2013-05-20


NÃO MATEM O FUTEBOL…
SOMOS A RAZÃO DA PAIXÃO !

Desde muito novo que vou à praia...e a minha relação com o mar, quer em águas frias, quer em águas temperadas,  tem-me permitido, graças a Deus, não ter morrido afogado até à data. E depois, há essa forma lúcida - mas também de caráter e de verticalidade - de estar e de ser, que me tem acompanhado ao longo dos anos...e pela qual quantas vezes tenho sido penalizado.    




NÃO MATEM O FUTEBOL… 
SOMOS A RAZÃO DA PAIXÃO !(A Publicar).

      
Universo de carácter encantado
Rompe o futebol com a razão.

Noventa momentos de magia                          
Labirinto rendilhado de emoção
Não existe um limite de sentidos
Cultiva-se a grandeza da peleja.
Ritual de força e de paixão
Intensa imagem de calor
Mal desponta o início da função
Cresce tudo em movimento e muita cor.

                                                                      
Universo de carácter encantado                                                                            
Somos nós a razão dessa paixão.

Plateia de vulcões adormecidos
Com vultos exaltados e aguerridos,
O futebol é emoção e é paixão
Uma bola colorida em rotação
Gritando que o consenso é um empate
Sem lugar elevado no combate !


Universo de carácter encantado
É brilho que alimenta o coração.

Identidade vestida p’ra ganhar
Um jogo permanente de poder,
Agitada e complexa incerteza
De uma bola repetida p’ra marcar,
Quase nada sobra a quem perder…
Talvez suaves toques de beleza
E um golo já feito p’ra não ser.


Universo de carácter encantado
Nem tudo se move por  paixão.

O esforço e o suor na camisola
Nem sempre determinam a vitória 
Ou obrigam a perder quem não transpira.
Ciência quanto baste e show de bola
Não esgotam emoção aleatória 
Ou perturbam corações que os inspira.
Não matem o futebol assim jogado
Humano e vivido em todo o lado
Eterno universo encantado
E renascido a cada golo anulado.

Somos nós a razão dessa paixão
Cantemos futebol no coração !
======== 
António Bondoso. 2004.(A Publicar).




E há também na minha vida - uma outra que fui aprendendo e cultivando - essa cidade "Leal e Invicta", onde se fortificaram raízes e me nasceu o filho. 
No livro que ostenta a capa, na foto em baixo, escreveu o Prof. Sobrinho Simões que "é preciso valorizar a sub-stância" - o que está por baixo, um pouco em detrimento da valorização da "retórica e da capacidade de nomear o que está por cima". 

É neste livro, na página 51, que está o poema "LEAL E INVICTA": 
"Às derrotas contrapõe-se uma divisa
inscrita nas memórias da cidade:
Mui nobre, sempre leal e invicta
firme pela justiça
rebelde por ideais
forte polo respeito
dos valores da liberdade.
Inconformada razão a cada passo
e o clube orientando tal exemplo
renasce a certeza de um combate
renovado no carácter do seu templo".
A.B. - 2004. 
============================ 
António Bondoso
Maio 2013.

Sem comentários: