2014-05-27


ONDE FICA A ÁFRICA?

Ontem, quando na União Europeia se tocou a finados – ou pelo menos a rebate – muito poucos ou quase ninguém se lembrou de que era O DIA DE ÁFRICA. Um dia que é dedicado a esse terceiro mais extenso continente e segundo mais populoso e do qual fazem parte cinco países que têm como oficial a língua portuguesa:- Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique e S. Tomé e Príncipe. 


Há, como dizia um antigo diplomata brasileiro, muitas Áfricas. Qualquer enciclopédia nos aponta as diferenças. Não pretendendo cavalgar essa verdade absoluta e deixando ao critério de cada um a busca do tesouro, sempre chamo a atenção para o que escreve o jornalista Leonel Cosme no seu livro MUITAS SÃO AS ÁFRICAS (Novo Imbondeiro,2006): «não são apenas muitas as Áfricas-nações que procuram a sua unidade, em cada território e no continente, mediante um esforço de “reafricanização”, para retomar o fio da história cortado pelo colonialismo; são também as muitas áfricas-sociológicas que existem em cada uma delas, como boas ou más heranças, conforme o olhar de quem faz a leitura dos resultados. E porque muitas são essas “áfricas”, muitos foram e ainda são os olhares, uns que vêm do passado, outros, do tempo que ainda decorre».
Portanto, o que pretendo aqui escrever é o meu olhar. E apenas isso. Sobretudo um olhar para alguns pormenores das minhas áfricas. E sem precisar de recorrer ao prefácio de Hemingway em AS VERDES COLINAS DE ÁFRICA, basta-me apreciar a capa desta VIAGEM MARAVILHOSA POR TERRAS DE S.TOMÉ E PRÍNCIPE (Costa Garcês,1956):

Particularmente, O LIVRO DE COSTA ALEGRE, de Lopes Rodrigues (1969), para quem o primeiro grande Poeta Santomense «foi bom, foi estudioso, foi inteligente, foi poeta». E o amor pela sua terra, o amor aos pais…até à sua morte. E quero deixar essa nota de não menos importância, pois a ideia que tem passado em muitos círculos é a de que Caetano da Costa Alegre não tinha “amigos” e foi um dos “esquecidos”. Basta saber ler com honestidade os textos que vos deixo e que me foram oferecidos pelo amigo Armando Cação. Uma “atenção” de valor incalculável. 






Um dia destes voltarei, para vos falar da Guiné-Bissau e da leitura sócio política que do país faz Ernesto Dabo. Um livro que me chegou pela mão da amiga de infância Milé Veiga. Interessante e importante para ajudar a perceber o circuito dos poderes e dos jogos de poder, num país que Amílcar Cabral desejou e tentou apresentar unido à Comunidade Internacional. 
António Bondoso 
Jornalista



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