O JORNAL, A CADEIRA, O PAÍS E O MUNDO... e os acasos!
Deixou há muito de ser segredo, embora ainda haja histórias para contar. Sobre o "acidente" que vitimou Salazar e sobre a sua figura.
Já muito se escreveu sobre a efeméride de 3 de Agosto de 1968. O que ainda não tem uma explicação inequívoca é a causa do "acidente": Terá Salazar caído, por distracção, supondo estar ali a cadeira ?; terá caído, vítima de uma tontura, sobre a cadeira ?; terá caído já sentado na cadeira ? Colocando de parte esta última hipótese, pela fraca credibilidade de tão nefastas consequências, fica a certeza de ter batido violentamente com a cabeça no chão. E, talvez por acaso - escreve Luís Naves no DN - para a História fica a ideia de que estava distraído a ler um interessante artigo no Diário de Notícias sobre a crise na Checoslováquia.
*** 1968 foi, de facto, um ano pleno de acontecimentos - nomeadamente o Maio de França e o Agosto de Praga. A "Primavera" de Alexander Dubcëk, ao introduzir um "socialismo de rosto humano", foi sangrentamente interrompida pela invasão das tropas soviéticas. Apenas por acaso... a Geórgia está hoje, perante a Rússia, no papel da antiga Checoslováquia ! Apenas por acaso... também em Agosto ! E também por acaso... vem agora o "camarada Presidente-Primeiro Ministro" Vladimir Putin dizer que o Ocidente ainda pensa como no tempo da Guerra Fria !
*** Mas voltemos ao início do fim de António de Oliveira Salazar.
Nunca foi muito divulgado um pequeno livro da jornalista e escritora MARIA DE LOURDES BRANDÃO, luso-brasileira de Braga, de que eu tive conhecimento em finais dos anos de 1990, quando a autora visitou Macau - território onde eu exercia, na altura, a minha actividade jornalística na TDM-Rádio Macau. Assinalei, então ... por mero acaso, essa efeméride dos 30 anos do acidente da cadeira.
Deixou há muito de ser segredo, embora ainda haja histórias para contar. Sobre o "acidente" que vitimou Salazar e sobre a sua figura.
Já muito se escreveu sobre a efeméride de 3 de Agosto de 1968. O que ainda não tem uma explicação inequívoca é a causa do "acidente": Terá Salazar caído, por distracção, supondo estar ali a cadeira ?; terá caído, vítima de uma tontura, sobre a cadeira ?; terá caído já sentado na cadeira ? Colocando de parte esta última hipótese, pela fraca credibilidade de tão nefastas consequências, fica a certeza de ter batido violentamente com a cabeça no chão. E, talvez por acaso - escreve Luís Naves no DN - para a História fica a ideia de que estava distraído a ler um interessante artigo no Diário de Notícias sobre a crise na Checoslováquia.
*** 1968 foi, de facto, um ano pleno de acontecimentos - nomeadamente o Maio de França e o Agosto de Praga. A "Primavera" de Alexander Dubcëk, ao introduzir um "socialismo de rosto humano", foi sangrentamente interrompida pela invasão das tropas soviéticas. Apenas por acaso... a Geórgia está hoje, perante a Rússia, no papel da antiga Checoslováquia ! Apenas por acaso... também em Agosto ! E também por acaso... vem agora o "camarada Presidente-Primeiro Ministro" Vladimir Putin dizer que o Ocidente ainda pensa como no tempo da Guerra Fria !
*** Mas voltemos ao início do fim de António de Oliveira Salazar.
Nunca foi muito divulgado um pequeno livro da jornalista e escritora MARIA DE LOURDES BRANDÃO, luso-brasileira de Braga, de que eu tive conhecimento em finais dos anos de 1990, quando a autora visitou Macau - território onde eu exercia, na altura, a minha actividade jornalística na TDM-Rádio Macau. Assinalei, então ... por mero acaso, essa efeméride dos 30 anos do acidente da cadeira.
