2008-03-08

O DIA DA MULHER ! ( 2 )

OU ENTÃO... UM OUTRO OLHAR !!!


Uma mulher é uma estrada

De curvas e contra-curvas

Subidas docemente demoradas

Descidas alucinantes sem travão

Sentidos proibidos

E becos sem sentidos

Caminhos ondulantes falhos de orientação.

--------------- a mulher é uma estrada à condição !

Curva perigosa à direita

Inclinação maior à esquerda

A mulher desafia as leis da física.

Equilíbrio permanente na subida

Desalinho intermitente na descida

Não percebe o momento dessa perda

Acaba estatelada… no piso diluída.

--------------- a estrada é uma mulher imperfeita e bem parecida !

De piso cuidado

Retocado e acamado

Bermas pintadas arranjadas

E bem sinalizadas,

Assim é uma estrada assim é uma mulher

Mapa complexo de redes e de cores

Confunde o mais incauto inexperiente nos amores.

---------------- a estrada é uma mulher que não tem separadores !


Com limites de lei ora cumpridos

Velocidade sem limites tantas vezes

A estrada alonga-se numa doce preguiça enamorada

Em sombrio fim de tarde apetecido

No zénite de um lugar desconhecido

Onde a mulher reflecte o som perdido

Eco do engano de uma noite deserdada.

---------------- a mulher é uma estrada tão perfeita…

… mas tão inacabada !

António Bondoso

Março de 2007

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