de família/Partiu chegou e amou aquele mar/ À terra se entregou de coração/Sem cuidar de receios e lamentos (…)».
         Foi «QUASE UM SÉCULO»:
(A Publicar)
Ao somar perde-se a conta
De toda a distância que fica
Quase um século
Vivido em dois
E muita história passada.
Celebro um sorriso de vida
Testemunho dores na alma,
No coração alegrias
Foram derretendo o peito
Como se humano ser
Quisera tudo perfeito.
======== A. Bondoso (A Publicar)
Outubro 2014
À Tita, sua filha e minha prima, ao seu irmão Armando, meu tio, e a todos os outros seus sobrinhos e amigos…o meu sentido e verdadeiro pesar. Por não poder estar mais próximo, apenas por não poder.
Até um dia Tia Felicidade! Guardarei o riso e o sorriso de sempre!



António Bondoso
8 de Março de 2020.

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