O livro traduz uma pequena conversa da autora com o antigo governante, em Fevereiro de 1970, e explica os contactos (comendador Nogueira da Silva, de Braga) e a forma como foi possível chegar à fala com o ditador - nessa altura "...já semiparalisado, mas lúcido".
A "entrevista" não foi, naturalmente, publicada em Portugal, mas pode ser lida no Brasil e em França. E só 14 anos depois o livro foi publicado em Portugal ! Do exemplar que possuo - o nº953 de uma 1ªedição de 2500- aqui deixo dois apontamentos, um sobre a chegada dos astronautas dos EUA à Lua... ( "acho que estamos a criar, com essas explorações lunares que não valem absolutamente nada para a paz, um germe para futuras guerras")...
A "entrevista" não foi, naturalmente, publicada em Portugal, mas pode ser lida no Brasil e em França. E só 14 anos depois o livro foi publicado em Portugal ! Do exemplar que possuo - o nº953 de uma 1ªedição de 2500- aqui deixo dois apontamentos, um sobre a chegada dos astronautas dos EUA à Lua... ( "acho que estamos a criar, com essas explorações lunares que não valem absolutamente nada para a paz, um germe para futuras guerras")...
... e outro sobre a problemática da emigração ( o Ultramar, a França e a Alemanha - em detrimento do Brasil)...
... para além, naturalmente, de uma dedicatória de Salazar numa foto sua, para a autora - e ainda uma foto ... por acaso quase "clandestina", que ilustra a conversa ( igualmente clandestina) de Maria de Lourdes Brandão com Salazar.
***Regressamos ao ano de 1968 para mais um "acaso" !Talvez não tanto como isso, pois se trata de uma interessante colecção sobre "Os anos de Salazar" - editada pelo Centro Editor PDA (Planeta DeAgostini) e distribuída com o Jornal Correio da Manhã e com a Revista Sábado.
Mas foi mesmo por acaso que, ao folhear rotineiramente o nº 24 da colecção - dedicado ao ano de 1968 - deparei com o artigo de António Costa Santos sobre "Férias para que vos Quero". O acaso está precisamente em Moimenta da Beira - minha terra natal que eu visitara no ano anterior, vindo de longe, da terra quente e húmida de S.Tomé e Príncipe - quando li o seguinte destaque : "Visto a quarenta anos de distância, parece um quotidiano triste, mas os jovens divertiam-se. Rebeldia era pegar numa canadiana e ir à boleia acampar para a barragem do Vilar em Moimenta da Beira"!
Tudo isto a propósito das dificuldades que os portugueses tinham para gozar férias, quando o Algarve ainda era uma "miragem" para as maiorias. O campismo era mesmo a melhor saída !
*** também por acaso (?), a maioria dos portugueses sente igualmente hoje grandes dificuldades em demandar o Algarve!
Mas foi mesmo por acaso que, ao folhear rotineiramente o nº 24 da colecção - dedicado ao ano de 1968 - deparei com o artigo de António Costa Santos sobre "Férias para que vos Quero". O acaso está precisamente em Moimenta da Beira - minha terra natal que eu visitara no ano anterior, vindo de longe, da terra quente e húmida de S.Tomé e Príncipe - quando li o seguinte destaque : "Visto a quarenta anos de distância, parece um quotidiano triste, mas os jovens divertiam-se. Rebeldia era pegar numa canadiana e ir à boleia acampar para a barragem do Vilar em Moimenta da Beira"!
Tudo isto a propósito das dificuldades que os portugueses tinham para gozar férias, quando o Algarve ainda era uma "miragem" para as maiorias. O campismo era mesmo a melhor saída !
*** também por acaso (?), a maioria dos portugueses sente igualmente hoje grandes dificuldades em demandar o Algarve!
Sem comentários:
Enviar um comentário