Uma mulher é uma estrada
De curvas e contra-curvas
Subidas docemente demoradas
Descidas alucinantes sem travão
Sentidos proibidos
E becos sem sentidos
Caminhos ondulantes falhos de orientação.
Curva perigosa à direita
Inclinação maior à esquerda
A mulher desafia as leis da física.
Equilíbrio permanente na subida
Desalinho intermitente na descida
Não percebe o momento dessa perda
Acaba estatelada… no piso diluída.
De piso cuidado
Retocado e acamado
Bermas pintadas arranjadas
E bem sinalizadas,
Assim é uma estrada assim é uma mulher
Mapa complexo de redes e de cores
Confunde o mais incauto inexperiente nos amores.
Com limites de lei ora cumpridos
Velocidade sem limites tantas vezes
A estrada alonga-se numa doce preguiça enamorada
Em sombrio fim de tarde apetecido
No zénite de um lugar desconhecido
Onde a mulher reflecte o som perdido
Eco do engano de uma noite deserdada.
---------------- a mulher é uma estrada tão perfeita…
… mas tão inacabada !
António Bondoso
Março de 2007
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