2014-10-21

PORTUGAL, CHINA, LUSOFONIA E CPLP - UM ATRASO DE 20 ANOS.
A PROPÓSITO DA AICEP E DOS SEUS DIRIGENTES

(http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/aicep-quer-portugal-porta-ligacao-da-china-os-paises-da-cplp)

Neste livro que agora vem a público, conto uma história da qual deixo aqui um breve resumo.



“No plano das grandezas quantitativas, Macau é um pequeno ponto, uma pequena cidade oculta pela grandeza da China. No plano dos valores qualitativos, porém, Macau é exemplo de uma construção política sem precedentes e que corresponde à sua vocação histórica de ser um nó de ligação entre espaços entre gentes e entre culturas”.
                                                                                        Vasco Rocha Vieira, 1996[1]


         Premonição ou não…o facto é que o ex-Governador daquele território lutou pelo reconhecimento desse estatuto, chamando a atenção das autoridades portuguesas para os benefícios futuros de uma atempada “jogada” diplomática que permitisse a Portugal ter o apoio da China – numa parceria de aceitação comum – na definição de uma plataforma de interesses no âmbito da afirmação da CPLP e da Lusofonia.
         Sem resposta – um hábito dos governos em Portugal – Rocha Vieira procurou, apesar de tudo, abrir caminhos a futuros empreendedores e empreendimentos, lançando nomeadamente Moçambique, Cabo Verde e Brasil. (...)




[1] - Governador de Macau, em 25 de Novembro de 1996, por ocasião da apresentação das LAG/97 na Assembleia Legislativa. Apud Em Macau Por Acaso, 1999. Pg.37.

(...)Portanto, na chamada viragem do milénio, Portugal perdeu uma oportunidade de “vantagem” que, com a atual crise, mais agrava a já débil situação geopolítica, pese embora a sua pertença à União Europeia. O país não tem “estatuto” e tem visto enfraquecido o seu tradicional “peso diplomático”. Não apenas com a China – também com os Estados Unidos da América.  
Por isso é que merece a pena refletir bastante sobre um dos últimos textos de Miguel Monjardino no Expresso[1]. O título da crónica, por si só, não parece relevante [Xi Jinping Em Angra]…mas um terço da página a “6 colunas” revela que, de novo, Portugal reconhece a crescente importância de Pequim para o país e faz questão de enviar esse “recado” político a Washington, querendo dizer que a “relação com os EUA não pode depender só das Lajes”. Lisboa e Pequim pretendem apresentar “uma parceria estratégica global”, o que – apesar das diferenças dos dois países na cena internacional – significa que há [deve continuar a haver] uma estratégia que “serve os interesses dos dois países no mundo”.
E é exatamente neste ponto que deve ser apreciado o quadro da CPLP e da Lusofonia, tendo por fundo o Fórum de Macau. Portugal, melhorando e reforçando a sua relação com a China, pode “quantificar” e “qualificar” o seu peso no xadrez da CPLP.(...)




[1] - 2 de Agosto de 2014. Pg.30 do Primeiro Caderno. 

NOTA: = Aceitam-se encomendas do livro EM AGOSTO...ALUZ DO TEU ROSTO, diretamente para o autor através do e-mail antoniobondoso@gmail.com 
Preço de capa (€12,00) +portes. 

António Bondoso
Jornalista

Sem comentários: