2015-09-07


UMA CAMPANHA SEM ELEVAÇÃO...NEM ALEGRE NEM TRISTE.

Foto de António Bondoso

TRISTES SINAIS…

         Diz-se, de forma séria, que a “Política” é a atividade humana, de tipo competitivo, que tem por objeto a conquista e o exercício do poder. Ainda de forma séria, posso acrescentar igualmente a manutenção do poder. E há mesmo citações famosas marcantes de tempos idos e de circunstâncias diversas, como as de Churchill e de Mao-Tse-Tung (Mao Zédong): uma atividade “quase tão excitante como a guerra, e igualmente perigosa: na guerra, só se pode ser morto uma vez; na política, pode ser-se assassinado muitas vezes”//«a política é guerra sem derramamento de sangue, enquanto a guerra é política com derramamento de sangue».
         De outro modo, com menos “seriedade”, talvez nos recordemos de ler Ambrose Bierce: a política é «uma guerra de interesses mascarada de luta de princípios»; ou ainda John M. Brown: «um reino, povoado apenas por vilões e heróis, no qual tudo é preto ou branco, e o cinzento é uma cor proibida».
         Eu não sou adepto do “cinzentismo”…e acredito que é possível e desejável ter convicções e, sobretudo, ter princípios. É possível fazer as coisas deste modo e definir um caminho com ética e com coragem. E de forma clara.
         Mas, tristemente, o que vemos e ouvimos?
         Senhor Paulo Portas: em que é que o CDS se diferencia do PSD? – o PS radicalizou-se e vai por maus caminhos.
         Senhor Passos Coelho: vai cortar nas pensões dos reformados? – o PS anda à deriva e não se conseguiu afastar de Sócrates.
         Senhor Jerónimo de Sousa: como é que pensa derrotar a coligação de direita? – o PS tem andado ausente e distraído.
         Senhora Catarina Martins: o que distingue o BE do PCP? – o PS ainda tem um programa de privatizações e anda aliado com a direita.
         Senhor António Costa: José Sócrates fora da prisão incomóda-o? – o PS tem um programa de compromissos definido, com as contas todas bem feitas.
         Curiosamente, ou talvez não – naquela chamada guerra de interesses mascarados – o que nos aparece de comum no que podemos designar como falta de ideias generalizada? – o PS! O PS é tido e achado para justificar tudo e por todos os meios.
         Triste campanha, tristes sinais. É necessário – é fundamental – fazer política de outro modo, como dizia em tempos Daniel Cohn-Bendit. E como? Responsabilizando politicamente os cidadãos. Desde logo pela educação e pela cultura. E sabendo que “o papel do político é fazer escolhas, mas sendo claro quanto aos riscos”, pois os riscos não se podem esconder o tempo todo. Os políticos, tal como os cidadãos, devem assumi-los. E no conjunto dos cidadãos, há um grupo muito particular que deve ser responsabilizado ao mais alto nível: os jornalistas!
António Bondoso


Foto de António Bondoso

António Bondoso
Jornalista
Setembro de 2015. 

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