2007-10-21

A GUERRA !...

NEM "WEST POINT" NEM "LAMEGO"...
"E.A.M.A." EM NOVA LISBOA !

Só a "força" da televisão conseguiu mobilizar a "Opinião Pública", de uma forma esmagadora, para a questão da Guerra Colonial.
Nem os anteriores três Congressos (com a energia do Prof. Doutor Rui de Azevedo Teixeira), nem as manifestações dos antigos combatentes, nem toda a literatura já produzida sobre o tema, nem os filmes já realizados conseguiram tal efeito. Mas a sua importância foi e é inquestionável ! Terá sido aí - algures no tempo que passou - que o jornalista Joaquim Furtado se sentiu "tocado" e encorajado a lançar-se na tarefa de produzir e realizar a série da RTP. Com a qualidade e profissionalismo com que ele sempre nos habituou. Mérito reconhecido, parabéns justificados !
Contudo, como em muitas outras circunstâncias, penso continuar a faltar uma perspectiva dos militares (sobretudo quadros - sargentos e oficiais) que eram incorporados nas próprias "Províncias Ultramarinas" ou "Colónias" - que discussão absurda !
As perspectivas da Guerra continuam no sentido "Metrópole -Colónias". Militares do Portugal europeu versus combatentes dos Movimentos de Libertação.
Daí, a razão do título deste meu apontamento. De uma forma geral, os militares mobilizados em Portugal - para além do seu grande espírito de generosidade - iam mal preparados, à excepção das chamadas "tropas especiais": Comandos, Pára-quedistas, Rangers. Por força do seu treino específico. Mesmo assim, faltava-lhes a ideia clara do meio físico que iriam encontrar em qualquer dos "teatros operacionais", para já não falar da cultura, dos costumes, das línguas locais. Tal como West Point -ou outras grandes escolas militares americanas - não "resolveram" o Vietnam, também Lamego, Tancos ou Amadora tiveram as suas lacunas. E, apesar da qualidade e capacidade das "tropas especiais" locais - como os Flechas - faltou sempre alguma coisa. Faltou visão política, faltou visão político-militar. E neste meandro complexo de visões, ideias e opiniões, quero deixar aqui expresso o meu sentimento de orgulho pela preparação que recebi na E.A.M.A. - Escola de Aplicação Militar de Angola - em Nova Lisboa, hoje chamada de Huambo. Aos milhares de Sargentos e de Oficiais que dali "saíram", às centenas de Instrutores que ali deram o seu melhor - o meu abraço !

VAMOS ENCONTRAR-NOS UM DIA DESTES PARA FALAR DA "NOSSA" GUERRA !

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