2025-07-14

 

Um filme sobre o mar e o que lá existe…a não perder, para já no Trindade, no Porto, até 5ªfeira!


“LINDO”…ou as Pessoas e as Tartarugas na Ilha do Príncipe – região autónoma de S. Tomé e Príncipe, no centro do mundo, reserva da Biosfera da Unesco desde 2012 e que preserva um magnífico património, riqueza ímpar da biodiversidade e endemismo mundiais. 

                                                                             Expresso

Preservar o meio ambiente, promover o desenvolvimento sustentável – um documentário de Margarida Gramaxo sobre o equilíbrio que é fundamental deixar como herança. A exploração do petróleo não é abordada no Documentário, mas não deixa de ser uma preocupação, como tivemos oportunidade de referir no final da exibição do filme, na sequência de questões colocadas pela assistência e pela jornalista/ativista Dörte Schneider Garcia. 


Um documentário bem concebido e elaborado, tecnicamente bem conseguido, apesar das dificuldades da «logística» e que vale a pena rever.

LINDO…para exibir nos écrans de quem se preocupa. A Margarida e a sua equipa estão abertos para programar sessões em todo o mundo onde se fale a língua portuguesa e onde haja mente aberta para refletir sobre estas questões do desenvolvimento sustentável.


Miguel Bondoso

Para mim é uma questão fulcral e que, entre muitos escritos e debates, eu abordei no meu livro O MEU PAÍS DO SUL, publicado com as EDIÇÕES ESGOTADAS em 2021, imaginando por exemplo uma aventura com o golfinho Pantufo e com o tubarão Santana:   

“(…) Avançámos avistando terra e encontrando refúgio numa bela e protegida baía a que deram o nome de Ana de Chaves. E ali fizemos amizade com uma encorpada tartaruga, que – desde logo – nos foi chamando a atenção para os perigos que a sua espécie ia correndo, pois era evidente o aumento da sua importância comercial, com o aproveitamento da sua carapaça para a elaboração do tradicional artesanato. Para além da maravilha culinária dos seus bifes, igualmente. O problema não estaria nos exemplares mais idosos, mas sim nas jovens tartaruguinhas que mais facilmente eram apanhadas e tinham boa cotação no mercado. 

          Eu sei que o meu destino é a morte lenta – dizia a velha tartaruga talvez com 80 anos…e de tanta idade já nem o nome lembrava – imaginando-se virada de barriga para o ar, com a fatal falta de oxigénio e de água, ali no passeio da marginal no Bairro de S. João.

          Havemos de tomar providências para que isso não aconteça – logo disse o gandu por entre a sua forte dentadura, que lhe permitia essa sua atitude tão protetora quanto arrogante. Mas o golfinho, mamífero de uma generosidade e de uma alegria quase sem limites, embora sabedor da maldade humana própria de todos os tempos, logo foi avisando: olhos bem abertos, todos os sentidos apurados para evitar redes, arpões ou quaisquer outros objetos. Ainda vão passar muitos anos até que alguém se interesse verdadeiramente pela vida marinha, pelo ambiente, pelo turismo sustentável. E as nossas amigas tartarugas poderão estar rapidamente numa era de perigo de extinção. (…)”.


 “LINDO”…ou as Pessoas e as Tartarugas na Ilha do Príncipe. Obrigado Margarida Gramaxo.

António Bondoso

14 de Julho de 2025




 





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