Não
há aniversários iguais.
Cada
um de nós tem números e marcas indeléveis no decurso da existência neste
planeta. Sempre a somar e sempre diferentes. Para mim, e neste ano de 2025, o
aniversário foi assinalado pela Poesia da vida, que floresce.
E quando a vida me oferece «Bodas de
Diamante», eu devo dar graças por ter chegado a este estado «de avô»!
Igualmente por tudo o que tenho vivido
e sentido. Por tudo o que me tem conduzido até aqui.
Não há contabilidade infalível…apenas
mais um sopro de amor, de amizade e de carinho; apenas uma questão de me
aceitarem como sou enquanto estou; de me terem querido como fui – amigo,
camarada livre e com «coluna», frente às injustiças do som do vento que foi
soprando.
75 anos de «cabeça levantada».
E
entre as inúmeras mensagens recebidas de familiares e amigos – escritas, de voz
gravada ou telefonada em direto, com ou sem fotos, com mais ou menos «emojis» –
as quais agradeço mais uma vez, de coração e alma felizes, houve duas que me
marcaram de forma particular.
Sensibilizado, refiro as fotos apensas
do meu cunhado Fernando dos Anjos Dias – uma das «figuras da minha vida» – e
uma outra da minha jovem camarada Cláudia Costa. Grato a ambos.
Virgínia e Luís Bondoso
A dos meus pais, ainda relativamente
jovens, na varanda de uma das casas que eu habitei em S. Tomé, esta no Bairro
do Budo-Budo, onde vivi parte da minha adolescência, trouxe-me,
naturalmente, emoções várias. Desde o cuidar da horta no quintal, antes de rumar
à escola ou liceu, até aos vizinhos do bairro da frente – a Milé, a Luisinha, o
Augusto e os «paizinhos» como as manas dizem ainda hoje; o início do namoro da
minha irmã com o Fernando; os vizinhas do bairro – a família Falcão, a Hermínia
e o Álvaro, meus companheiros de infância, e o pai a construir barcos de pesca;
as manas Mideus e Primavera Serra, cujo pai trabalhava no liceu, e com quem nos
cruzamos ainda hoje; e o refeitório para trabalhadores, já mais perto da sede do
Sporting, a caminho do Quartel ou do Hospital, no qual trabalharam duas tias
minhas – a Lurdes e a Felicidade.
Cláudia Costa e António Bondoso
A foto da Cláudia assinala já um outro
tempo do meu percurso, ainda jovem mas já em Portugal, no Porto e na RDP, que
funcionou décadas ali na Rua de Cândido dos Reis, perto do Clube Portuense e da
Torre dos Clérigos. Foram tempos de uma aprendizagem permanente, com momentos
altos e baixos – sempre a «política baixa» – mas onde fiz grandes amigos como o
Nuno Faria, o Raminhos, Júlio Montenegro, Leonel Cosme, Sérgio Teixeira, Jorge
Ferreira, os irmãos Couto, Freitas, Manuel Joaquim, Nassalette Miranda, Iracema
Torres, Rosa Azevedo, Sónia Silva e Cláudia Costa, entre muitos outros que já
tenho recordado em momentos vários. A foto registou o momento feliz de uma
troca de presentes natalícios, com a Cláudia a oferecer-me um postal com a
figura do grande defesa direito do FCP, o João Pinto. Sentimentos portistas
felizes, como este simples gesto da Cláudia.
Obrigado a todos os que me quiseram
acompanhar nestes 75 anos de cabeça levantada! Forte abraço.
António
Bondoso
Janeiro
de 2025.