2013-11-08


A TÁTICA DO QUADRADO…
…ou de como a “Cultura”, de uma forma geral, pesa cada vez mais nas ideias de desenvolvimento para uma região. E Moimenta da Beira tem vindo a acentuar este aspeto.
A PROPÓSITO DA MINHA CRÓNICA DE HOJE NO JORNAL BEIRÃO.


         Foi assinalável ao longo dos anos e tem sido mais visível nos últimos – particularmente nas duas edições da Expodemo já realizadas. Vale a pena apostar na preservação, valorização e divulgação do “património”, quer seja material, quer seja imaterial. Literatura, artes plásticas, monumentos, paisagem, gastronomia – uma rede de interesses comuns em prol do desenvolvimento e da projeção do território.
         Vem isto a propósito de uma notícia que a revista Visão publicou, com base em dados do sítio da internet TRIVAGO e segundo os quais o Gerês é o 9º destino turístico mais valioso do mundo em 2014, considerando a vertente “qualidade-preço”. Como tudo aquilo que envolve e é envolvido pelas estatísticas tem o peso que tem, e não deixa de ser verdade que estes “organismos” são geridos por interesses. E depois há ainda a considerar os fatores que conduzem aos resultados medidos. Logo à partida há um elemento determinante: só são considerados os destinos com um mínimo de 10 hotéis e 150 opiniões. Não se pode, portanto, colocar no mesmo patamar de avaliação um concelho e uma região. Daí que eu continue a chamar a atenção para a importância da região do Douro-sul, um destino muito considerado nos últimos anos. Moimenta da Beira – tal como Tabuaço, Armamar, VN de Paiva e Tarouca [creio perceber muitas resistências em Sernancelhe] – pode e deve fazer a ponte entre o “centro-norte” de Viseu e o “sul” do Douro. Condimentos não lhe faltam!
         Em Portugal, para o próximo ano, o TRIVAGO considera ainda Braga, Ericeira, Figueira da Foz, Peniche e Vila Nova de Milfontes. Mas para que não restem dúvidas, é ainda importante salientar que os mais de 200 sítios de reservas do TRIVAGO registaram qualquer coisa como 82 milhões de opiniões.
         Voltando à cultura – e valorizando os caminhos que Moimenta da Beira tem vindo a trilhar – descobri há dias no Jornal de Notícias um “barómetro” sobre a política autárquica e a cultura. Sete personalidades ligadas às artes, ao ensino superior e a instituições culturais, foram questionadas sobre se “as autarquias devem/podem dar prioridade à Cultura neste novo mandato”? Todos responderam positivamente, mesmo tendo em conta as dificuldades financeiras que o país atravessa.
         Gostaria, contudo, de salientar algumas respostas que me pareceram bem interessantes:- Joaquim Azevedo, diretor da Escola das Artes da Universidade Católica, no Porto – depois de considerar que a cultura é a graça do desenvolvimento regional e local, acrescenta “depois da des-graça do betão só esta prioridade nos pode salvar no mar indistinto da globalização”; Braga da Cruz, presidente da Fundação Serralves – “o nível local tem melhor noção do retorno económico da Cultura e do seu contributo para o reforço da identidade”; Rui Teixeira, presidente do Instituto Politécnico de Viana – “a cultura é o sal da terra e a luz do mundo”. A cultura como fator inclusivo das sociedades e gerador de emprego esteve igualmente em destaque.
         E nunca se esqueça que “um país sem cultura = um povo sem voz”!
António Bondoso
Jornalista – CP359.
antoniobondoso@gmail.com



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