2025-01-22


ROCHA VIEIRA – 1939/2025

Ramalho Eanes lembra "um dos melhores" entre os maiores do país.


Vasco Rocha Vieira


Para além de Militar de relevo, Vasco Rocha Vieira «acalmou os Açores» e «entregou» Macau à China em «bandeja de ouro».

                                                           Faleceu hoje.



A «última bandeira»

Do Governador Rocha Vieira retenho, por exemplo, a simpatia, a ponderação, afabilidade e capacidade de decisão. Recordo as difíceis questões do Aeroporto e da Língua.

Recordo igualmente, com apreço, a sua atenção à Rádio, em Macau…e o aparelho sempre ligado no seu gabinete. 



                                                            Uma das visitas à Rádio Macau

Recordo a sua ligação de camaradagem e Amizade com Ramalho Eanes, que hoje se referiu a Rocha Vieira como «um homem extraordinário» sobretudo a três níveis: pela sua personalidade distintiva, pelo seu desempenho militar relevante e pelos serviços prestados ao País a nível político".

Tenho memória do seu apreço e respeito por Mário Soares.


                                                                    Com Mário Soares

Rocha Vieira – apesar da «polémica» gerada pela criação da Fundação Jorge Álvares, o que terá contribuído para o afastar da ideia de se candidatar a PR – plantou em Macau, pela sua ação de «visão», os alicerces para que a China se interessasse pela Lusofonia e CPLP, incentivando entidades e empresários chineses ao promover nomeadamente visitas a Cabo Verde, Moçambique e Brasil. 


                                               Com empresários de Macau em Moçambique

A toda a Família e Amigos próximos um sentido abraço e o meu genuíno pesar. Até Sempre Senhor General Rocha Vieira. 



António Bondoso

22 de Janeiro de 2025. 








 

2025-01-21




Não há aniversários iguais.

Cada um de nós tem números e marcas indeléveis no decurso da existência neste planeta. Sempre a somar e sempre diferentes. Para mim, e neste ano de 2025, o aniversário foi assinalado pela Poesia da vida, que floresce.

          E quando a vida me oferece «Bodas de Diamante», eu devo dar graças por ter chegado a este estado «de avô»!

          Igualmente por tudo o que tenho vivido e sentido. Por tudo o que me tem conduzido até aqui.

          Não há contabilidade infalível…apenas mais um sopro de amor, de amizade e de carinho; apenas uma questão de me aceitarem como sou enquanto estou; de me terem querido como fui – amigo, camarada livre e com «coluna», frente às injustiças do som do vento que foi soprando.

          75 anos de «cabeça levantada».

E entre as inúmeras mensagens recebidas de familiares e amigos – escritas, de voz gravada ou telefonada em direto, com ou sem fotos, com mais ou menos «emojis» – as quais agradeço mais uma vez, de coração e alma felizes, houve duas que me marcaram de forma particular.

          Sensibilizado, refiro as fotos apensas do meu cunhado Fernando dos Anjos Dias – uma das «figuras da minha vida» – e uma outra da minha jovem camarada Cláudia Costa. Grato a ambos. 


Virgínia e Luís Bondoso

          A dos meus pais, ainda relativamente jovens, na varanda de uma das casas que eu habitei em S. Tomé, esta no Bairro do Budo-Budo, onde vivi parte da minha adolescência, trouxe-me, naturalmente, emoções várias. Desde o cuidar da horta no quintal, antes de rumar à escola ou liceu, até aos vizinhos do bairro da frente – a Milé, a Luisinha, o Augusto e os «paizinhos» como as manas dizem ainda hoje; o início do namoro da minha irmã com o Fernando; os vizinhas do bairro – a família Falcão, a Hermínia e o Álvaro, meus companheiros de infância, e o pai a construir barcos de pesca; as manas Mideus e Primavera Serra, cujo pai trabalhava no liceu, e com quem nos cruzamos ainda hoje; e o refeitório para trabalhadores, já mais perto da sede do Sporting, a caminho do Quartel ou do Hospital, no qual trabalharam duas tias minhas – a Lurdes e a Felicidade.  


Cláudia Costa e António Bondoso

          A foto da Cláudia assinala já um outro tempo do meu percurso, ainda jovem mas já em Portugal, no Porto e na RDP, que funcionou décadas ali na Rua de Cândido dos Reis, perto do Clube Portuense e da Torre dos Clérigos. Foram tempos de uma aprendizagem permanente, com momentos altos e baixos – sempre a «política baixa» – mas onde fiz grandes amigos como o Nuno Faria, o Raminhos, Júlio Montenegro, Leonel Cosme, Sérgio Teixeira, Jorge Ferreira, os irmãos Couto, Freitas, Manuel Joaquim, Nassalette Miranda, Iracema Torres, Rosa Azevedo, Sónia Silva e Cláudia Costa, entre muitos outros que já tenho recordado em momentos vários. A foto registou o momento feliz de uma troca de presentes natalícios, com a Cláudia a oferecer-me um postal com a figura do grande defesa direito do FCP, o João Pinto. Sentimentos portistas felizes, como este simples gesto da Cláudia.

          Obrigado a todos os que me quiseram acompanhar nestes 75 anos de cabeça levantada! Forte abraço.

António Bondoso

Janeiro de 2025.