2008-08-29

E DEPOIS DE TUDO ISTO...ESTÁ TUDO A CORRER COMO O PREVISTO !

TAL E QUAL !


Barak Obama parece estar preparado, ofereceu aos democratas americanos e ao mundo um excelente discurso, mobilizador, cheio de promessas (realizáveis) e, por certo, vai subir nas sondagens. MAS... o eterno risco de quem fala primeiro! Veremos até que ponto, no final da Convenção republicana, irá situar-se a diferença para o rival McCain.

Talvez a política externa não tenha, nestas eleições, o peso que lhe tem sido atribuído nos mandatos de G.W.Bush. Aos americanos, preocupa mais - seguramente - a actual situação interna "muito difícil em termos económicos e sociais" ! Mas não devem iludir-se: - o novo terrorismo, as novas ameaças vão continuar a "perseguir" a nação do Tio Sam. E o problema não ficará resolvido, mesmo com o "fim" de Bin Laden. Nesta perspectiva (à primeira vista), será de questionar a estratégia de Obama - apostar na estabilidade do Afeganistão e deixar o Iraque! É verdade que os EUA travariam um enorme desgaste em recursos humanos e materiais. Contudo, persiste a interrogação (muitas interrogações) sobre os "passos seguintes" no Iraque. Que tipo de consequências, para a estabilidade regional e mundial, particularmente quando se apresenta um "novo" (apesar de sempre latente) quadro de conflito ?

Precisamente sobre isto, Obama não falou ! Cauteloso, sem dúvida, pois não houve ainda tempo suficiente para digerir todos os "contornos" da nova situação. Por isso, atenção ao PERIGO ! O Leste (a ex-URSS) sempre soube tirar vantagem das "posições democratas" nos EUA. Pós II Guerra Mundial, com Johnson e com Carter. Foi Reagan a inverter a situação, culminando com a queda do Muro de Berlim e, depois, a implosão da ex-URSS e da ex-Jugoslávia.

O Primeiro Ministro-Presidente da Rússia soube esperar. Putin recuperou o "orgulho" da Rússia e quer colocar a Europa, de novo, na sua "dependência" - sobretudo energética ! E num momento crucial de combate político nos EUA - Putin também soube jogar uma cartada política decisiva. No ponto mais vulnerável, a Geórgia com dois problemas por resolver, efectuou uma demonstração de força. Putin diz agora que não foi a Rússia a começar o conflito. Quem sabe os motivos que levaram a Geórgia a querer exercer a sua "soberania" na Ossétia do Sul ? Que tipo de soberania, quando há militares russos a exercer uma "estranha missão de paz" naquele território ? A Geórgia teria enveredado por uma acção "suicida" - deixando sem cobertura os principais pontos de acesso das tropas russas ? Foi uma estratégia bem encenada ! Apanhou uma Administração republicana em fim de mandato e uma Europa eternamente dividida em questões de política externa. Numa "oportuna" entrevista para o Ocidente ver, Putin pretendeu justificar as violentas acções militares russas, focando a responsabilidade na luta eleitoral dos EUA. Mas os seus argumentos são fracos ! O que tem mais peso nesta "estória" é o problema energético a passar ao lado da Rússia e são as adesões da Ucrânia e da Geórgia à NATO. Sujeita a um "verdadeiro cerco" - a Rússia apostou numa "fuga para a frente" efectuando uma demonstração de força. Mesmo sabendo que os dividendos poderão ser apenas temporários ! Agora - confortavelmente - Putin vai esperar pela reacção da nova Administração americana. A Europa, sem força e dividida, não o preocupa ! Mas deve preocupar o novo Presidente dos EUA ! Mesmo que a prioridade seja a situação interna !


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