2007-08-23

IDEIAS E FRASES - 2

O "PESADELO" E "UMA NOTÍCIA AO CONTRÁRIO" .


Acordei sobressaltado, suores frios, muita e aflitiva angústia, ecos de gritos que nunca cheguei a dar.
O pesadelo, tratava-se de um pesadelo, mostrava-me a figura de Joe Berardo ( o homem tem sido como que uma obsessão para os media), frente a uma "bateria" de microfones de Agências, Rádios e TVs, a explicar aos "jornalistas" (virtuais) como deveria ter sido conduzida a investigação do "Caso Madie".
O "massacre" já durava há uns dias e tudo parecia indicar que eu seria mais uma das milhares de vítimas do "despejo" contínuo ( e continuado!) da especulação dos MEDIA sobre o "crime" de Albufeira. Hediondo, sem dúvida, mas - curiosamente - com uma mediatização fora do comum, tendo em conta as centenas e centenas de casos idênticos por esse mundo fora e que não mereceram mais do que breves instantes de "antena".
No meio de tantos atropelos... à ética, à privacidade, às regras básicas do jornalismo e, até, à própria investigação policial ( Tem-se acentuado a tendência de muitos O.C.S. e de muitos jornalistas para se substituirem, ora aos políticos, ora às polícias )... de repente alguém descobre a pólvora : - "fazer jornalismo com base em tão pouca informação, conduz à especulação" !
Não me chocou tanto a "descoberta da pólvora" (provavelmente esse pormenor não foi tratado no curso universitário...) mas, sem dúvida mais, o facto de ser necessário transmitir a ideia através de um jornalista "de fora", por acaso da BBC. Estranha e subserviente parolice !
Talvez pensando que, por essa estratégia saloia, pudesse "esconder" o triste espectáculo que se
vinha oferecendo à Opinião Pública.
E como se não bastasse ter ido atrás da "onda" de atropelos dos camaradas britânicos, eis que uma jornalista portuguesa, bem informada e com oportunidade, acrescenta à reportagem mais uma pérola!
Ao fim de três meses de investigação ( contados e assinalados quase ao segundo...) sai a pergunta mais acertada a um porta-voz da PJ : --- " QUAL O PRÓXIMO PASSO DESTA INVESTIGAÇÃO" ? Se a Universidade não chega e se as Empresas não investem na FORMAÇÃO - há pelo menos a possibilidade de recorrer a alguns cursos do Cenjor ( é pena que já não funcione o CFJ, no Porto) !
Seria, sem dúvida, de muita utilidade para um camarada de uma rádio nacional que, há dias, me feriu com esta tirada : - "E AGORA, UMA NOTÍCIA AO CONTRÁRIO" !
Queria ele realçar a circunstância de, a determinada hora de um pacato dia, não haver notícia de acidentes rodoviários no país. Sempre me recordo de ouvir dizer "não há notícias - boas notícias". Mas nunca me passou pela cabeça esta "figura" da notícia ao contrário !
Ao básico dos manuais "pirâmide invertida", "sequência cronológica" ou "construção por blocos",
pode agora acrescentar-se esta ideia inovadora.
E já que falo em pérolas ( sem contar com as centenas de "então" que ouço pronunciar diariamente), recordo-me de mais uma produzida há dias numa outra rádio, a propósito da catástrofe no Perú : "...para levar mais rapidamente as necessidades às áreas rurais" !
Pobres daqueles a quem as necessidades são levadas...
De catástrofe em tragédia, vai sendo tempo de, "quem elabora notícias", estar minimamente informado sobre os temas que aborda. Saber, por exemplo, que a República Popular da China é uma coisa e Taiwan outra. E, por essa ordem, saber que a Air China é uma coisa e a China Airlines outra ! Vem a propósito do acidente com um avião de Taiwan num aeroporto japonês de Okinawa. O texto da notícia, numa TV portuguesa, não sabia distinguir a origem do avião e fez confusão com as estatísticas da "China", sabendo-se que a RPC é um Continente e Taiwan uma ilha. Apesar das tentativas de Pequim, ainda não foi possível unificar a China. Há um longo caminho a percorrer pela política de "um país - dois sistemas", nomeadamente nos direitos humanos. Não é que Taiwan seja um exemplo "puro", mas a ilha ( Formosa para os portugueses)
tem uma fortuna colossal e será o último passo para a unificação, depois de Hong Kong e de Macau.

A.B.




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