2013-10-26

A NOTÍCIA, COM ORIGEM NA AGÊNCIA LUSA, ESTÁ PUBLICADA NO JORNAL DE CABO VERDE "A SEMANA". 
E A PROPÓSITO... volto a falar do meu recente livro "LUSOFONIA E CPLP - DESAFIOS NA GLOBALIZAÇÃO".

"O cartaz musical do Festival da Lusofonia de Macau, que acontece no próximo mês de Novembro, vai contar com a voz de Mirri Lobo. A programação completa inclui, além da música, dança, gastronomia e exposições.O festival arranca no dia 01 de Novembro com os concertos dos Maya Cool (Angola), Ammy Injai (Guiné-Bissau) e Syndicate & Floor Fillers (Goa, Damão e Diu).Mirri Lobo actuará no anfiteatro das Casas-Museu da Taipa no segundo dia do evento. Na mesma data também se apresentarão os Kumpania Algazarra (Portugal), Stewart Sukuma (Moçambique), Edu Casanova (Brasil), Nilo Jalégo & Florentina (S. Tomé e Príncipe) e Estrela do Mar (Timor-Leste). O festival da Lusofonia de Macau tem como objectivos promover a cultura dos países e regiões de língua portuguesa, realçando os aspectos de contacto, de influência mútua e intercâmbio". Pretende ainda "homenagear as comunidades locais de expressão portuguesa que ajudaram a construir Macau e que decidiram permanecer" no território, realçou o administrador do Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), Henry Ma Kam Keong.

Orçado em 1,75 milhões de patacas (quase 18 milhões de escudos cabo-verdianos), o Festival da Lusofonia espera atrair aproximadamente 25 mil pessoas nesta edição."
Fonte: Lusa

O que pode ler-se, por exemplo, nas páginas 66 e 67:
(...) ======================================
1.6. Afinal, Macau... e a China
Continuando a seguir o pensamento de Adriano Moreira,
voltamos ao Oriente, concretamente a Timor e particularmente
à China, cujo governo central – numa inicativa de “novidade no
domínio das técnicas das relações internacionais” – incentivou
Macau (uma Região Administrativa Especial) a desempenhar um
papel de charneira no desenvolvimento das relações económicas da
China com os países falantes da língua portuguesa. A criação, ali,
de um Fórum empresarial, levou a então Vice-Primeiro Ministro
Wu Yi a dizer que “o fórum... fará crescer dramaticamente a
importância política de Macau nas relações internacionais”. Sendo
um tema para ir acompanhando com interesse nos proximos anos,
o atual presidente da Academia das Ciências de Lisboa não deixa de
valorizar algumas “vozes atentas” de Hong Kong, nomeadamente a
do influente South China Morning Post: “A língua e o restante legado
cultural ainda ligam Macau a Portugal na Europa, Angola, Cabo
Verde, Guiné-Bissau e Moçambique em África, Timor no Pacífico
e Brasil na América do Sul. Estes laços são parte da rica herança
de Macau”. Pode estranhar-se a ausência do nome de São Tomé e
Príncipe, mas a justificação é facilmente encontrada no facto de
aquele PALOP ter preferido uma relação privilegiada com Taiwan.
Apesar disso, S. Tomé e Príncipe – hoje apenas um dos raros países
africanos a reconhecer o regime da Formosa – tem representação no
Fórum com o estatuto de observador.
Esta questão do “peso” da língua na economia (PIB) vai merecer
um capítulo especial, mas – por agora e aproveitando a referência a
Macau – não deixa de ser interessante um apontamento do jornalista
Helder Fernando no jornal Hoje Macau (2011) – na secção À Flor da
Pele, Destaque – sob o título “Lusofonia é muito mais do que falar
português”.
Este jornalista, formado na Rádio em Moçambique e radicado
em Macau há 30 anos onde tem exercido a sua atividade na TDM
e na imprensa local em língua portuguesa – tem acompanhado
de forma persistente os assuntos relacionados com a “Lusofonia”,
interpelando e dando voz às diversas associações dos oito países
de língua oficial portuguesa ali constituídas. Como é o caso da
Associação de Amizade Macau/Timor-Leste (AAMTL) que em
maio assinalou o 9º aniversário da restauração da independência de
Timor-Leste: “Dirão que foi muito formal – tocou-se e cantou-se o
Hino De Timor-Leste, houve discurso denso por parte do presidente
associativo, declamou-se poesia e, surpresa da noite, falou um ilustre
e ainda jovem coronel chinês de 4 estrelas, o Prof. Jun Wu, diretor do,
em inglês, “Third Military Medical University, Southwest Hospital,
Institute of Burn Research”. Este académico e militar cativou os
presentes, membros da associação e convidados, com intervenção
culta, de improviso e sábia quanto aos seus objetivos e ao modo de
os apresentar. Posteriormente ficou-se a saber que o Prof. Jun Wu
ficara muito bem impressionado com o convívio e com os objetivos
da AAMTL. Com a sábia estratégia de Pequim, este universo da
lusofonia, mesmo com algum desconhecimento circunstancial da
língua, desagua em entendimentos. Porque “lusofonia” é muito mais
do que falar e escrever português”.
(...) ============================


António Bondoso
Outubro de 2013.

Sem comentários: