2013-07-09


NÃO É FÁCIL SONHAR...
...mas é importante partilhar!



Talvez não seja tão linear como parece admitir que é fácil a função de sonhar. No “módulo de sono”, continua a ser um emaranhado complexo de estudos, interpretações e incertezas. Sonhar, sobretudo de olhos abertos, pressupõe memórias e desejos, vontades fortes, caminhos a perder de vista, imaginação fértil e uma interminável sensação de poder. Mas permanecem as incertezas...capazes, por si só, de fazer abortar o sonho mais prometedor, o mais consolidado. Castelos no ar – diz o povo – castelos de cartas em dias de vento ou até mesmo castelos de areia em praia de maré cheia.
          Não há sonho sem risco, portanto! E por isso, convém adornar o sonho com uma dose de forte personalidade, de caráter e de conhecimento. Vontade de buscar sempre, de aprender a cada passo, de emendar quando se erra. E depois...plantar e cultivar o que se chama de Amizade. É um condimento essencial do “sonho”, fundamental para o desenvolver e concretizar.
          Escrevi em tempos um poema, no qual salientava que Amizade é “ter dúvidas (...), quase nunca estar de acordo./Amizade é gostar sempre/é como aprender a crescer!”. Entretanto, adquiri agora mais um livro do grande escritor, ambientalista e jornalista chileno Luis Sepúlveda – História de um gato e de um rato que se tornaram amigos. Baseado num episódio que, pelos vistos, marcou a vida de um dos seus filhos, o livro é exatamente uma fábula sobre o valor da amizade. Apresentada de forma divertida, sugere que “os verdadeiros amigos apoiam-se um ao outro e juntos aprendem a partilhar o que de melhor têm dentro de si”.
          Esta história, que recomendo verdadeiramente, serve-me hoje de  ligação  e de apresentação ao evento de uma primeira vez. Uma exposição de pintura da amiga Luisa Moura, que trazia o sonho dentro de si – talvez desde sempre! – apresentar publicamente os seus trabalhos. Não foi fácil, mas lutou por isso. E, por intermédio de alguns amigos, conseguiu incentivos e arranjou uma “madrinha” – também ela amiga dos amigos – que, aos quadros dela, juntou os seus, ajudando a fazer brilhar o espaço e...o sonho! E assim, transformando uma sala de ginásio [da Junta de Freguesia de S.João de Deus, em Lisboa] numa galeria de arte, a Luisa voou além do sonho. E o mais importante não foi o número de quadros vendidos. Foi, isso sim, o empenho, a alegria, a camaradagem, a solidariedade – o convívio!
          A Tita e o Salgado, a Mena, a Migui, o João, a Amparo e a Mami estiveram presentes, participaram e acarinharam. Depois vieram outros e viram, sorriram, registaram – como a Isabel e o Carlos, o Luis, o Geo, a Luisinha, a Milé, a Olinda e o Alfredo, mais um Carlos, uma outra Luisa e mais um Luis, a Fátima, um outro Carlos que se juntou ao António. Foram mais de cinco, se contarmos bem. Todos juntos, deram um rosto ao sonho da Luisa. Parabéns...ficamos à espera de uma renovada iniciativa.
António Bondoso
Julho de 2013.
Jornalista – C.P. 359
António Bondoso
Julho de 2013.

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