2007-08-06

A "falha" no Currículo

Todos temos uma "falha" no currículo!
Independentemente do "ângulo" em que se queira analisar a questão. E no meu caso, as falhas são muitas, como por exemplo não ter ainda visitado o Vietnam e a Austrália ( isto dos antípodas tem imensa graça!) e não ter sido um grande jogador de futebol. A Política é um assunto muito mais complexo e eu nunca me dei bem com a "politiquice". Talvez por isso tenha sido penalizado algumas vezes. Posso mesmo dizer que, uma das grandes falhas no meu currículo, foi ter acreditado e ajudado algumas pessoas sem carácter e sem "coluna vertebral" a sobreviver e a singrar na "selva" em que se foi tornando o mundo da Comunicação Social (empresas e jornalistas)!
Mas é precisamente no campo da "política" que as falhas são mais notadas ultimamente. O País é pequeno, a concorrência é grande e, por isso, os agentes e actores políticos correm constantemente atrás das "falhas" para tapar os buracos no currículo. O cidadão comum não tem, seguramente, essa preocupação. Mesmo assim, há alguns que não resistem à tentação dos títulos académicos. Dr para aqui, Eng para ali, - as siglas vão ficando cada vez mais banais. Volto a socorrer-me das palavras de António Arnaut, numa recente entrevista à Visão, para corroborar a ideia.
A "última falha" que deu enorme brado, foi a do Dr. Marques Mendes, líder do PSD, agora de novo candidato a líder nas "directas", também - naturalmente - candidato ao cargo e à função de Primeiro Ministro. É a lógica normal e natural da política !
Quando o país esperava uma falha de vulto, digna da tal lógica, eis que, afinal, a falha de Marques Mendes é muito simples : - nunca ter ido à festa do PSD/Madeira no Chão da Lagoa !
Não seria nada por aí além, se ela não tem sido anunciada num contexto político muito particular e delicado, que o líder do PSD/Madeira e Presidente do Governo Regional tem vindo a aproveitar para a sua habitual demagogia. Mas quando essa demagogia resvala para "desafios à autoridade do Estado", o assunto torna-se inquietante. Pelo meio, o líder do PSD/Madeira levantou de novo "o fantasma do saparatismo", utilizando-o quase como "chantagem" perante o Governo da República.
Como disse, a falha de Marques Mendes teria pouco de especial ( outras bem mais graves de outros líderes e actores políticos têm marcado a nossa actualidade!) - não se desse o caso de, "tapando a falha", a atitude do líder do PSD ter avalizado a "demagogia" do líder local. Avalizou os desafios à autoridade do Estado, avalizou as expressões "habitualmente ofensivas" de JJ (agora queixa-se das ofensas de L.F.Menezes) e não teve um simples gesto, uma simples palavra para se demarcar. À pequena falha, MM acrescentou uma grande falha. Veremos a sua importância no futuro.

1 comentário:

José-Augusto de Carvalho disse...

Prezado António, «as searas de vento» do meu Alentejo ensinaram-me que só há dois campos - o de cá e o de lá... Isto é, como dizia José Duro, poeta, alentejano de Portalegre, no seu livro Fel: «O oiro de um paláciuo é a fome de um casebre».
Grande abraço.
José-Augusto